Por Mayara Oliveira de Jesus
No
texto “Grupos Étnicos e suas Fronteiras”, o autor Fredrik Barth analisa o fenômeno
dos grupos étnicos e suas persistências. Em tal perspectiva, o autor faz uma
crítica aos estudos que negligenciaram as fronteiras sociais e os estudos empíricos
sobre os grupos étnicos.
Barth
se posiciona contra a ideia de que o isolamento geográfico e social sejam
fatores que sustentam ou produzam a diversidade cultural. Ele aponta para a
ideia de que é na interação em um dado sistema social que ocorre a manifestação
da etnicidade.
Neste
caso, para que se possa entender melhor o étnico, o referido autor nos mostra
que é preciso compreender que tais grupos são categorias de atribuição e
identificação realizadas pelos próprios atores, ou seja, existe uma
característica de interação e afinidade entre as pessoas pertencentes a um dado
grupo.
Barth chama
atenção sobre a necessidade analítica de busca pelos diferentes processos que
se apresentam como formas de manutenção do grupo étnico, bem como sobre a ênfase
na observação dos processos de constituição das fronteiras étnicas e suas
manutenções.
Fredrik
Barth define grupos étnicos como aqueles que compartilham valores culturais
fundamentais, formados por membros que se identificam e são identificados por
outros como tal. O autor reforça a ideia de que o quê define um grupo é a
fronteira étnica e não a matéria ou conteúdo cultural que possamos encontrar,
sendo que essas fronteiras, ao qual o autor relaciona os grupos, são fronteiras
sociais e seus fundamentos são uma ideia que os grupos elaboram sobre uma
origem ou cultura em comum.
Enfim,
o autor propõe que as fronteiras são construídas e mantidas pelas unidades
étnicas e por isso é possível percebermos a persistência dessas unidades.
Porém, é importante destacar que para Barth, a cultura relacionada a um grupo
étnico não está restrita pela fronteira. Desse modo, ela pode também variar sem
ter relação com a sua manutenção.
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