segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

JUVENTUDES, POLÍTICAS PÚBLICAS E SISTEMAS DE JUSTIÇA

 





TERCEIRA SESSÃO

Data 31/01/2023 e Horário 10h BR e 13h PT

Live pelo endereço: https://www.youtube.com/watch?v=Q8M6uxjGPdQ



Debatedoras  

Maria João Leote de Carvalho  

Élida Braga


“JUVENTUDE VIVA?” A juventude negra brasileira entre o genocídio e o encarceramento em massa  

 

Lucas Vieira Santos Silva - Doutorando em Sociologia PPGS/UFS.  

 

Objetivo é de demostrar como se constituiu historicamente o sistema de justiça aplicado à juventude no Brasil, demonstrando como o racismo foi um elemento importante na constituição desse sistema e, consequentemente, no modo desigual de aplicação da punição para às juventudes de nosso país. Por fim, faço uma breve análise das políticas públicas aplicada a juventude durante o período do governo petista e o impacto de tais política na dinâmica dessa relação.  

 

Jovens, estrutura das oportunidades e equívocos conceptuais na construção de políticas públicas para o segmento juvenil em Cabo Verde  

 

Redy Wilson Andrade Duarte Lima - Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais, Cabo Verde e CICS.NOVA.FCSH, Doutorando em Estudos Urbanos  

 

Entre os anos de 2007 e 2018, 56,1% dos crimes participados à polícia tinham como autores jovens dos 16 aos 30 anos e a idade média da população carcerária em 2018 era de 32 anos. Estes números suportam o discurso institucional e de vários quadrantes da sociedade civil que toma os jovens como um problema social e por isso, alvo de um conjunto de medidas políticas com vista à sua domesticação. Esta comunicação tem como objetivo discutir os mecanismos de mobilização e adesão dos jovens nos gangues de rua e do narcotráfico, bem como apontar os equívocos conceptuais na construção das políticas públicas no setor da juventude e da segurança pública.  


One size does (not) fit all: a importância de uma intervenção responsiva ao género no sistema de justiça (juvenil)

Vera Duarte – Investigadora do CICS.NOVA – Pólo de Braga e Professora Auxiliar na Universidade da Maia - ISMAI

As discussões em torno da importância de uma intervenção responsiva ao género no sistema de justiça juvenil português, ainda que não sejam propriamente novas, são recentes e ainda com pouca expressão na investigação, na política e na intervenção, ao contrário do que acontece no contexto internacional, onde este diálogo tem sido feito a par de uma investigação que tem procurado demonstrar as idiossincrasias femininas nas expressões da transgressão. O objetivo desta comunicação é, neste sentido, refletir, a partir dos resultados de um projeto de investigação desenvolvido em parceria com a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, a importância de uma intervenção responsiva ao género no sistema de justiça (juvenil), problematizando a falta de consenso na resposta à questão: será que as diferenças de género justificam a utilização de avaliações de risco, instrumentos e intervenções diferenciadas?


Sistema de justiça e políticas públicas:  uma leitura a partir da criminologia crítica brasileira  

 

João Víctor Pinto Santana - Doutorando em Sociologia PPGS/UFS  

 

Atualmente, há uma crescente demanda pelo aumento do poder punitivo do Estado e este clamor social acaba atingindo significativa parcela da(s) juventude(s). Na América Latina tal cenário não é diferente. Partindo da realidade social brasileira, se faz necessário realizar um debate sobre o sistema de justiça, especialmente em relação às políticas públicas antipunitivistas (como é o caso da justiça restaurativa). Nesta perspectiva, o nosso ponto de partida é a compreensão da criminologia crítica como uma importante ferramenta de resistência ao punitivismo, através de uma leitura articulada entre projeções político-criminais e os anseios sociais dos movimentos de proteção de direitos humanos.