segunda-feira, 25 de abril de 2022

Cultura e Representação

Resenha do Capítulo 1, do livro:


HALL, Stuart. Cultura e representação. Organização e Revisão Técnica: Arthur Ituassu; Tradução: Daniel Miranda e William Oliveira. – Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio: Apicuri, 2016. ISBN (Apicuri): 978-85-8317-048-8


Por Florival José de Souza Filho


Segundo Hall (2016), a “questão da representação” é vista como a prática central que produz a cultura e momento-chave do que tem sido chamado de “circuito de cultura”. Nesse sentido, levanta questões como: o que representação tem a ver com cultura? Qual conexão existe entre representação e cultura?

Para Hall (2016), cultura diz respeito a significados compartilhados, sendo a linguagem, o meio através do qual damos sentido às coisas, produzimos e intercambiamos significados, valores, fundamentais para os sentidos e a cultura

Os questionamentos de Hall (2016) centram-se sobre como a linguagem constrói significados? Como sustenta o diálogo? Como permite que uma cultura de significados compartilhados interprete o mundo de forma semelhante? Concluindo que suas indagações ocorrem através de um sistema representacional que usa signos e símbolos (sonoros, escritos, imagens eletrônicas, notas musicais) que representam, para os indivíduos, seus conceitos.

Nesse sentido, a linguagem, torna-se, para Hall (2016), um caminho pelo qual pensamentos, ideias e sentimentos, são representados numa cultura, e se tornam essenciais aos processos pelos quais os significados são produzidos.  O exame da “produção e circulação de sentido, por meio da linguagem” é o tema central de sua análise, que tem a cultura como tudo o que seja característico sobre o “modo de vida” de um povo, comunidade, nação ou grupo social.

A importância do sentido para a definição de cultura, diz Hall (2016), encontra-se na “virada cultural” das ciências humanas e sociais, nos estudos culturais e na sociologia da cultura. Sendo assim, cultura também diz respeito há um conjunto de práticas, a produção e ao intercâmbio de sentidos e ao compartilhamento desses significados entre os membros de um grupo ou sociedade.

A cultura, para Hall (2016), se relaciona a sentimentos, a emoções, a um senso de pertencimento, bem como a conceitos e ideias (a expressão do meu rosto que pode revelar algo sobre minha identidade); o que estou sentindo (emoções); e a qual grupo sinto-me pertencente (pertencimento). E os significados culturais organizam e regulam práticas sociais, influenciam nossa conduta e consequentemente geram efeitos reais e práticas.

Hall (2016) afirma que os participantes de uma cultura dão sentido aos indivíduos, objetos e acontecimentos, demonstram que as coisas em si, raramente têm um significado único, fixo e inalterável, ou seja: “uma pedra pode ser somente uma rocha, um delimitador de fronteira ou uma escultura” dependendo do que ela significa para os grupos.

Os indivíduos, segundo Hall (2016), dão sentidos a objetos, pessoas e eventos por meio de paradigmas de interpretação que chegam a eles. Dão sentidos às coisas pelo modo como as utilizam ou a integram em suas práticas cotidianas. Assim, o uso que fazem de uma pilha de tijolos com argamassa, é que faz disso uma casa, e o que” sentem, pensam ou dizem a respeito dessa casa, é o que a torna um lar.

A cultura, ao permear toda a sociedade, diferencia o elemento humano na vida social daquilo que é biologicamente direcionado, ressaltando o papel fundamental do domínio simbólico no centro da vida em sociedade, ou seja, o circuito da cultura indica que sentidos são de fato elaborados em diferentes áreas e perpassados por vários processos e práticas denominadas por Hall (2016) de circuito cultural.

Segundo Hall (2016), o sentido nos permite cultivar a noção de nossa própria identidade, “quem somos” e a “quem pertencemos”, e se relaciona, a questões do como a cultura é usada para restringir ou manter a identidade dentro do grupo e sobre a diferença entre grupos. O sentido é constantemente elaborado e compartilhado em cada interação pessoal e social da qual fazemos parte, é o campo mais privilegiado embora mais negligenciado da cultura e do significado.

O sentido também é produzido pelas mídias de massa, sistemas de comunicação global de tecnologia complexa, que fazem os sentidos circularem entre diferentes culturas e, é sempre criado quando nos expressamos por meio de objetos culturais, quando os consumimos, fazemos usos ou nos apropriamos e investimos em tais objetos, valor e significado, ou quando tecemos narrativas que reduzem a fantasia em torno destes.

Os sentidos, diz Hall (2016), regulam e organizam nossas práticas e condutas, auxiliam no estabelecimento de normas e convenções, na construção da identidade e na demarcação das diferenças, na produção, consumo e regulação da conduta social, ou seja, são os meios, onde o sentido se vê elaborado e perpassado, tendo como primeiro elemento do circuito da cultura, a linguagem.

Para Hall (2016), os indivíduos que compartilham a mesma cultura também convivem com conjuntos de conceitos, imagens e ideias, que lhes permitem sentir, refletir e interpretar o mundo de forma semelhante ao dividir os mesmos códigos culturais. Assim, pensar e sentir são, em si mesmos, sistemas de representação nos quais conceitos, imagens e emoções “dão sentido a” ou representam em nossa vida mental, objetos que estão ou podem estar lá fora no mundo. O sentido é um diálogo parcialmente compreendido, ou seja, sempre uma troca desigual.

Essas diferentes formas de produção e transmissão são chamadas de línguas. As línguas operam por meio da representação falada (uso de sons), escrita (uso de palavras), musical (uso de notas em escala), corporal (emprega gestos físicos).

Hall (2016), entende que os sons, as palavras, os gestos, as expressões, as roupas, são parte da nossa realidade natural e material. Sua importância para a linguagem, não se reduz ao que são, mas sim ao que fazem, “as suas funções. Eles constroem significados e os transmitem, visto que não possuem um sentido claro em si mesmos, são veículos ou meios que carregam sentidos, funcionam como símbolos que representam ou conferem sentido as ideias que desejamos transmitir.

Deste modo, dirá Hall (2016) que a linguagem é uma prática significante. Qualquer sistema representacional que trabalha nesses termos, pode ser visto de forma geral, como algo que funciona de acordo com os princípios da representação pela linguagem. A fotografia é um sistema representacional, pois usa imagens sobre um papel fotossensível, para transmitir um sentido fotográfico a respeito de determinado indivíduo. A música usa a linguagem na medida em que emprega notas musicais para transmitir sensações e ideias.

Os jogos de futebol, repletos de cartazes, bandeiras e slogans, rostos e corpos pintados de certas cores ou inscritos com certos símbolos, podem ser considerados como uma linguagem na medida em que é uma prática simbólica que concede sentido ou expressão à ideia de pertencimento a uma cultura nacional ou de identificação com uma comunidade local. Isso é parte da linguagem da identidade nacional, um discurso de pertencimento nacional, representação aqui está intimamente ligada à identidade e conhecimento.

A linguagem fornece um modelo geral do funcionamento da cultura e da representação, especialmente na chamada abordagem semiótica - estudo dos signos e seus papéis - enquanto veículo de sentido numa cultura em que, ultimamente, centrou seu esforço no estudo do discurso na cultura.

Para Hall (2016), discursos são maneiras de se referir a um determinado tópico da prática ou sobre ele construir conhecimento, um conjunto de ideias, imagens e práticas que suscitam variedades no falar, formas de conhecimento e condutas, relacionadas a um tema particular, atividade social ou lugar institucional na sociedade que define o que é ou não adequado sobre um determinado tema ou área de atividade social.

As formações discursivas, definem ainda que tipo de conhecimento é considerado útil, relevante, verdadeiro em seu contexto e definem que gênero de indivíduos ou sujeitos personificam essas características. Assim a formação discursiva se tornou, termo geral, utilizado para fazer referência a qualquer abordagem, onde o sentido, a representação e a cultura são elementos considerados constitutivos.

O uso corrente da linguagem e do discurso, enquanto modelos de como a cultura, o sentido e a representação funcionam, bem como a subsequente “virada discursiva” nas ciências humanas e sociais, constituem a mudança de direção mais importante, ocorrida nos últimos anos no estudo da vida em sociedade.

por Frank Marcon

1. Representação, sentido e linguagem

A prática da representação, representa para Hall (2016), o processo chave do circuito cultural que ocupa um novo e importante lugar no estudo da cultura. A representação conecta o sentido e a linguagem à cultura. Mas o que isso quer dizer? O que a representação tem a ver com cultura e significado?

Segundo Hall (2016), a representação utiliza a linguagem para expressar algo sobre o mundo ou representá-lo a outras pessoas, mas também, é uma parte essencial do processo pelo qual os significados são produzidos e compartilhados entre os membros de uma cultura. Portanto, representar envolve o uso da linguagem, dos signos e imagens para significar ou representar objetos, tornando-se um processo complexo de conexão entre sentido e linguagem.

Nesse sentido, Hall (2016) apresenta três abordagens teóricas que entende como passíveis de auxiliar no entendimento da representação do mundo efetivado pela linguagem, ou seja: quando a linguagem reflete um significado que já existe no mundo dos objetos pessoas ou eventos, a abordagem é reflexiva. Quando expressa somente o que o falante, o escritor, o pintor querem dizer, o significado intencional pretendido por Ele, a abordagem é intencional ou quando o significado se constrói na linguagem e por meio dela, a abordagem é construtivista.

A representação é a produção do significado e dos conceitos da nossa mente, por meio da linguagem. É a conexão entre conceitos e linguagem que permite nos referirmos ao mundo real dos objetos, sujeitos ou acontecimentos, no mundo imaginário de objetos sujeitos e acontecimentos fictícios.

Temos assim dois sistemas de representação. O primeiro, no qual toda ordem de objetos, sujeitos e acontecimentos é correlacionada a um conjunto de conceitos ou representações mentais, que nós carregamos, e sem eles, jamais conseguiríamos interpretar o mundo de maneira inteligível. O significado depende do sistema de conceitos e imagens, formados em nossos pensamentos que podem representar ou se colocar como o mundo.

Sendo assim, a cultura é por vezes, definida em termos de sentidos compartilhados ou mapas conceituais compartilhados, mas não é o bastante, precisamos ser capazes de representar e trocar sentidos e conceitos, o que só podemos fazer quando também temos acesso a uma linguagem comum.

A linguagem se apresenta, portanto, como o segundo sistema de representação, envolvido no processo global de construção de sentido. O sistema escrito, o sistema falado de uma língua em particular, são ambos considerados linguagens, as imagens visuais, sejam elas produzidas pela via manual, mecânica, eletrônica digital, quando usadas para expressar sentidos, as expressões faciais ou do gestos, a linguagem da moda, do vestiário, das luzes do tráfego, a música, enfim, qualquer som, palavra, imagem ou objeto que funcionem como signos, que sejam capazes de carregar e expressar sentido e que estejam organizados com outros em um sistema, são sobre esta ótica uma linguagem.

O termo geral que usamos para palavras, sons ou imagens que carregam sentido é signo e estes, indicam ou representam os conceitos e as relações entre eles, em nossa mente, e juntos constroem os sistemas de significado da nossa cultura.

1.2 Linguagem e Representação

Segundo Hall (2016), as pessoas que pertencem à mesma cultura compartilham um mapa conceitual relativamente parecido. Nesse sentido, devem compartilhar também uma maneira semelhante de interpretar os significados de uma linguagem. Só assim os sentidos serão efetivamente intercambiados entre os sujeitos.

Hall (2016) questiona: como sabermos se o conceito indica tal coisa? Ou que a palavra efetivamente representa determinado conceito? Como saber que sons ou imagens trarão, por meio da linguagem, o sentido de meus conceitos e do que quero expressar com eles? Isso pode ser simples no caso dos signos visuais, já que o desenho, a pintura ou a imagem de uma ovelha na câmera e na TV por exemplo, traz a semelhança do animal peludo pastando em um campo ao qual eu quero me referir.

Imagens e signos visuais, mesmo quando carregam uma semelhança próxima às coisas a que fazem referência, continuam sendo signos, eles carregam sentido e então têm que ser interpretados. Para fazer isso, nós devemos ter acesso a dois sistemas de representação. Um que correlaciona o animal no campo com o conceito de ovelha e outro que correlacionado há um sistema de linguagem no qual a linguagem visual carrega algumas semelhanças com a coisa real ou parece com ela de alguma forma.

A relação entre o conceito e o signo, torna-se mais difícil no caso das linguagens, escritas ou faladas nas quais as palavras não parecem nada com as coisas às quais se referem, nem soam como elas. Em parte, isso ocorre porque existem diferentes tipos de signos. Os signos visuais que chamamos de icônicos e carregam uma semelhança com o objeto, pessoa ou evento ao qual fazem referência e os signos escritos ou ditos que são chamados de indexicais e não carregam nenhuma relação óbvia com as coisas às quais se referem.

 

1.3 Compartilhando os códigos

Ao discutir o compartilhamento dos códigos, Hall (2016), busca entender como as pessoas que pertencem à mesma cultura, que compartilham o mesmo mapa conceitual e que falam ou escrevem a mesma língua, sabem que a combinação arbitrária de letras e sons que constitui a palavra ÁRVORE indica ou representa o conceito de “planta grande que cresce na natureza”?

No entanto, afirma que árvores de não saibam que são árvores e que, o sentido não está no objeto, na pessoa, ou na coisa, e muito menos na palavra. Somos nós quem fixamos o sentido, tão firmemente que depois de um tempo ele parece natural e inevitável. O sentido é construído pelo sistema de representação e fixado pelo código que estabelece a correlação entre nosso sistema conceitual e nossa linguagem, de modo que a cada vez que pensamos em uma árvore o código nos diz para usar a palavra em português árvore; a letra V para VITÓRIA; a cor vermelha do semáforo para PARE e verde para LIVRE.

Para Hall (2016) então, um jeito de pensar a cultura é nos termos desses mapas conceituais compartilhados, sistemas de linguagem compartilhada e códigos que governam as ações de tradução entre eles. Os códigos fixam as relações entre conceitos e signos, estabilizam o sentido dentro de diferentes linguagens e culturas, nos dizem qual linguagem devemos usar para exprimir determinada ideia. Inversamente nos dizem quais conceitos estão em jogo, quando ouvimos ou lemos certos signos, e nos possibilitam falar e ouvir inteligivelmente, e estabelecer uma “tradutibilidade” entre nossos conceitos e nossas línguas.

Entende-se agora, de forma mais fácil, porque, sentido, linguagem e representação são elementos fundamentais no estudo da cultura. Pertencer a uma cultura é pertencer, grosso modo, ao mesmo universo conceitual e linguístico, saber como conceitos e ideias se traduzem em diferentes linguagens e como a linguagem pode ser interpretada para se referir ao mundo ou para servir de referência a ele. Compartilhar esses aspectos é enxergar o mundo pelo mesmo mapa conceitual e extrair sentido dele pelos mesmos sistemas de linguagem.

O sentido não é inerente às coisas do mundo. Ele é construído, produzido, é o resultado de uma prática significante - uma prática que produz sentido, que faz os objetos significarem.

1.4 Teorias da Representação

Nesse item, Hall (2016) nos apresenta os três enfoques que explicam como a representação do sentido pela linguagem funciona, são eles: o enfoque reflexivo, o intencional e o construtivista. Na abordagem reflexiva, o sentido é pensado como repousando no objeto, pessoa, ideia ou evento no mundo real, e a linguagem funciona como um espelho, para refletir o sentido verdadeiro, como ele existe no mundo.

A abordagem intencional, defende que é o interlocutor, o autor, quem impõem seu único sentido no mundo pela linguagem. As palavras significam o que o autor pretende que signifiquem. Todos nós usamos a linguagem para convencer ou comunicar coisas que são especiais ou únicas para nosso modo de ver o mundo.

A terceira abordagem é a construtivista. Ela reconhece o caráter público e social da linguagem. Ela atesta que nem as coisas nelas mesmas, nem os usuários individuais podem fixar os significados na linguagem. As coisas não significam: nós construímos o sentido usando os sistemas representacionais - conceitos e signos. De acordo com esta abordagem, nós não devemos confundir o mundo material, onde as coisas e pessoas existem, com as práticas e processos simbólicos pelos quais representação, sentido e linguagem operam.

2. O legado de Saussure

Segundo Hall (2016), a visão social construtivista da linguagem e da representação deve muito a obra e influência do linguista suíço Ferdinand de Saussure. Para Saussure, a produção do sentido depende da linguagem: “a linguagem é um sistema de sinais.” Sons, imagens, palavras escritas, pinturas, fotografias, etc, funcionam como signos dentro da linguagem “apenas quando eles servem para expressar ou comunicar ideias”. Para comunicá-las, eles devem ser parte de um sistema de convenções.

O signo foi analisado por Saussure, em dois outros elementos: a forma (a verdadeira palavra, imagem, foto, etc) e a ideia ou conceito na sua cabeça com a qual a forma era associada. Saussure, chamou o primeiro elemento de significante e o segundo elemento - o conceito correspondente que ele desencadeia na sua cabeça - de significado. Cada vez que você ouvir ou ler o significante (isto é a palavra ou imagem de um celular, por exemplo), ele será relacionado com o significado (o conceito de um telefone portátil na sua cabeça).

Hall (2016), afirma que Saussure, propôs que a linguagem consiste em significantes. Mas para produzir sentido, os significantes devem estar organizados em um sistema de diferenças. É a diferença entre os significantes que significa. E a relação entre o significante e o significado, que é fixada pelos nossos códigos culturais, não é, argumentou Saussure, permanentemente fixa. Palavras mudam os seus sentidos que são produzidos dentro da história e da cultura. Assim, se o sentido muda historicamente e nunca é fixado de forma definitiva, o que se segue é que captar o sentido, deve envolver um processo ativo de interpretação.

2.1 A parte social da linguagem

Segundo Hall (2016), Saussure, dividiu a linguagem em duas partes: a primeira consiste nas regras e códigos gerais do sistema linguístico que deve ser compartilhado para que se torne um meio de comunicação. Essa estrutura de linguagem subjacente, governada por regras, nos permite produzir sentenças bem informadas chamada por Saussure de “langue” (o sistema de linguagem).

A segunda parte consiste nos atos particulares de fala, escrita ou desenho - que usando a estrutura e as regras da langue (sistema de linguagem) - são produzidos por um interlocutor ou escritor real. Ele chamou isso de “parole” ou fala (ou escrita).

Segundo Hall (2016), a estrutura subjacente de regras e códigos (langue) é a parte social da linguagem e poderia ser estudada com a precisão das leis de uma ciência, devido à sua natureza fechada, limitada. A segunda parte da linguagem, o ato individual da fala ou do pronunciamento (parole), é a superfície da linguagem. A linguagem para Saussure é, um fenômeno social, que não pode ser uma questão individual, já que não é possível inventar as regras da linguagem individualmente, para nós mesmos.