Resenha do Capítulo 1, do livro:
HALL, Stuart. Cultura e representação. Organização e Revisão Técnica: Arthur Ituassu; Tradução: Daniel Miranda e William Oliveira. – Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio: Apicuri, 2016. ISBN (Apicuri): 978-85-8317-048-8
Por Florival José de Souza Filho
Segundo Hall (2016), a “questão da representação” é vista como a prática central que produz a cultura e momento-chave do que tem sido chamado de “circuito de cultura”. Nesse sentido, levanta questões como: o que representação tem a ver com cultura? Qual conexão existe entre representação e cultura?
Para Hall (2016), cultura
diz respeito a significados compartilhados, sendo a linguagem, o meio através
do qual damos sentido às coisas, produzimos e intercambiamos significados,
valores, fundamentais para os sentidos e a cultura
Os questionamentos
de Hall (2016) centram-se sobre como a linguagem constrói significados? Como
sustenta o diálogo? Como permite que uma cultura de significados compartilhados interprete o mundo de forma semelhante? Concluindo que suas indagações ocorrem
através de um sistema representacional que usa signos e símbolos (sonoros,
escritos, imagens eletrônicas, notas musicais) que representam, para os
indivíduos, seus conceitos.
Nesse sentido, a
linguagem, torna-se, para Hall (2016), um caminho pelo qual pensamentos, ideias e
sentimentos, são representados numa cultura, e se tornam essenciais aos processos pelos
quais os significados são produzidos. O exame
da “produção e circulação de sentido, por meio da linguagem” é o tema central
de sua análise, que tem a cultura como tudo o que seja característico sobre o
“modo de vida” de um povo, comunidade, nação ou grupo social.
A importância do
sentido para a definição de cultura, diz Hall (2016), encontra-se na “virada
cultural” das ciências humanas e sociais, nos estudos culturais e na sociologia
da cultura. Sendo assim, cultura também diz respeito há um conjunto de
práticas, a produção e ao intercâmbio de sentidos e ao compartilhamento desses
significados entre os membros de um grupo ou sociedade.
A cultura, para
Hall (2016), se relaciona a sentimentos, a emoções, a um senso de pertencimento,
bem como a conceitos e ideias (a expressão do meu rosto que pode revelar algo
sobre minha identidade); o que estou sentindo (emoções); e a qual grupo sinto-me
pertencente (pertencimento). E os significados culturais organizam e regulam
práticas sociais, influenciam nossa conduta e consequentemente geram efeitos
reais e práticas.
Hall (2016) afirma
que os participantes de uma cultura dão sentido aos indivíduos, objetos e
acontecimentos, demonstram que as coisas em si, raramente têm um significado
único, fixo e inalterável, ou seja: “uma pedra pode ser somente uma rocha, um
delimitador de fronteira ou uma escultura” dependendo do que ela significa para
os grupos.
Os indivíduos,
segundo Hall (2016), dão sentidos a objetos, pessoas e eventos por meio de
paradigmas de interpretação que chegam a eles. Dão sentidos às coisas pelo modo
como as utilizam ou a integram em suas práticas cotidianas. Assim, o uso que
fazem de uma pilha de tijolos com argamassa, é que faz disso uma casa, e o que”
sentem, pensam ou dizem a respeito dessa casa, é o que a torna um lar.
A cultura, ao
permear toda a sociedade, diferencia o elemento humano na vida social daquilo
que é biologicamente direcionado, ressaltando o papel fundamental do domínio
simbólico no centro da vida em sociedade, ou seja, o circuito da cultura
indica que sentidos são de fato elaborados em diferentes áreas e perpassados
por vários processos e práticas denominadas por Hall (2016) de circuito
cultural.
Segundo Hall
(2016), o sentido nos permite cultivar a noção de nossa própria identidade, “quem
somos” e a “quem pertencemos”, e se relaciona, a questões do como a
cultura é usada para restringir ou manter a identidade dentro do grupo e sobre
a diferença entre grupos. O sentido é constantemente elaborado e compartilhado
em cada interação pessoal e social da qual fazemos parte, é o campo mais
privilegiado embora mais negligenciado da cultura e do significado.
O sentido também é
produzido pelas mídias de massa, sistemas de comunicação global de tecnologia
complexa, que fazem os sentidos circularem entre diferentes culturas e, é sempre
criado quando nos expressamos por meio de objetos culturais, quando os
consumimos, fazemos usos ou nos apropriamos e investimos em tais objetos, valor
e significado, ou quando tecemos narrativas que reduzem a fantasia em torno
destes.
Os sentidos, diz
Hall (2016), regulam e organizam nossas práticas e condutas, auxiliam no
estabelecimento de normas e convenções, na construção da identidade e na
demarcação das diferenças, na produção, consumo e regulação da conduta social,
ou seja, são os meios, onde o sentido se vê elaborado e perpassado, tendo como
primeiro elemento do circuito da cultura, a linguagem.
Para Hall (2016),
os indivíduos que compartilham a mesma cultura também convivem com conjuntos
de conceitos, imagens e ideias, que lhes permitem sentir, refletir e
interpretar o mundo de forma semelhante ao dividir os mesmos códigos culturais.
Assim, pensar e sentir são, em si mesmos, sistemas de representação nos quais conceitos, imagens e emoções “dão sentido a” ou representam em nossa vida
mental, objetos que estão ou podem estar lá fora no mundo. O sentido é um
diálogo parcialmente compreendido, ou seja, sempre uma troca desigual.
Essas diferentes
formas de produção e transmissão são chamadas de línguas. As línguas operam por
meio da representação falada (uso de sons), escrita (uso de palavras), musical
(uso de notas em escala), corporal (emprega gestos físicos).
Hall (2016),
entende que os sons, as palavras, os gestos, as expressões, as roupas, são
parte da nossa realidade natural e material. Sua importância para a linguagem,
não se reduz ao que são, mas sim ao que fazem, “as suas funções. Eles constroem
significados e os transmitem, visto que não possuem um sentido claro em si
mesmos, são veículos ou meios que carregam sentidos, funcionam como símbolos
que representam ou conferem sentido as ideias que desejamos transmitir.
Deste modo, dirá
Hall (2016) que a linguagem é uma prática significante. Qualquer sistema
representacional que trabalha nesses termos, pode ser visto de forma geral,
como algo que funciona de acordo com os princípios da representação pela
linguagem. A fotografia é um sistema representacional, pois usa imagens sobre
um papel fotossensível, para transmitir um sentido fotográfico a respeito de
determinado indivíduo. A música usa a linguagem na medida em que emprega notas
musicais para transmitir sensações e ideias.
Os jogos de
futebol, repletos de cartazes, bandeiras e slogans, rostos e corpos pintados de
certas cores ou inscritos com certos símbolos, podem ser considerados como uma
linguagem na medida em que é uma prática simbólica que concede sentido ou
expressão à ideia de pertencimento a uma cultura nacional ou de identificação
com uma comunidade local. Isso é parte da linguagem da identidade nacional, um
discurso de pertencimento nacional, representação aqui está intimamente ligada
à identidade e conhecimento.
A linguagem
fornece um modelo geral do funcionamento da cultura e da representação,
especialmente na chamada abordagem semiótica - estudo dos signos e seus papéis
- enquanto veículo de sentido numa cultura em que, ultimamente, centrou seu
esforço no estudo do discurso na cultura.
Para Hall (2016), discursos
são maneiras de se referir a um determinado tópico da prática ou sobre ele
construir conhecimento, um conjunto de ideias, imagens e práticas que suscitam
variedades no falar, formas de conhecimento e condutas, relacionadas a um tema
particular, atividade social ou lugar institucional na sociedade que define o
que é ou não adequado sobre um determinado tema ou área de atividade social.
As formações
discursivas, definem ainda que tipo de conhecimento é considerado útil,
relevante, verdadeiro em seu contexto e definem que gênero de indivíduos ou
sujeitos personificam essas características. Assim a formação discursiva se
tornou, termo geral, utilizado para fazer referência a qualquer abordagem, onde
o sentido, a representação e a cultura são elementos considerados
constitutivos.
O uso corrente da
linguagem e do discurso, enquanto modelos de como a cultura, o sentido e a
representação funcionam, bem como a subsequente “virada discursiva” nas
ciências humanas e sociais, constituem a mudança de direção mais importante,
ocorrida nos últimos anos no estudo da vida em sociedade.
1. Representação, sentido e linguagem
A prática da
representação, representa para Hall (2016), o processo chave do circuito
cultural que ocupa um novo e importante lugar no estudo da cultura. A
representação conecta o sentido e a linguagem à cultura. Mas o que isso
quer dizer? O que a representação tem a ver com cultura e significado?
Segundo Hall
(2016), a representação utiliza a linguagem para expressar algo sobre o mundo
ou representá-lo a outras pessoas, mas também, é uma parte essencial do
processo pelo qual os significados são produzidos e compartilhados entre os
membros de uma cultura. Portanto, representar envolve o uso da linguagem, dos signos
e imagens para significar ou representar objetos, tornando-se um processo complexo
de conexão entre sentido e linguagem.
Nesse sentido,
Hall (2016) apresenta três abordagens teóricas que entende como passíveis de
auxiliar no entendimento da representação do mundo efetivado pela linguagem, ou
seja: quando a linguagem reflete um significado que já existe no mundo dos
objetos pessoas ou eventos, a abordagem é reflexiva. Quando expressa
somente o que o falante, o escritor, o pintor querem dizer, o significado
intencional pretendido por Ele, a abordagem é intencional ou quando o
significado se constrói na linguagem e por meio dela, a abordagem é construtivista.
A representação é
a produção do significado e dos conceitos da nossa mente, por meio da linguagem.
É a conexão entre conceitos e linguagem que permite nos referirmos ao mundo
real dos objetos, sujeitos ou acontecimentos, no mundo imaginário de objetos
sujeitos e acontecimentos fictícios.
Temos assim dois
sistemas de representação. O primeiro, no qual toda ordem de objetos,
sujeitos e acontecimentos é correlacionada a um conjunto de conceitos ou
representações mentais, que nós carregamos, e sem eles, jamais conseguiríamos
interpretar o mundo de maneira inteligível. O significado depende do sistema de
conceitos e imagens, formados em nossos pensamentos que podem representar ou se
colocar como o mundo.
Sendo assim, a
cultura é por vezes, definida em termos de sentidos compartilhados ou mapas
conceituais compartilhados, mas não é o bastante, precisamos ser capazes de
representar e trocar sentidos e conceitos, o que só podemos fazer quando também
temos acesso a uma linguagem comum.
A linguagem se
apresenta, portanto, como o segundo sistema de representação, envolvido
no processo global de construção de sentido. O sistema escrito, o sistema
falado de uma língua em particular, são ambos considerados linguagens, as
imagens visuais, sejam elas produzidas pela via manual, mecânica, eletrônica digital,
quando usadas para expressar sentidos, as expressões faciais ou do gestos, a
linguagem da moda, do vestiário, das luzes do tráfego, a música, enfim,
qualquer som, palavra, imagem ou objeto que funcionem como signos, que sejam
capazes de carregar e expressar sentido e que estejam organizados com outros em
um sistema, são sobre esta ótica uma linguagem.
O termo geral que
usamos para palavras, sons ou imagens que carregam sentido é signo e estes,
indicam ou representam os conceitos e as relações entre eles, em nossa mente, e
juntos constroem os sistemas de significado da nossa cultura.
1.2 Linguagem e
Representação
Segundo Hall
(2016), as pessoas que pertencem à mesma cultura compartilham um mapa
conceitual relativamente parecido. Nesse sentido, devem compartilhar também uma
maneira semelhante de interpretar os significados de uma linguagem. Só assim os
sentidos serão efetivamente intercambiados entre os sujeitos.
Hall (2016)
questiona: como sabermos se o conceito indica tal coisa? Ou que a palavra
efetivamente representa determinado conceito? Como saber que sons ou imagens
trarão, por meio da linguagem, o sentido de meus conceitos e do que quero
expressar com eles? Isso pode ser simples no caso dos signos visuais, já que o
desenho, a pintura ou a imagem de uma ovelha na câmera e na TV por exemplo,
traz a semelhança do animal peludo pastando em um campo ao qual eu quero me
referir.
Imagens e signos
visuais, mesmo quando carregam uma semelhança próxima às coisas a que fazem
referência, continuam sendo signos, eles carregam sentido e então têm que ser
interpretados. Para fazer isso, nós devemos ter acesso a dois sistemas de
representação. Um que correlaciona o animal no campo com o conceito de ovelha
e outro que correlacionado há um sistema de linguagem no qual a linguagem
visual carrega algumas semelhanças com a coisa real ou parece com ela de alguma
forma.
A relação entre o
conceito e o signo, torna-se mais difícil no caso das linguagens, escritas
ou faladas nas quais as palavras não parecem nada com as coisas às quais
se referem, nem soam como elas. Em parte, isso ocorre porque existem diferentes
tipos de signos. Os signos visuais que chamamos de icônicos e carregam uma
semelhança com o objeto, pessoa ou evento ao qual fazem referência e os signos
escritos ou ditos que são chamados de indexicais e não carregam nenhuma relação
óbvia com as coisas às quais se referem.
1.3 Compartilhando
os códigos
Ao discutir o compartilhamento
dos códigos, Hall (2016), busca entender como as pessoas que pertencem à mesma
cultura, que compartilham o mesmo mapa conceitual e que falam ou escrevem a
mesma língua, sabem que a combinação arbitrária de letras e sons que constitui
a palavra ÁRVORE indica ou representa o conceito de “planta grande que cresce
na natureza”?
No entanto, afirma
que árvores de não saibam que são árvores e que, o sentido não está no objeto,
na pessoa, ou na coisa, e muito menos na palavra. Somos nós quem fixamos o
sentido, tão firmemente que depois de um tempo ele parece natural e inevitável.
O sentido é construído pelo sistema de representação e fixado pelo código que
estabelece a correlação entre nosso sistema conceitual e nossa linguagem, de
modo que a cada vez que pensamos em uma árvore o código nos diz para usar a
palavra em português árvore; a letra V para VITÓRIA; a cor vermelha do semáforo
para PARE e verde para LIVRE.
Para Hall (2016)
então, um jeito de pensar a cultura é nos termos desses mapas conceituais
compartilhados, sistemas de linguagem compartilhada e códigos que governam as
ações de tradução entre eles. Os códigos fixam as relações entre conceitos e
signos, estabilizam o sentido dentro de diferentes linguagens e culturas, nos
dizem qual linguagem devemos usar para exprimir determinada ideia. Inversamente
nos dizem quais conceitos estão em jogo, quando ouvimos ou lemos certos signos,
e nos possibilitam falar e ouvir inteligivelmente, e estabelecer uma “tradutibilidade”
entre nossos conceitos e nossas línguas.
Entende-se agora,
de forma mais fácil, porque, sentido, linguagem e representação são elementos
fundamentais no estudo da cultura. Pertencer a uma cultura é pertencer, grosso
modo, ao mesmo universo conceitual e linguístico, saber como conceitos e ideias
se traduzem em diferentes linguagens e como a linguagem pode ser interpretada
para se referir ao mundo ou para servir de referência a ele. Compartilhar esses
aspectos é enxergar o mundo pelo mesmo mapa conceitual e extrair sentido
dele pelos mesmos sistemas de linguagem.
O sentido não é
inerente às coisas do mundo. Ele é construído, produzido, é o resultado de uma
prática significante - uma prática que produz sentido, que faz os
objetos significarem.
1.4 Teorias da
Representação
Nesse item, Hall
(2016) nos apresenta os três enfoques que explicam como a representação do
sentido pela linguagem funciona, são eles: o enfoque reflexivo, o intencional e
o construtivista. Na abordagem reflexiva, o sentido é pensado como
repousando no objeto, pessoa, ideia ou evento no mundo real, e a linguagem
funciona como um espelho, para refletir o sentido verdadeiro, como ele existe
no mundo.
A abordagem intencional,
defende que é o interlocutor, o autor, quem impõem seu único sentido no mundo
pela linguagem. As palavras significam o que o autor pretende que signifiquem.
Todos nós usamos a linguagem para convencer ou comunicar coisas que são
especiais ou únicas para nosso modo de ver o mundo.
A terceira
abordagem é a construtivista. Ela reconhece o caráter público e social
da linguagem. Ela atesta que nem as coisas nelas mesmas, nem os usuários
individuais podem fixar os significados na linguagem. As coisas não significam:
nós construímos o sentido usando os sistemas representacionais - conceitos e
signos. De acordo com esta abordagem, nós não devemos confundir o mundo
material, onde as coisas e pessoas existem, com as práticas e processos
simbólicos pelos quais representação, sentido e linguagem operam.
2. O legado de
Saussure
Segundo Hall
(2016), a visão social construtivista da linguagem e da representação deve
muito a obra e influência do linguista suíço Ferdinand de Saussure. Para
Saussure, a produção do sentido depende da linguagem: “a linguagem é um sistema
de sinais.” Sons, imagens, palavras escritas, pinturas, fotografias, etc,
funcionam como signos dentro da linguagem “apenas quando eles servem para
expressar ou comunicar ideias”. Para comunicá-las, eles devem ser parte de um
sistema de convenções.
O signo foi
analisado por Saussure, em dois outros elementos: a forma (a verdadeira
palavra, imagem, foto, etc) e a ideia ou conceito na sua cabeça
com a qual a forma era associada. Saussure, chamou o primeiro elemento de significante
e o segundo elemento - o conceito correspondente que ele desencadeia na sua
cabeça - de significado. Cada vez que você ouvir ou ler o significante (isto
é a palavra ou imagem de um celular, por exemplo), ele será relacionado com o
significado (o conceito de um telefone portátil na sua cabeça).
Hall (2016),
afirma que Saussure, propôs que a linguagem consiste em significantes. Mas para
produzir sentido, os significantes devem estar organizados em um sistema de
diferenças. É a diferença entre os significantes que significa. E
a relação entre o significante e o significado, que é fixada pelos nossos
códigos culturais, não é, argumentou Saussure, permanentemente fixa. Palavras
mudam os seus sentidos que são produzidos dentro da história e da cultura.
Assim, se o sentido muda historicamente e nunca é fixado de forma definitiva, o
que se segue é que captar o sentido, deve envolver um processo ativo de
interpretação.
2.1 A parte
social da linguagem
Segundo Hall
(2016), Saussure, dividiu a linguagem em duas partes: a primeira consiste nas regras
e códigos gerais do sistema linguístico que deve ser compartilhado para que
se torne um meio de comunicação. Essa estrutura de linguagem subjacente,
governada por regras, nos permite produzir sentenças bem informadas chamada por
Saussure de “langue” (o sistema de linguagem).
A segunda parte
consiste nos atos particulares de fala, escrita ou desenho - que usando
a estrutura e as regras da langue (sistema de linguagem) - são produzidos por
um interlocutor ou escritor real. Ele chamou isso de “parole” ou fala (ou
escrita).
Segundo Hall
(2016), a estrutura subjacente de regras e códigos (langue) é a parte social da
linguagem e poderia ser estudada com a precisão das leis de uma ciência, devido
à sua natureza fechada, limitada. A segunda parte da linguagem, o ato
individual da fala ou do pronunciamento (parole), é a superfície da linguagem. A
linguagem para Saussure é, um fenômeno social, que não pode ser uma questão
individual, já que não é possível inventar as regras da linguagem
individualmente, para nós mesmos.