domingo, 18 de julho de 2010

A invenção da Serpanidade

Desde que cheguei em Aracaju, há 5 anos, uma discussão está em curso, um debate sobre identidade sergipana. De uns tempos pra cá cunhou-se um denominador que tem tido algum efeito sobre um alegado vazio anterior: Sergipanidade. Acho que poderíamos começar a prestar atenção em como isto se constrói? Desde quando? Quais são os elementos, símbolos, ressaltados? Retóricos e/ou alegóricos? O que (que símbolos) está ausente nos discursos? O que (que símbolos) está massivamente presente? Aqui segue uma provocação para pesquisas e uma demonstração de material para análise. Abraços.
http://http://www.infonet.com.br/sergipanidade/
http://digital.cinform.com.br/aberto/caderno/?codigo=4720102085472121

3 comentários:

Lys disse...

Bem... Sou Sergipana e adoro meu Estado e minha Cidade. Mas acho que o discurso de Sergipanidade ainda não é muito presente em nós Sergipanos. Em minha opinião por falta de conhecimento nosso sobre nosso Estado, suas personalidades, etc. O que pude comprovar no link da infonet, no quiz proposto para verificar o conhecimento sobre Sergipe e suas belezas, uma das perguntas afirmava que a praia que foi cenário do romance de Jorge Amado TIETA é Mangue Seco. Até aí tudo bem, mas esta praia não é Sergipana, e sim Bahiana.
Talvez exista uma tentativa de fomentar a Identidade Sergipana ou Sergipanidade, o que eu acho ótimo, com o pequeno cuidado de não fazer com que essa identidade seja forçada.

Frank Marcon disse...

O que tenho visto de intessante nesta discussão sobre "identidade" em Sergipe é que há uma recorrência ano-a-ano, sempre nesta época do feriado histórico, da necessidade de se marcar nos discursos midiáticos o retorno a esta discussão. É como se houvesse a constatação de uma "crise de valores identitários" e cada ano se quisesse exorcizá-lo reafirmando valores enfaticamente assinalados. O que vejo como mais interessante ainda são duas questões: a)as denominações que dão para estes movimentos, agora "sergipanidade" (como seu fosse um termo que sintetizasse e resolvesse toda questão); b)as ênfases dadas aqueles que são considerados os principais símbolos imolados da identidade, neste caso: a memória do cangaço, as festas juninas, o folclore, o petróleo, a relação de alteridade principalmente com a Bahia, etc. A gente poderia pensar em alegorias e retóricas presentes nos discursos dos homens de estado, das escolas, da imprensa, dos intelectuais e dos empresários durante os sucessivos anos? Que outras presenças e símbolos estaria sendo invisivilizados? Se as identidades são inventadas e por isto dificilmente perenes e consensuais como se inventou ou inventa esta idéia de sergipanidade, de onde ela vêm? que atua em seu nome? quais as estratégias utilizadas? o que está invisibilizado no grande discurso, mas se mostra presente como contestação?

Martha disse...

Olá...
Essa "sergipanidade" forjada principalmente quando tem alguém de fora por perto (e se for baiano então...)é um "troço" (agora falei bem Sergipano mesmo...Rsss!) bastante complicado pra gente discutir...Acredito que esse "negócio" de sergipanidade já nasce meio que falido e digo "negócio" em todos os sentidos que possa ter, uma vez que isso me soa como um antídoto ou algo parecido que alguém inventou e que deve ser aplicado e funcionar, ou pelo menos deveria, sempre que seja necessário. Creio que pensar uma identidade sergipana passa por refletir uma série de questões que são econômicas, políticas, culturais e irmos bem mais fundo nestas questões, repensando inclusive os tais símbolos colocados como marca dessa identidade, como o caranguejo, as festas juninas ou o folclore citados por você, uma vez que nossos manguezais estão se acabando e nosso caranguejo agora é importado e breve estará apenas em fotografias nas paredes de bares e restaurantes, nosso diversificado folclore morrendo "à míngua" e nossas festas juninas (o tal País do forró) resumidas em uma "Arena" chamada de Forró Caju e em uma "Vila" na Orla de Atalaia. Eu não fui muito Cientista Social agora não e sou cosnciente disso, (desabafei!)nesse momento creio que fui mais uma sergipana angustiada ao pensar sobre o que somos mesmo, quem somos, nos conhecemos, conhecemos o nosso Sergipe ou vamos continuar acreditando em qualquer coisa inventada pra dizer sobre o que é ser sergipano, inclusive que o nosso Sergipe é aquele "sergipinho", tão pequenininho, assim cantado em verso e prosa...
Abraços!
Martha.