Acesse aqui os Anais do IV SECIRI
Os certificados de participação e de apresentação dos trabalhos estarão disponíveis pelo SIGAA
(Acesse o site e baixe o seu)
DIA 20/05/2015
Mesa Redonda
Dilemas
Éticos no Trabalho de Campo
Coordenador
Frank
Marcon
Reconstrução
de um caminho: polêmicas em torno da devolução de produtos
audiovisuais para comunidades pesquisadas.
Prof.
Dr. Hippolyte Brice Sogbossi (PPGA/UFS)
O
objetivo desta fala é descrever e analisar aventuras antropológicas
ocorridas entre 2009 e 2015 na República do Benin, África. Trata-se
de incursões sucessivas em torno de pesquisas com produção de
vídeo e fotografias, em perspectiva comparada Brasil-Benin. A
pesquisa se realizou tanto individualmente quanto em grupo, e teve
como foco principal a observação de manifestações culturais e do
cotidiano de vários povos do país: religião, arte, técnica,
procissões e toques de tambores, rituais diversos. A experiência e
o caminho de volta revelaram-se singulares e permitiram questionar e
explorar dimensões da relação pesquisador/pesquisado. O estudo das
manifestações do ponto de vista diacrônico a partir de entrevistas
post eventos é, por exemplo, um dos que permitem redimensionar a
questão da pesquisa de campo. O conceito chave a ser explorado é o
de reconstrução, acompanhado de outros como conflito e intervenção.
Antropologia
como ética: Episteme e responsabilidade
Prof.
Dr. Ugo Maia Andrade (PPGA/UFS)
Episteme
e responsabilidade são associadas, respectivamente, aos domínios do
fato e do valor, vistos como antitéticos, mas que na antropologia –
mais que em outros saberes do campo das humanidades – são
necessários a uma dialética do entendimento. Partindo de uma
percepção de antropologia enquanto possibilidade reflexiva sobre
modelos de criatividade humana e do trabalho de campo como
experiência testemunhal da conjunção de tais modelos, os desafios
radicais postos para a disciplina são simultaneamente éticos e
epistêmicos, uma vez que estão relacionados à necessidade de
transcender o divisor “nós/eles”, seja aceitando a sugestão de
Roy Wagner de que “todos são antropólogos”, pressupondo a
equipolência dos modelos de criatividade; ou assumindo, à maneira
de Levinas, o outro como outrem,
interlocutor de uma relação de não-poder e não-saber, pois
irredutível ao mesmo, direcionada
à justiça. A partir de três contextos etnográficos, dois de
pesquisa e um de perícia, propõe-se, nesta comunicação, refletir
seminalmente a propósito dos limites para a transcendência do
divisor “nós/eles”.
Antropologia,
imagem e ética: a restituição da imagem na pesquisa antropológica
Prof.
Dr. Luiz Gustavo P. S. Correia (PPGA/UFS)
A
partir de algumas experiências de pesquisa e participações em
fóruns de Antropologia e imagem, pretendo nesta comunicação
discutir a restituição como compromisso ético e prática
etnográfica, contextualizando e debatendo proposições e dilemas
clássicos da área, como as indicadas pela antropologia
compartilhada aos moldes de Jean Rouch, e o debate em torno das
questões éticas e metodológicas envolvendo antropólogos em
diversos contextos de pesquisa e campos de atuação. Assim, pretendo
evidenciar a restituição como princípio fundamental do ofício do
antropólogo e apresentar distintos posicionamentos sobre sentidos
atribuídos a esta ação, seja como retorno do material produzido,
como divulgação dos resultados da pesquisa ou, principalmente, como
parte do processo colaborativo e da produção coletiva que
caracterizam a pesquisa antropológica.
A MESA REDONDA DO DIA 19/05/2015
Mesa
Redonda
Processos
Identitários em Debate
Coordenador
Frank
Marcon
Uma
proposta cultural de leitura da violência de gênero
Prof.
Dr. Carlos Magno Gomes (PROFLETRAS/UFS)
Este
trabalho apresenta algumas reflexões sobre as contribuições dos
Estudos Culturais para a ampliação do horizonte de expectativa do
leitor contemporâneo a partir das questões identitárias. Debatemos
como os pensamentos de Hall, Said e Bhabha podem ser aplicados a uma
prática cultural de leitura voltada para a valorização das
diferentes identidades em processos sociais de exclusão e rejeição.
Como recorte, propomos um modelo de
interpretação estético-cultural dos textos literários com
ênfase na luta contra a violência de gênero. Nesse
processo, as releituras são fundamentais para revermos os paradigmas
ideológicos patriarcais, ressaltando o lugar da revisão feminista
como um ponto estratégico para a manutenção dos direitos da mulher
e pelo fim do preconceito gênero conforme Rita Segato, Lia Machado e
Vânia Pasinato.
Processos
identitários: para se pensar as conexões entre poder e cultura
Prof.
Dr. Marcelo Ennes (PPGS/UFS)
A
proposta da comunicação é refletir criticamente sobre os usos
essencializados e substancializados da noção de identidade nas
Ciências Sociais feitos geralmente para caracterizar um determinado
grupo social ou mesmo uma determinada sociedade. Nessa direção é
comum ouvir ou ler expressões tais como “identidade sergipana”,
“identidade brasileira”, “identidade do povo negro”. Essa
abordagem, tanto no campo acadêmico como no campo político, pode
nos conduzir formulações grupistas que em um primeiro se apoiam no
discurso do direito às diferenças, mas se consolidam no isolamento
e no enfraquecimento ou desaparecimento do espaço público. Como
crítica a essas abordagens propomos pensar as conexões entre poder
e cultura a partir de uma perspectiva relacional e reflexiva,
denominada processos identitários, na qual privilegia-se quatro
dimensões, a saber: os atores, as normas, as disputas e o contexto.
Essas dimensões permitem pensar e explicar tensões políticas e
culturais produtoras de classificação, hierarquização e
transgressão social que caracterizam a sociedade contemporânea.
Salvador:
uma cidade afro? Disputas Identitárias nos Discursos dos Museus
Prof.
Dra. Mariana Selister Gomes (UFS)
A
comunicação parte da discussão dos Estudos Culturais sobre a
identidade não como um substantivo, mas sim como um processo de
(re)(des)construção contínuo, imerso em disputas e relações de
poder, para analisar o caso de Salvador-Bahia. O recorte para a
análise se dá nos discursos de três museus da cidade. A escolha
empírica fundamentou-se nos embates sobre a versão hegemônica da
história do Brasil Colônia, a qual vem sendo criticada por seu
caráter pouco crítico, eurocêntrico ou luso-tropical. Destes
embates decorreu a Lei 10.639/2003 que obriga o ensino de História e
Cultura Africana e Afro-brasileira nas escolas. Apesar do avanço no
debate, as discussões centram-se no âmbito do ensino formal. No
entanto, os museus também (re)produzem versões da História,
através de suas narrativas, inseridas na emergência e na
consolidação de uma ordem discursiva de saber-poder. A comunicação
adentra neste espaço de disputas simbólicas para compreender quais
versões da História do Brasil Colônia estão sendo difundidas em
museus de Salvador, bem como, como essas histórias articulam-se com
disputas identitárias. Os resultados indicam que enquanto o Museu
Ilé-Ohun-Lailai sintetiza a emergência da identidade afro, o Museu
Náutico reproduz o mito da democracia racial. Já o Museu
Afro-brasileiro busca reformular sua narrativa, abrindo-se para o
diálogo com o movimento negro.
BEM VINDOS AO IV SECIRI
O CREDENCIAMENTO ESTÁ OCORRENDO NO HALL DA DID VI -UFS
EXCLUSIVAMENTE ATÉ ÀS 19H.
IV SEMINÁRIO DE ESTUDOS CULTURAIS, IDENTIDADES E RELAÇÕES INTERÉTNICAS
Dilemas Éticos, o Campo e a Pesquisa
18, 19 e 20 de maio de 2015
Dilemas Éticos, o Campo e a Pesquisa
18, 19 e 20 de maio de 2015
O Seminário de Estudos Culturais, Identidades e Relações Interétnicas é um evento do grupo de estudos que leva o mesmo nome. O evento é bienal e ocorre desde 2009. O foco de nossos estudos e interesses é a reflexão sobre processos de identificação e diferença em múltiplas expressões e espaços, concentrando-se em expressões artísticas (arte pública, literatura, música, cinema); estudos sobre juventudes e estilos de vida contemporâneos; relações interétnicas de conflito ou de estratégias de solidariedade, manifestas através de formas de associativismo, parentesco, religiosidade e territorialidade; questões relativas aos estudos sobre cultura, história e populações africanas e na diáspora; bem como, estudos sobre políticas públicas e a relação entre educação e relações étnico-raciais. Com a realização deste IV Seminário procuramos interagir com pesquisadores individuais e de outros grupos de pesquisa com interesses semelhantes aos nossos, buscando a socialização, o intercâmbio e a ampliação das possibilidades de análise de temas contemporâneos. O evento conta com publicação eletrônica de anais, com catalogação da biblioteca da UFS e ISSN 2175-9715.
Programação Geral
Turno
|
18/05/2015
|
19/05/2015
|
20/05/2015
|
Manhã
09h
13h
|
GT´s
|
GT´s
|
|
Tarde
15h
18h
|
Credenciamento
(Hall
DID VI)
|
Minicursos
Oficinas
|
Mesa
Redonda
Encerramento
|
Tarde
18h
19h
|
Pré-lançamento
do Livro
Etnodesenvolvimento
Quilombola no Governo Lula
de
Aline Ferreira
|
||
Noite
19h
22h
|
Mesa de
Abertura
Roda de
Conversa
|
Mesa
Redonda
Processos
Identitários
|
Mesas Redondas
Atividade
|
Temas
|
Palestrantes
|
Mesa
de Abertura
18/05/2015
19h-21h
LOCAL DID VI (Auditório) |
Roda
de Conversa sobre Arte Pública
|
Coordenador
Lorenzo
Bordonaro
|
Mesa
Redonda 19/05/2015
19h-21h
LOCAL DID V (Auditório) |
Processos
Identitários em Debate
|
Carlos Magno
Marcelo
Ennes
Mariana
Selister Gomes
|
Mesa Encerramento
20/05/2015
15h-19h
LOCAL DID VI (Auditório) |
Dilemas Éticos no Trabalho de Campo
|
Ugo
Maia Andrade
Luiz
Gustavo P.S. Correia
Hippolytte
Brice Sogbossi
|
Grupo
de Trabalho
19 e 20 de maio de 2015, das 9h às 13h.
19 e 20 de maio de 2015, das 9h às 13h.
GT
|
Tema
|
Local
- Auditórios
|
01
|
Estilos
de vida, expressividades e identidades
|
História
|
02
|
Tradição,
cultura e contemporaneidade
|
Letras
Estrangeiras
|
03
|
Etnicidades
e relações raciais
|
Ciências
Sociais
|
04
|
Estudos
Culturais e possibilidades de pesquisa
|
Geografia
|
05
|
Mediações
culturais: identidades e poder
|
CECH
|
06
|
Políticas
públicas, identidades e diferenças
|
Pós
(Didática 2)
|
Oficinas/Minicursos
Título
|
Data/hora
Local
|
Oficina/Minicurso
I
Valor
do Consumo e Imaginação Sociológica: Aula de Articulação
entre Conhecimento Social cotidiano e Conhecimento Cientifico
Social
Mara
Raissa Santos Silva e Freitas (DCS-UFS)
Rouseanny
Luiza Santos Bomfim (DCS-UFS)
Nosso
objeto educacional refere-se à simulação de uma elaboração e de
uma execução de plano de aula sobre o consumo enquanto
representação social significativa e problemática das sociedades
contemporâneas. O objetivo geral é utilizar dois princípios
nucleares do conhecimento
científico-social: estranhamento e desnaturalização dos
fenômenos sociais. Como objetivos específicos temos: incorporar
a imaginação
sociológica no
processo de formação à docência e de aprendizagem e elaborar um
plano de aula através de alguns instrumentos intelectuais das
ciências sociais. A metodologia partiu da aplicação de uma
entrevista semiestruturada em torno das representações sociais dos
alunos sobre o consumo. A partir da análise dos dados, far-se-á uma
dramatização em que conteúdos simbólicos aparecidos empiricamente
serão o ponto de partida para a problematização
sociológica do
consumo enquanto orientação estruturante da vida social
contemporânea. Neste sentido, são priorizados conteúdos que
articulam o consumo aos
seguintes valores estruturais da regulação social contemporânea –
ação social estratégica e competição –, sob a hipótese de que
a problematização sociológica de tais conteúdos permitirá a
aquisição de um conhecimento empiricamente fundamentado sobre as
relações entre problemas pessoais comuns entre estudantes do ensino
médio (apatia, fracasso, violência escolar, etc.) e a impregnação
de valores da economia de mercado na estruturação de políticas
públicas educacionais.
|
19/05/2015
Auditório
Geografia
|
Oficina/Minicurso
II
Elaboração
de Relatórios Antropológicos em Processos de Regularização
Fundiária de Territórios Quilombolas
Wellington
de Jesus Bomfim (PPGS-UFS)
O
artigo 68 da Constituição Federal de 1988, que imputa o direito
à terra e território dos grupos “remanescentes das comunidades
de quilombos” no Brasil, pressupõe um serviço técnico
especializado realizado por Antropólogos e
Antropólogas, que no primeiro momento se constituía em laudo.
Homologado o Decreto 4.887/03, que regulamenta o
referido artigo, o papel do especialista passa a constituir-se na
elaboração de um relatório que servirá como
referencia na demarcação e delimitação dos territórios
quilombolas. Este espaço pretende discutir os procedimentos
metodológicos que esses processos requerem, destacando o
arcabouço legal e normativo que delineia os caminhos destas
produções, indicando estratégias de construção de tais peças.
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19/05/2015
Auditório
CECH
|
Oficina/Minicurso
III
Os Estudos Culturais e a Educação: discutindo propostas de atuação
Daniela
Moura Bezerra (PPGS-UFS)
Williams
Souza Silva (PPGS-UFS)
A
proposta desta oficina é discutir a integração Estudos
Culturais (EC) e Educação, refletindo sobre as possibilidades de
trabalho que tal campo de discussões pode
proporcionar às diferentes disciplinas no ensino médio. Partimos
da perspectiva de que o uso da metodologia proposta pelos EC nos
dá subsídios importantes para o entendimento da nova dinâmica social e, desta forma, do sistema educacional e das relações
sociais estabelecidas em seu interior. Com tal intenção, a ideia é debater inicialmente o percurso de tal corrente de
investigação e, em um segundo momento, demonstrar propostas de
trabalho a serem desenvolvidas em sala de aula. Público-alvo:
estudantes de graduação em Ciências Sociais e professores de
sociologia.
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19/05/2015
Auditório
Letras
|
Oficina
/Minicurso IV
Pesquisas
sobre o uso de plantas e substâncias psicoativas: dilemas éticos
e metodológicos
Sergio
Vidal
Felipe
Araujo
Diversos
estudos sobre o consumo de plantas e substâncias psicoativas têm
demonstrado que este comportamento é algo inerente ao humano,
como parte das práticas de diferentes culturas e civilizações.
Desde o início da proibição das drogas, no final do séc. XIX,
que o “fator proibição” tem sido levado em consideração
por pesquisas que se debruçam sobre o consumo de uma ou outra
substância, mas também, especialmente, sobre questões éticas e
metodológicas enfrentadas ao se estudar populações que têm
hábitos e costumes considerados ilegais. Dentro do campo de
estudos sobre o consumo de plantas e substâncias psicoativas há
um grande número de temas ainda pouco explorados. A proposta
desta oficina é abrir diálogo para com os diferentes temas e
dilemas que envolvem esse tipo de objeto, dentre os quais: Limites
éticos e metodológicos no estudo sobre pessoas e grupos humanos
que usam drogas consideradas ilegais; os usos religiosos de
plantas psicoativas; os usos de drogas nas sociedades
“tradicionais” e “de consumo”; o papel da perícia
científica na elaboração de políticas e leis sobre drogas; a
importância da reflexividade nas análises sobre o comportamento
e a história social do uso de plantas e substâncias psicoativas.
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19/05/2015
Auditório
Ciências
Sociais
|
REGRAS PARA INSCRIÇÃO E PARTICIPAÇÃO NO EVENTO
Inscrições Gratuitas pelo SIGAA a partir de 10 de abril de 2015
Prazos e
regras
1 - O
evento acontece nos dias 18, 19 e 20 de maio de 2015.
2 -
Período para a submissão dos resumos: 01 a 18 de abril de
2015.
3 - Os trabalhos (resumos e completos) devem ser enviados exclusivamente ao e-mail dos coordenadores após a realização de sua inscrição no link abaixo.
3 - Os trabalhos (resumos e completos) devem ser enviados exclusivamente ao e-mail dos coordenadores após a realização de sua inscrição no link abaixo.
3 -
Divulgação dos resultados da seleção dos trabalhos inscritos:
22 de abril de 2015.
4 -
Prazo para recebimento dos trabalhos completos: 08 de maio de 2015.
5 - Abertura das inscrições pelo SIGAA: 10 de abril de 2015.
6 - Encerramento das inscrições pelo SIGAA: 17 de maio de 2015.
7 - Atenção, ao inscrever-se como ouvinte, não assinale a opção dos GTs, que é exclusiva para aqueles que irão enviar resumos para apresentação de trabalhos.
8 - Ouvintes e apresentadores de trabalhos inscrevam-se somente através deste link.
7 - Atenção, ao inscrever-se como ouvinte, não assinale a opção dos GTs, que é exclusiva para aqueles que irão enviar resumos para apresentação de trabalhos.
8 - Ouvintes e apresentadores de trabalhos inscrevam-se somente através deste link.
Regras para
apresentação de trabalhos em Grupos de Trabalho
1 – Serão aceitos até 12 trabalhos por GT
(divididos em dois dias de apresentação).
2 - Cada inscrito poderá encaminhar apenas um trabalho
como autor e um outro como coautor.
3 – A candidatura para apresentação de trabalho se
dará através de envio do resumo aos e-mails dos coordenadores de GT, conforme
publicado abaixo.
Normas
para submissão de resumos e trabalhos completos
Resumo para GTs: fonte Times New Roman, espaço
simples, tamanho 12, margem 3cm. O resumo deve conter: (1) título do trabalho
(centralizado e em caixa alta); (2) nome do autor, instituição (se houver) e e-mail
(alinhados à direita). Texto do resumo com no máximo 900 caracteres. Não serão
aceitos trabalhos fora deste formato.
Trabalho completo: fonte Times New Roman, espaço 1,5, tamanho 12, margem 3cm. O texto deve conter: (1) título do trabalho (centralizado e em caixa alta); (2) nome do autor, instituição (se houver) e e-mail (alinhados à direita). Máximo de 20 laudas e mínimo de 10. Formato do arquivo em PDF. Não serão aceitos trabalhos fora do formato.
O trabalho completo deverá apresentar na primeira página uma capa com as seguintes descrições e em ordem: Nome do evento e nome do GT (no cabeçalho); nome do trabalho centralizado e nome do autor no fim da página.
Resumos e trabalhos completos deverão ser enviados exclusivamente aos e-mails dos coordenadores até as datas indicadas. Somente terão direito de apresentar trabalhos, receber certificados e constar nos anais eletrônicos àqueles que efetuarem a inscrição até as datas previstas.
RESUMOS DOS TRABALHOS APRESENTADOS NOS GTs
GT 1 - Estilos de vida, expressividades e identidades
Coordenação:
Liana Matos Araújo e Williams Souza Silva
Debatedores: Éder Claudio Malta Souza e Williams Souza Silva
Debatedores: Éder Claudio Malta Souza e Williams Souza Silva
E-mail:
estrelali2@hotmail.com
GT 2 - Tradição,
cultura e contemporaneidade
Coordenador:
João Mouzart
Debatedores: João Mouzart e Hippolyte Brice Sogbossi
E-mail: joaomouzart21@hotmail.com
Debatedores: João Mouzart e Hippolyte Brice Sogbossi
E-mail: joaomouzart21@hotmail.com
A proposta deste GT é reunir discussões que enfatizem o tema Comunidades Tradicionais, as quais, dentre outras coisas, destaquem questões referentes aos desafios e dilemas dessas comunidades na sociedade contemporânea. O entendimento que trazemos para o debate é o mais amplo possível, no que diz respeito à noção de comunidades tradicionais, abrangendo, por exemplo, comunidades quilombolas, indígenas, pescadores, extrativistas, religiosas, entre outras, tanto rurais quanto urbanas, que tenham em sua organização social e política, e em suas práticas culturais e econômicas, formas costumeiras de convívio, o que inclui também seus festejos. O objetivo é promover um momento de reflexão acerca do que se entende hoje como comunidades tradicionais, principalmente no que diz respeito aos entendimentos institucionais e sua relação com os entendimentos locais.
GT 3 – Etnicidades e Relações Raciais
Coordenadores: Franklin Timóteo
E-mail: outrofranklin@hotmail.com
E-mail: outrofranklin@hotmail.com
A proposta do GT é fazer uma reflexão sobre a problemática que envolve as expressões
da etnicidade nas mais variadas esferas de nossa sociedade, incluindo a educacional,
a política e a religiosa. Para tanto, consideramos como questão primordial a
perspectiva de que as retóricas de identidade ou a formação identitária são
delineadas como um ponto-chave para se pensar as relações interétnicas (e raciais)
em contextos sociais, em que a pluralidade de concepções se impõe a partir de
uma variedade de códigos simbólicos e inúmeras formas de percepção sobre as
diferenças. Entendemos que a formação da identidade pode ser definida como algo
situacional ou diretamente influenciada pelo contexto ou lugar de fala e
enfrentamento dos indivíduos, o que corrobora para a constituição de identidades
com fronteiras não tão bem definidas, onde a fluidez é a principal
característica. É com essa perspectiva que pretendemos devolver as discussões
neste GT, atentos às possibilidades de entendimentos contemporâneos sobre as
teorias da identidade e da etnicidade.
GT 4 - Estudos Culturais
e possibilidades de pesquisa
Coordenadora: Daniela Moura Bezerra
Debatedores: Daniela Moura Bezerra e Sérgio Lima dos Santos (IFS)
E-mail: daniela_mourabezerra@hotmail.com
Este GT propõe viabilizar um espaço de discussão sobre as múltiplas possibilidades de trabalhos de pesquisa a partir das perspectivas teóricas dos Estudos Culturais. Nesse sentido, serão recebidos trabalhos que se dediquem a reflexão sobre metodologias e abordagens que adotam posturas interdisciplinares (antropologia, artes, história, comunicação social, literatura, política e sociologia) na construção de seus objetos de análise. Receberemos propostas que apresentem reflexões sobre a prática da pesquisa ou exemplos de aplicação de metodologias que privilegiaram o caráter etnográfico, o trabalho em arquivos ou estudos a partir do uso de narrativas, sons e imagens.
GT 5 - Mediações Culturais: identidades e
poder
Coordenadores: Élida Damasceno Braga e Eliseu Ramos dos Santos
Debatedores: Luiz Gustavo P. S. Correia e Frank Marcon
E-mail: eliseu_ciso@hotmail.com
Debatedores: Luiz Gustavo P. S. Correia e Frank Marcon
E-mail: eliseu_ciso@hotmail.com
A proposta deste GT é reunir reflexões dedicadas aos estudos das relações de poder e manifestações de identidades envolvidas por processos de mediação cultural. O desafio é pensar atividades e experiências sociais, analisadas sob a ótica das produções, dos circuitos, dos consumos, das interpretações e dos conflitos. Dessa maneira, tal proposta enfatiza diferentes usos cotidianos de mediação cultural (orais, escritos ou visuais) em diferentes cenários de relações de poder. Interessam trabalhos que tratem de tais questões em diferentes formatos comunicativos (seja através de distintos meios ou estilos), considerando intencionalidades, receptividades, formas de afirmação de identidades e diferentes expressões e dimensões de poder nelas contidas. Consideramos que, na sociedade contemporânea global e ao mesmo tempo localizada, os processos de mediação revelam tensões atravessadas por diversas lógicas culturais, discursos e representações artísticas, políticas e sociais.
GT 6 - Políticas
públicas, identidades e diferenças.
Coordenadores: Diogo
Francisco Cruz Monteiro e Yérsia Souza Assis
Debatedores: Diogo Francisco Cruz Monteiro e Yérsia Souza Assis
Debatedores: Diogo Francisco Cruz Monteiro e Yérsia Souza Assis
E-mail: diogocruz_21@yahoo.com.br
A proposta deste GT é reunir pesquisadores do tema
política pública, articulado aos debates sobre gênero, juventude, etnia, raça,
meio ambiente e cultura, que de algum modo pensam as dimensões do papel do
Estado, do governo e das formas de organização coletiva que se afirmam como
grupos de identidade ou alteridade. Que políticas são estas? Como elas são
colocadas em prática? Quem são os sujeitos destas políticas? Como elas
interferem no processo de ativação dos sentimentos de identidade coletiva?
Quais suas implicações sociais? Como entender o atual fenômeno das políticas
públicas voltadas para grupos sociais específicos e suas interferências nos
processos identitários? Serão aceitos trabalhos dispostos a apresentar resultados
de suas pesquisas de campo.
Comissão Organizadora:
Prof. Frank Marcon
(frankmarcon@oi.com.br)
Daniela Moura Bezerra
Danielle Parfentieff de Noronha
Diogo Francisco Cruz Monteiro
Élida Damasceno Braga
Eline Limeira dos Santos
Eliseu Ramos dos Santos
Ely Daisy de Jesus Santos
Felipe Silva Araujo
Franklin Timóteo Espírito Santo
Ivan Paulo Silveira Santos
João Mouzart de Oliveira Junior
José Alison Nascimento Garcia
Liana Matos Araújo
Mara Raissa Santos Silva e Freitas
Mara Raissa Santos Silva e Freitas
Suene de Souza Dantas
Williams Souza Silva
Yérsia Souza de Assis
GT 1
SESSÃO 1
CIRCUITO DE PRODUÇÃO E CONSUMO DO CABELO AFRO EM ARACAJU
Lídia de Oliveira Matos (PPGA/UFS)
O
uso do cabelo em sua textura natural como forma de expressão do estilo,
gosto pessoal e também das identidades, não é um tema novo. Esta já é
uma conhecida estratégia utilizada pelo movimento negro, publicizada nas
mobilizações promovidas pelos negros americanos nos anos 60, uso do
discurso e também o cabelo “Black Power” foram símbolo destas lutas. A
partir de reflexões sobre o uso do cabelo esta sendo desenvolvida uma
pesquisa dentro do Programa de Pós-Graduação em antropologia, Mestrado
em AntRopologia na Universidade Federal de Sergipe produzindo reflexões a
partir dos seguintes objetivos: perceber como estão sendo construídas
as redes de relações das participantes das redes sociais, frequentadores
dos salões de beleza e dos Encontros de crespas e cacheadas; entender
como se dão os deslocamentos das Identidades anteriores, a partir da
identificação com um novo padrão estético, e por ultimo averiguar onde
estão situados os salões de cabeleireiros e as lojas que vendem produtos
específicos para cabelo afro na cidade de Aracaju. Propomos-nos
analisar os circuitos de consumo que estão se estabelecendo, as redes de
solidariedades e como as identificações e discursos se constroem a
partir da apreensão desses conteúdos. Por ser um tema recente, não
constatamos estudos que relacionam as pessoas que possuem cabelos com
textura afro, suas práticas de consumo, redes de solidariedades e
identificação construídas a partir da internet e também face a face.
Nesse contexto, o objeto de estudo deste projeto de pesquisa se insere
nesse circuito de produção e consumo do “cabelo afro”, especificamente
na cidade de Aracaju/SE. Assim, como problema geral de pesquisa,
levanta-se a seguinte indagação: Como está configurado o circuito de
produção e consumo do cabelo afro em Aracaju? A partir deste problema
central, outras questões foram sendo suscitadas, a saber: Onde estão
localizados os salões de beleza e as lojas de produtos para cabelo afro?
Qual o perfil das jovens que adotaram o gosto pelos seus cabelos afros?
Como as mídias sociais funcionam dentro desse processo?
COMUNIDADES E IDENTIDADES:
ÉTICA E HEDONISMO NO SÉCULO XXI.
Fábio Silva Souza
(Seminário Maior Nossa Senhora Conceição/SE)
Quando
muitos pensadores indicavam para os novos tipos de relacionamentos,
pautado em um hedonismo, desenraizado, configurado em redes, no conectar
"x" desconectar; nas tribos pautadas na estética sobre ética. Eis que
na contramão, configuram-se grupos interacionistas que reforçam suas
identidades através de ritos que são rotinizados, afirmando uma estética
e posicionamentos políticos. Configurando comunidades, nelas os
indivíduos parecem encaixados e com pouca circulação. O interacionismo é
vivido através de atividades rotinizadas que reforçam suas identidades.
Esse projeto de vida parece ir de encontro à modernidade caracterizada pela mobilização; diferenciação e laicização. Enfim a
liberdade aparece como problema à modernidade, que parece não ter
cumprido sua promessa de liberdade de consumo de bens e de circulação
aos trabalhadores. E talvez conta disso é que, se tem suscitado o
surgimento de novas comunidades e novos estilos de vida hoje.
OBEDIÊNCIA, CASTIDADE E POBREZA
Lúcia Maria Pereira (UFS)
Os
três votos ou conselhos evangélicos da Vida Religiosa, tidos como
perfeição da vida cristã, baseiam-se em valores que se transmitem aos
cristãos como renúncia à sexualidade, à liberdade e aos bens lícitos
deste mundo - prática que se afirma pela oposição entre a regulação
normativa e a auto-afirmação. Esse estilo de vida não pertence à
hierarquia da Igreja, mas, está ligado inabalavelmente à sua vida e
santidade. Entretanto, a regra de vida religiosa tomada ao exagero leva
ao esvaziamento de si - uma ambiguidade constante que gera tensão entre
esses religiosos. Porém, a liberdade vivida com limites incorpora a
idéia de emancipação e transcendência e possibilita relações de
continuidade com outras formas de percepção e convívio. Essas práticas e
representações geram maneiras distintas convivência e seguimento a
Cristo, definem identidades sociais, criam locais de convivência e
trânsito e produzem tramas de sociabilidades com códigos particulares de
comunicação.
O
objetivo do artigo é discutir as lógicas de ocupação dos espaços
urbanos, por grupos jovens, que tomam tais espaços como lugares
(carregados de sentido para os que fazem parte do grupo) legítimos para
prática de um determinado modo de vida. De forma específica, a proposta é
entender o processo de apropriação, sazonal ou não, das paisagens
urbanas por aqueles que se rotulam e/ou são rotulados como desviantes. A
proposta metodológica para a presente pesquisa é o acompanhamento das
vivências cotidianas dos diferentes agrupamentos, através da observação
participante. O intuito é analisar os critérios ativados na escolha dos
espaços como lugares de sociabilidades e como estes são usados na
manutenção e legitimação desse modo de vida. A ideia defendida é de que a
mobilidade espacial e as formas peculiares de ocupação do espaço urbano
é um critério de identificação que une indivíduos de distintos grupos.
SESSÃO 2
ANÁLISE DAS PESQUISAS ÉTICAS CONCERNENTES A ATIVIDADE TURÍSTICA
Taís Alexandre Antunes Paes
(UFS/Núcleo de Turismo)
taletunes@yahoo.com.br
O
presente trabalho busca realizar um debate e análise sobre as pesquisas
que abordam as condutas éticas concernentes a atividade turística
considerando as suas metodologias empregadas. A temática ética ganhou
ênfase após os anos 1980 e passou a ser estudada por diversas áreas do
conhecimento em que se insere a atividade turística. É possível observar
que diversos agentes sociais estão constantemente se deparando com
problemas de natureza ética nos quais têm de tomar decisões que podem
prejudicar um determinado grupo de indivíduos. Este é o caso, por
exemplo, da construção de equipamentos turísticos em uma determinada
localidade que apresenta comunidades indígenas. Questões ambientais
também permeiam as discussões éticas relativas a atividade turística que
abrangem a degradação ambiental e outros aspectos. Assim, o que se
observa são pesquisas de ética em turismo que abordam as tomadas de
decisões éticas cujos resultados buscam a melhoria das relações sociais.
“FORRÓ: DISPUTAS E ESPAÇOS DE SOCIABILIDADE”
Thiago Paulino (PPGS/UFS)
Entre
as diversas formas artísticas produzidas em Sergipe está o forró. Em
época de ciclo junino uma variada produção sonora e simbólica aflora
assim como seus espaços de sociabilidade:festas particulares, arraiais
comunitários, eventos de grande porte. Diante de todo um cenário
pulsante estão os atores sociais que se autodenominam "forrozeiros do
forró pé de serra".Músicos e compositores, que junto com outros atores
sociais, são posicionados de forma assimétrica em um mesmo cenário
urbano, mas que remete a um imaginário rural. Este trabalho pretende
explicitar alguns aspectos dos processos identitários existentes nesse
cenário em que o palco e espaço nas programações torna-se um bem em
disputa.
ESTILO DE VIDA E PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO ENTRE QUADRILHEIROS DE ARACAJU/SE
Liana Matos Araújo(UFS)
O
presente trabalho é um estudo sobre as juventudes e as quadrilhas
juninas de Aracaju/SE e tem por objetivo compreender como ocorre a
construção social da ideia de juventude no seio damanifestação cultural
quadrilha junina a partir da análise dos processos identitários, dos
estilos de vida, das sociabilidades existentes entre os quadrilheiros
incluídos em um contexto de consumo cultural. Dentro deste contexto,
torna-se necessário analisar,a partir de entrevistas, questionário e
observação direta, quais são os processos de identificação aí presentes,
como eles consomem e produzem a cultura local, como dão sentido às suas
expressividades e sociabilidades. E, desta forma, conhecer o universo
do quadrilheiro e quais as motivações que mobilizam os participantes a
se organizarem e se articularem dentro do processo de competições das
quadrilhas juninas em Aracaju/SE.
KUDURO: MÚSICA ELETRÔNICA, JUVENTUDE E ESTILOS DE VIDA
Ely Daisy de Jesus Santos (UFS)
Com
este trabalho pretendo apresentar os resultados de uma pesquisa de
iniciação científica sobre Kuduro: música eletrônica, juventude e
estilos de vida, que tem como objetivo compreender os prováveis
estereótipos, comportamentos, contribuições e formas de protagonismos
que os jovens de Angola, Brasil e Portugal vêm adquirindo, a partir do
consumo do kuduro. Nesta pesquisa utilizei como metodologia
leituras, pesquisas bibliográficas e jornais digitais relacionados ao
tema, além da pesquisa de campo no baile Socakuduro. Os resultados não
apenas demonstram como o kuduro chegou ao consumo no Brasil, mas também
os modos de comunicação que conseguiu gerar entre o público que consome e
produz, além dos modos de circulação da música eletrônica, fazendo uma
relação entre jovens e festas. Também nos permite pensar, nos porquês
deste ritmo tão bem recebido, ter se manifestado por diversas regiões do
país, inserir-se em grupos de jovens, estabelecer-se no meio cultural e
colaborar para o surgimento de novos artistas, DJs, cantores e
dançarinos no Brasil.
GT 02
SESSÃO 1
PORTO D’AREIA E O SEU CRISTO, RESSIGNIFICAÇÃO DE UM TERRITÓRIO
Tacyane Lima de Menezes (UFS)
tacy.lmenezes@gmail.com
Porto
d’areia é um bairro humilde de Estância, localizada na região sul do
estado de Sergipe. Nos últimos meses o território humilde, íngreme, com
casas populares e reduto da cultura tradicional como o samba de coco e o
barco de fogo, associou a cultura popular a inauguração de um Cristo,
ou melhor de um complexo turístico, uma tentativa da gestão
política-administrativa atual de projetar o lugar, antes esquecido pelos
políticos e negligenciados pela população local mais abastada. Visto
por alguns como uma imitação grotesca do cristo redentor da cidade do
Rio de Janeiro, e por outros como uma das atrações turísticas mais
significativas do lugar, a inauguração do complexo turístico e a
presença do Cristo tem dividido opiniões e trazido à tona o emblema
estigmatizador que durante muito tempo permeou o lugar. Neste sentido
serão analisados da construção desse complexo turístico e seus impactos
na identidade da população local que vê sua representatividade definida
entre o tradicional e o contemporâneo.
PESCANDO "FORA DA RISCA": PROCESSOS DE IDENTIFICAÇÃO E LUGARES DE MEMÓRIA
Ana Luísa Nobre (PPGA/UFS)
lisboanobre@gmail.com
A
proposta deste artigo é refletir sobre a interface entre os temas:
processos de identificação, comunidades tradicionais e conflitos
territoriais. A Vila do Estevão-CE, uma comunidade de pescadores que
fica na praia de Canoa Quebrada, será o contexto etnográfico que
permitirá articular essas discussões. Na vila, os conflitos territoriais
de terra e mar e as constantes investidas fundiárias resultaram em um
acordo entre o Governo do Estado e a associação de moradores, que
assegura a permanência dos estevenses no território até 2016, quando
será reavaliado. Diante da aproximação da desvalidação do título de
domínio, investigo algumas apropriações locais de categorias que apontam
para processos de identificação, a saber, "comunidades tradicionais",
"comunidades quilombolas" e "comunidades indígenas" e como seus usos se
articulam de formas situacionais e associativas em torno da questão
territorial. Assim como o pescador busca seus pesqueiros quando está
"fora da risca", ou seja, em alto mar, evoca seus lugares de memória em
tempos incertos.
SIMBOLOGIAS E RESISTÊNCIAS NO USO DA PRATARIA PELAS MULHERES MAPUCHE
Nádia Carrasco Pagnossi (PROARQ/UFS)
nadiapower411@bol.com.br
Habitantes
da região da Cordilheira dos Andes, desde aproximadamente 1250 d.C., o
povo Mapuche representa hoje a etnia mais populosa do Chile, chegando à
mais de 1,71 milhões de pessoas de acordo com o censo do ano de 2012.
Hoje sua maioria vive na capital Santiago. O objetivo principal
deste trabalho é analisar o uso da prataria (jóias) pelas mulheres
Mapuche nas ocasiões de protestos e de aparições públicas, já que
parecem demonstrar uma intenção de auto afirmação da identidade, além de
conterem simbologias de resistência à dominação estrangeira
(não-Mapuche). Em diversos locais de Santiago se nota a venda das jóias
de prata, levando à indagações referentes à sobrevivência dos prateiros
que às produzem e de qual seria o público consumidor. Também é relevante
a questão de quais seriam os verdadeiros prateiros Mapuche na
atualidade, visto que há um extenso debate sobre o tema.
SESSÃO 2
LIBERDADE DE IDENTIDADE DE GÊNERO E RELIGIÃO: TRAVESTIS NOS TERREIROS
Rosane Bezerra do Nascimento (UNIT)
rosanebezerra@gmail.com
Ilzver de Matos Oliveira (UNIT)
ilzver@gmail.com
O
estudo investiga a liberdade de exercício da identidade de gênero pelas
travestis nos terreiros de candomblé em Aracaju. Foram utilizados como
métodos a pesquisa de campo e bibliográfica. Foi possível constatar: a
presença de travestis afrorreligiosas em Aracaju; precária liberdade de
exercício da identidade feminina para as religiosas travestis; que as
travestis são aceitas nos terreiros candomblecistas, mas não há a mesma
aceitação em relação ao exercício da identidade feminina, sendo comum a
exigência de um comportamento masculino nos rituais religiosos.
REZADEIRAS DE ITABAIANA/SE: MULHERES QUE BENZEM E CURAM SOB A FORÇA DO SAGRADO
José Erivaldo Simões de Oliveira (UFS)
erivaldocemb@bol.com.br
Esse
trabalho tem como objetivo principal descrever e analisar as práticas
religiosas realizadas pelas rezadeiras da cidade de Itabaiana, Região do
Agreste Sergipano. Essas práticas neste marco espacial são exercidas
por mulheres que se encontram na terceira idade. Tais mulheres ao
realizar as curas religiosas invocam as forças divinas para curar os
diversos males, que se manifestam no corpo das pessoas doentes. Entre os
males mais benzidos podemos citar: o mau-olhado, o quebranto, a
dona-do-corpo e a doença do ar. Para expulsar esses referidos males,
costumam fazer uso da água benta, de plantas, da bíblia, orações e as
imagens de santos. Enfim, para a realização desse estudo, tivemos como
base a pesquisa de mestrado em antropologia realizada nesta referida
cidade entre os anos de 2012 e 2013.
O RACISMO AMBIENTAL COMO FATOR DE DESTERRITORIALIZAÇÃO ÉTNICO-RACIAL: UMA AMEAÇA AO PATRIMÔNIO RELIGIOSO AFRO-BRASILEIRO
Kellen Josephine Muniz de Lima (UNIT/SE)
As
religiões afro-brasileiras utilizam ambientes naturais como locais
sagrados em muitas das suas liturgias. A nova “onda ambiental”,
entretanto, tem gerado a subtração de alguns desses espaços naturais
sagrados para alçá-los ao status de reservas de proteção ambiental,
demonstrando uma sobrevalorização estatal da preservação do meio
ambiente em detrimento do patrimônio cultural e dos saberes tradicionais
das comunidades afro-brasileiras, e trazendo consigo também ameaças ao
direito à liberdade de liturgia dessas religiões, caracterizando um
exemplo daquilo que se tem denominado prática institucional de “racismo
ambiental”. O presente trabalho analisa o impacto decorrente desse
racismo ambiental sobre as liturgias afrorreligiosas e reflete sobre uma
possível conciliação entre a preservação ambiental e a proteção das
manifestação religiosas afro-brasileiras.
A COR DA ORAÇÃO: AS PRÁTICAS DA IRMANDADE DE SÃO BENEDITO NA CIDADE DE ARACAJU-SE NA ATUALIDADE
João Mouzart de Oliveira Junior (UFS)
A
grande questão que suscito neste artigo é pensar na constituição e
permanência da irmandade de São Benedito durante o século XX, como uma
organização coletiva de pessoas que ativam a afirmação religiosa e
étnica de socialização. Esta pesquisa tem como objetivo analisar
as práticas de sociabilidades e resistências presentes na irmandade de
São Benedito na cidade de Aracaju, estado de Sergipe. Dialogo
também intimamente com as questões referentes à temática étnico-racial
em contextos religiosos. Com relação à metodologia, fiz o levantamento
bibliográfico e utilizei a articulação entre pesquisa em arquivo e
observação direta. Desta forma, o presente artigo aborda uma faceta pouco conhecida sobre Aracaju: o mundo das irmandades de “pretos”. Percebi
que as estratégias de sobrevivência da irmandade de São Benedito, no
universo católico aracajuano, se perduraram em função da etnicidade. A
partir da referência da cor que se tornou um elemento aglutinador de um
grupo religioso majoritariamente reconhecido e auto-declarados pretos.
DOCUMENTAÇÃO LINGUÍSTICA DE COMUNIDADES DE PRÁTICAS RELIGIOSAS EM SERGIPE
Raquel Meister Ko. Freitag (UFS)
rkofreitag@uol.com.br
Thais Regina Conceição de Andrade (UFS)
Cristiane Conceição de Santana(UFS)
Igor Anthony Rocha Almeida (UFS)
Jenilton Lima Santos (UFS)
Breno Trindade Cardoso (UFS)
Comunidades
de práticas religiosas são relevantes para a memória, identidade e
formação da sociedade brasileira. Por isso, é fundamental a documentação
linguística e em uma série histórica: reiterados e transformados e
atualizados, a ponto de se tornarem referências culturais para
comunidades que as mantêm e as praticam. Visando contribuir para o
Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL) do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), realizamos a
documentação linguística de duas comunidades de práticas religiosas
situadas em municípios do interior sergipano: o Praesidium Mãe da Divina
Graça da Legião de Maria, no povoado Açuzinho, Lagarto, e o Terço dos
Homens, São Francisco. A diversidade linguística é tema que precisa ser
discutido e aprofundado, sob pena da padronização e normatização, em
curto espaço de tempo, das variedades linguísticas brasileiras faladas,
especialmente fora dos grandes centros. Por isso, o registro serve como
política cultural a ser implementada em relação ao bem.
GT - 3
SESSÃO 1
ETNOGÊNESE NO ESPAÇO DA LINGUAGEM XOCÓ
Beto Vianna (DLI/UFS)
btvianna@gmail.com
A
identidade indígena do povo Xocó é questionada com base em seu
histórico de miscigenação e adoção de traços culturais e fenotípicos das
comunidades de entorno. Ainda, a exemplo de outras etnias brasileiras,
os xocós utilizam uma variedade do português em suas interações pessoais
e institucionais. A atenção da linguística aos fenômenos
léxico-gramaticais dificulta a abordagem de processos identitários, pois
nem sempre se distinguem as especificidades do grupo em relação a
falantes de variedades similares da língua. Buscando entender a
construção identitária dos xocós no espaço da linguagem, propus um
projeto de pesquisa usando o arcabouço epistemológico da Biologia do
Conhecer, em que a linguagem é um domínio comportamental de coordenação
de ações. Espera-se que a observação dos espaços de conversação Xocó em
uma perspectiva situada contribua para a melhor compreensão de sua
etnogênese.
TURISMO ÉTNICO E EXOTISMO ÉTNICO:
REFLEXÕES PARA O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DO TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA NO QUILOMBO MOCAMBO/SE
Viviane CASTRO (Turismo/UFS)
violeira@ig.com.br
O
Mocambo é uma comunidade quilombola situada no Alto Sertão Sergipano
carente de opções de desenvolvimento. Seu patrimônio cultural e natural
pode se tornar atrativo para a inserção do Turismo Étnico trazendo
benefícios para a comunidade, mas deve-se tomar cuidado para que o
Turismo Étnico não se transforme em Exotismo Étnico, em que o consumo do
“Outro” inferioriza a cultura anfitriã. O
objetivo desta pesquisa foi fazer uma reflexão sobre o Turismo Étnico e
o Exotismo Étnico e ancorar de conhecimento prévio o estudo e dar
suporte ao planejamento estratégico futuro, baseado nos pilares
sustentáveis do Turismo de Base Comunitária - TBC. Esse texto utilizou a
pesquisa bibliográfica, para refletir sobre Turismo Étnico, Exotismo
Étnico e TBC, e a pesquisa de campo para colher dados empíricos da
comunidade, por meio da observação participante, aplicação de
entrevistas e registro fotográfico.
EXPRESSÕES DE PRECONCEITO RACIAL NO AMBIENTE ACADÊMICO DA UFS
José Alison Nascimento Garcia (DCS/UFS)
Zemane.alison@hotmail.com
O
objetivo deste artigo é identificar expor e analisar as possíveis
formas de preconceito racial, que ocorrem no ambiente acadêmico na
Universidade Federal de Sergipe, através dos dados coletados em um
questionário, aplicados junto ao SIGAA (Sistema de Gestão e
Administração Acadêmica), na tentativa de colaborar com as pesquisas que
versam sobre raça e identidade. Os dados coletados poderão ser
comparados a outros encontrados no diário de campo, tentando atenuar as
semelhanças e disparidades encontradas em ambas as situações trazendo a
discussão sobre estes, no que tange ao impacto das cotas raciais,
buscando assim, destacar a implantação das ações afirmativas como parte
de um amplo plano de inclusão social, com o entendimento de que a
questão racial é a chave para entender e superar as desigualdades
sociais existentes no Brasil.
UMA BREVE ANÁLISE DA ERÍSTICA ENTRE FRASER-HONNETH
olinthos@ig.com.br
O objetivo deste artigo é fazer uma reflexão sobre a erística (inicialmente
pensada como controvérsias) entre Nancy Fraser e Axel Honneth, no que
diz respeito aos conceitos de distribuição e reconhecimento que aparecem
em suas teorias normativas da justiça. Neste sentido, revisito alguns
conceitos de Marx para sugerir como fonte de pesquisa algumas
alternativas diferenciadas da dos dois renomados teóricos e tecer
algumas trajetórias investigativas que convirjam para uma possível
solução desta mística controvérsia acadêmica. Como leitmotiv,
trago para discussão, muito brevemente, a inflamável questão do racismo
na sociedade brasileira. Uma plausível tomada de posição em relação à
citada controvérsia é abraçar a tese de Nancy Fraser da
indissociabilidade entre distribuição e reconhecimento. Adicionalmente,
na rede de hidra da etnicidade, a erística, enquanto arte da
persuasão falaciosa, portanto, falsificação da dialética, ganha conexões
intersubjetivas, através das retóricas discursivas de indivíduos, quase
sempre apetrechados de códigos simbólicos e outras tantas percepções
sobre o outro não ele; de maneira que, em momentos cruciais de
conflitos, onde o que está em jogo são posições raciais, mesmo que
implicitamente, levando-nos a pensar que a constituição de identidade é
quase sempre eivada de labirintosas teias racionais.
SESSÃO 2
PÓS-SECULARISMO, FUNDAMENTALISMO EVANGÉLICO E INTOLERÂNCIA RELIGIOSA: NOTICIAS DE UMA GUERRA SANTA NO BRASIL
Ilzver de Matos Oliveira (Doutor PUC/RJ)
Kellen Josephine Muniz de Lima (UNIT/SE)
O
projeto de exclusão da religião da esfera pública, como resultado do
desejo de autonomia trazido pela modernidade secularizada, parece não
ter se concretizado, e se experimenta hoje no mundo um forte retorno da
religião ao espaço público. No Brasil, por exemplo, desponta o fenômeno
de expansão de segmentos fundamentalistas com forte protagonismo na
esfera política, principalmente através da denominada “bancada
evangélica”. Vê-se, também, o fortalecimento de uma cultura de
intolerância que tem como alvo principal as religiões afro-brasileiras e
que viola o direito dos povos de terreiro à liberdade religiosa, de
culto e de crença. Assim, diante desse contexto, o presente
artigo pretende analisar o fenômeno social da intolerância religiosa
contra as religiões de matriz africana, bem como o impacto deste
fenômeno na violação de direitos deste segmento religioso no Brasil
pós-secular.
Performance e Etnicidade na festa do Lambe sujo versus Caboclinhos em Laranjeiras /SErgipe
Vanessa Regina dos Santos (UFS)
vanessajun@ig.com.br
O
presente trabalho tem como objetivo assinalar a contribuição das
principais teorias sobre festa, ritos, mitos e performance. Partindo da
perspectiva de se compreender o conceito de festa através de suas mais
diversas perspectivas, desde a ideia de quebra de rotina, mas também
atrelada a de uma desordem consciente dos papeis ali expostos, o dialogo
conciso e enfático com a teoria da performance, compreender como as
dramas sociais coexistem e são ali representados festivamente , numa
ótica de teatro e as contribuições acerca da teoria de etnicidade e
relações raciais. Seguindo uma linhagem sincrônica dos fatos históricos
decorridos na cidade, compreender quais as principais relações que estão
no contexto de formação social, através de gestos, indumentárias,
musica entre outros elementos sob a luz da ideia de performance como
processo de auto afirmação da identidade local.
ESTUDANTES WASSÚ: IDENTIDADE ÉTNICA EM INTERFACE COM A ESCOLA NÃO-INDÍGENA
Aldjane de Oliveira (UFS)
ald.cso@hotmail.com.br
Este
trabalho pretende analisar trajetórias escolares de estudantes
indígenas Wassú, da etnia Urupê, localizados na área rural da cidade de
Joaquim Gomes-Alagoas. Tal pesquisa surge dos questionamentos: Como os
estudantes Wassú enxergam a transição da escola indígena para a
não-indígena? Quais dificuldades estes estudantes Wassú enfrentam para
conseguirem frequentar a escola não-indígena, e quando estão nela
inseridos quais influencias isto acarreta para a construção de sua
identidade étnica? Problematizo sobre sua construção e afirmação
identitária no ambiente escolar. Analisando a subjetividade dos próprios
estudantes Wassú sobre tais processos vivenciados pelos mesmos. Para
tal pesquisa foram feitas incursões etnográficas à escola indígena da
Aldeia Wassú Cocal e também foram entrevistados estudantes Wassú, entre
14 e 18 anos, da escola da cidade que estudam em turmas de 1º ano do
nível médio, visto que não se encontra este nível de ensino na Aldeia.
Pretendemos registrar e compreender como os jovens estudantes Wassú
entendem, significam seus trajetos para obter a escolarização tão
valorizada na sociedade nacional e entre os grupos indígenas também nos
últimos anos ou décadas. Buscamos compreender também como esse convívio e
formação escolar influenciam, afetam positiva ou negativamente na
construção da identidade indígena. Para fundamentar tal pesquisa,
utilizamos como base teórica Barth (2000) e (2005), Geertz (2001) e
Rodrigues (2012).
ACESSO À JUSTIÇA E RACISMO INSTITUCIONAL: REFLEXÕES SOBRE OS ENTRAVES AO EXERCÍCIO DO DIREITO À LIBERDADE RELIGIOSA EM SERGIPE
João Víctor Pinto Santana (UNIT)
j.victorsantana@hotmail.com
José Lucas Santos Carvalho (ESTÁCIO/FASE)
lucascarvalhodir@hotmail.com
A
intensa desigualdade étnico-racial existente em nosso país tem nos
entraves proporcionados pelo Estado ao acesso à justiça um agente
legitimador da discriminação racial em nossa sociedade. Assim, o sistema
de justiça brasileiro, que é chamado a assumir papéis decisórios e, por
vezes, políticos na vida social, interfere em demandas sociais na
tentativa de garantir a efetividade e a concretização de direitos
fundamentais. No entanto, a institucionalização do racismo no cotidiano
das ações do Estado contribui para a mitigação da liberdade
afro-religiosa, ao invés de promovê-la. Desse modo, diante da relevância
constitucional dada ao exercício da liberdade religiosa e da busca cada
vez maior do sistema de justiça para decidir os conflitos originados da
intolerância às religiões de matriz africana e assegurar o exercício da
religiosidade, faz-se necessário o presente estudo acerca do acesso à
justiça em relação à liberdade religiosa no Brasil e, especialmente, em
Sergipe. O presente trabalho, utilizando-se
de pesquisa qualitativa, com o emprego de livros, artigos científicos,
dissertações, jurisprudência e legislação pertinentes, o tem como
objetivo investigar, a partir da análise de jurisprudência sobre o tema,
o tratamento dado pelo sistema de justiça às demandas de judicialização
das religiões de matriz africana e refletir sobre a democratização do
acesso à justiça como mecanismo de efetivação da autodeterminação da
religiosidade afro-brasileira.
GT 04
SESSÃO 1
DO SILÊNCIO AO PROTAGONISMO: OS NOVOS DEBATES SOBRE O PÓS-ABOLIÇÃO NO BRASIL
Luiz Paulo Santos Bezerra/UFS/PROHIS
luiz_sbezerra@hotmail.com
Por
muito tempo a historiografia brasileira analisou os negros no
pós-abolição com um olhar simplista e generalizante. Muitos desses
estudos misturavam duas temáticas, escravidão e pós-emancipação,
colocando a vida dos libertos após 1888 como uma continuação do período
escravista. Porém, é sabido que o debate sobre a questão racial no
Brasil, principalmente após o centenário da abolição escrava, gerou uma
série de análises revisionistas do passado brasileiro. À luz das novas
perspectivas da História Cultural, o presente trabalho pretende analisar
o pós-abolição como elemento fundamental para se pensar os homens e as
mulheres africanas e afro-brasileiras como sujeitos de sua própria
história. Rompendo assim o pensamento de que os egressos do cativeiro
eram objetos sem estratégias e sem ação.
DIÁLOGOS SOBRE OS CONFLITOS RACIAIS NA NARRATIVA FICCIONAL EM DA COR DO PECADO
Laila Thaíse Batista de Oliveira (UFS)
lailathaise@hotmail.com
O
artigo analisa de que forma é apresentada a questão racial na
telenovela e a construção da representação da mulher negra na narrativa
ficcional da novela Da Cor do Pecado exibida na Rede Globo, no horário
das 19h, em 2004, dirigida por Denise Saraceni, escrita por João Emanuel
Carneiro. A análise utiliza o método da análise estrutural da
narrativa, proposta por Barthes (1980) e a análise de conteúdo proposta
por Laurence Bardin (1977). Considerando que “Da Cor do Pecado” foi a 1ª
novela global a apresentar uma protagonista negra, interpretada por
Taís Araújo, traz como plot a questão racial. Para dialogar sobre as
questões raciais serão utilizados como aporte teórico as leituras de
Kabengele Munanga (1986) e Lilia Shwarcz (1996), e para compreender a
construção das narrativas ficcionais as obras de Renata Pallottini
(1998), Imacollata Vassalo Lopes (2009) e Solange Couceiro (2001).
PRECONCEITO RACIAL: UM TEMA ATUAL - UMA PROPOSTA DE ATIVIDADE PEDAGÓGICA
Michelle Lima (Mestranda/UFS)
michelle.violino@hotmail.com
Tendo em vista a importância e necessidade do letramento para a vida de qualquer cidadão,COSSON (2011) em Letramento literário: teoria e prática orienta uma sequência de etapas em que seria possível levar os alunos ao letramento literário. Dessa
maneira, a proposta deste trabalho é sugerir um estudo sobre o
preconceito racial de acordo com a sequência definida pelo autor. Tendo
como texto principal a obra de Aluízio Azevedo, O Cortiço,o
objetivo da atividade pedagógica é mostrar aos alunos como os temasda
escravidão e do racismo eram vistos no início do século passado por meio
das obras literárias da época.
MEMÓRIAS DO CANGAÇO EM SERRA TALHADA/PE: UM OLHAR SOBRE “O MASSACRE DE ANGICO”
Jéssica da Silva Souza (DHI/UFS)
jessik.livres@gmail.com
Comarca
de Vila Bella, atual município de Serra Talhada/PE, 1987, nasce
Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião. A cidade, assim como outras
que tiveram alguma relação com o fenômeno, tenta (re) afirmar sua
importância na história do cangaço mediante diversas ações. Anualmente,
principalmente o mês de julho, é dotado de atividades referentes à
rememoração do cangaço. Nesse contexto está inserido o espetáculo a céu
aberto teatralizado “O massacre de Angico: a morte de Lampião”,
organizado pela Fundação Cultural Cabras de Lampião. O objetivo
deste artigo consiste em fazer algumas reflexões sobre um dos roteiros
deste espetáculo – apresentado em 2014 – que tem ganhado cada vez mais
repercussão como atrativo turístico na região. Buscando perceber de que
forma o cangaço é lido pelos atores e como isso tem reverberado na
localidade.
MEMÓRIA E TRADIÇÃO DA FILARMÔNICA UNIÃO LIRA PAULISTANA DE FREI PAULO/SE
Gilmar Correia da Conceição (UNIT)
José Erivaldo Simões de Oliveira (UFS)
erivaldocemb@gmail.com
Este
estudo tem como objetivo estudar e descrever a trajetória histórica da
Filarmônica União Lira Paulistana da cidade de Frei Paulo/SE, tendo como
ênfase principal mostrar a importância desta entidade para a formação
cultural de crianças e jovens desta cidade, tendo-se em vista que esta
instituição tem 139 anos de existência. A memória desta entidade tem
sido marcada por um perfil de caráter militarista, religioso e político.
Enfim, para a realização deste trabalho utilizamos de fontes orais,
consulta ao acervo histórico da filarmônica e bibliografias concernentes
à temática.
SESSÃO 2
A VIOLÊNCIA SEXUAL EM NARRATIVAS DE LYA LUFT E HELENA PARENTE
Maria Juliana de Jesus Santos (DLI/UFS/PIBIC/CNPq)
Gardênia Dias Santos (DLI/UFS/PIBIC/CNPq)
flowergardenia@hotmail.com
O
presente trabalho, que consiste em uma proposta de iniciação
científica, objetiva discutir o modo como se retrata a violência sexual
contra a mulher em As parceiras (1938), de Lya Luft, e no micro conto “O tarado”, de Helena Parente Cunha, inserido na coletânea Cem mentiras de verdade (1985),
bem como questionar esta problemática, à luz dos aportes teóricos sobre
estudos culturais (Carlos Magno), gênero (Guacira Louro), violência de
gênero (Saffioti) e tráfico do corpo feminino (Rita Segato), e da Lei nº
11.340, de 7 de agosto de 2006 (Maria da Penha), que cria mecanismos
para coibir e prevenir este tipo de violência. Nesse sentido é
importante, também, mostrar o papel da Literatura em questionar e expor
tais problemas. Além disso, propõe-se mostrar a relevância, o
cumprimento e a divulgação da referida lei, pois cabe à família, à
sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o
combate efetivo à toda forma de violência contra a mulher.
O TRATAR DE NEGRAS E MULATAS NA LITERATURA BRASILEIRA
Deise Santos do Nascimento (PROFLETRAS/UFS)
Dede_letras@yahoo.com.br
O
presente artigo visa tratar da apresentação do uso do Método Cultural
de Leitura (GOMES, 2014) como uma possibilidade de formação crítica do
leitor a partir do diálogo entre textos acerca de temas que perpassam o
cotidiano dele. Na ocasião, debateremos que o texto literário é possível
de ser trabalhado em sala de aula desde que o mesmo passe por uma
atualização, que só oportuna quando o leitor torna-se um coautor da
narrativa. Dessa forma, apresentaremos uma discussão possível à obra O Cortiço,
Aluísio Azevedo, motivada pela verificação da construção da imagem da
mulher negra e mulata nas obras da literatura brasileira e como essa é
vista, em nossa sociedade, nos dias de hoje. Para tal, faremos uso de um
referencial teórico que nos guie nessa reflexão, a exemplo de DUARTE
(2010), sobre as questões étnicas na literatura; CALVINO (2013) e
BARTHES (1992) e (2013) para as considerações do texto literário, HALL
(2006) acerca de identidade e GOMES (2014) na leitura intertextual e o
método citado.
FOTOGRAFIA E RESISTÊNCIA NA OCUPAÇÃO NOVO AMANHECER: EXISTE O INDIVÍDUO NA SOCIEDADE?
Diego Bragança de Santana (UFS)
arkaios@hotmail.com
O
presente artigo tem por objetivo dissecar os aspectos de resistência
social numa comunidade periférica em detrimento das ações de
confinamento e repressão do Estado e da sociedade civil, sob perspectiva
das narrativas dos antigos ocupantes e da Antropologia Visual. Deste
modo, compreende-se, que os registros fotográficos, além de promoverem
um debate elucidativo acerca do pensamento analítico antropológico,
também promovem o empoderamento desses grupos, como forma de voz ativa
no meio social, ao passo em que os sujeitos da pesquisa passam a
construir sua própria história e consequentemente, suas análises
antropológicas do contexto em que viveram. A ocupação Novo Amanhecer
estava localizada no bairro 17 de Março, em Aracaju, Sergipe. Para
desenvolvermos essa pesquisa e traçarmos algumas questões, foram feitas
revisões teóricas e a captação de fontes orais, bem como as análises
documentais e a utilização de registros fotográficos.
AS CORES NA PAISAGEM TEM HISTÓRIA PARA CONTAR
Greciane Neres do Nascimento (PROARQ/UFS)
grecianeneres@gmail.com
Pretendemos
evidenciar as relações entre Arqueologia, Arte e Antropologia, através
do estudo da experiência estética relacionada à arte rupestre numa
perspectiva fenomenológica. Através dos estudos, feitos no Complexo
Arqueológico Lagoa da Velha, localizado na cidade de Morro do Chapéu-BA,
procuramos estabelecer relações entre arte rupestre, paisagem e
memória, considerando a pintura como resultado/produto da interação
entre artistas e paisagem. Tentamos entender a arte rupestre a partir de
sua dimensão sensorial e por isso utilizaremos a abordagem que
privilegia os sentidos (sensorial), dando especial atenção as aplicações
da cor nessa paisagem e sua relação com a memória.
Partindo
da abordagem culturalista (EC), que entende as diferentes produções
culturais como narrativas capazes de nos auxiliar no entendimento da
dinâmica social, o presente artigo pretende discutir a abordagem
sensorial das cidades, enquanto campo de investigação promissor para o
estudo de juventudes e sociabilidades. A intenção do trabalho é
apresentar as paisagens sonoras como possibilidade metodológica para a
compreensão dos diferentes grupos urbanos. Segundo esta proposta, os
sons são tomados como elementos indispensáveis à vida cotidiana de um
dado grupo ou indivíduo, tornando possível a compreensão de suas ações,
trajetórias sociais, formas de sociabilidade e até mesmo dos itinerários
que acabam construindo nas cidades, e consequentemente, demarcando-as. A
música é entendida, portanto, como uma imagem simbólica que pode servir
para representar ou interpretar a vida social e sua prática como
produtora de tensões, valores e identificações.
GT 05
SESSÃO 1
A ATUAÇÃO DO GRUPO DE PESQUISA ELO PARA FORTALECIMENTO, PRESERVAÇÃO E VALORIZAÇÃO DA CULTURA RIACHUELENSE
Suellen Maria Lins Ximenes (UFS)
De
iniciativa privada e atuação regional, o GPELO - Grupo de Pesquisa Elo
nasceu inicialmente com uma proposta de fortalecimento, preservação e
valorização da cultura local do município de Riachuelo/SE, a partir da
vontade de jovens pesquisadores de atuarem mais ativamente na sociedade.
Com participação ativa nos eventos culturais da cidade, utiliza-se todo
material produzido como recurso no desenvolvimento do trabalho do
grupo. A proposta deste artigo é analisar alguns exemplos de iniciativa
não governamental para refletir sobre possibilidades de atuação na
pesquisa de fenômenos sociais e como é possível contribuir para o
crescimento social, como também indicar as ações práticas e métodos para
aplicações desta natureza. É de grande importância dentro de qualquer
sociedade demonstrar que a comunidade valoriza e abraça a promoção da
cultura do seu povo e refletir sobre isto é uma questão de fundamental
importância no campo das Ciências Sociais.
POLÍTICAS CULTURAIS E A CONSTRUÇÃO RETÓRICA DA SERGIPANIDADE
Eliseu Ramos dos Santos (PPGS/UFS)
A
intenção desse artigo é mostrar como as políticas culturais em Sergipe,
a partir da gestão de Marcelo Déda (PT), convergem para a ideia de
consolidar uma identidade sergipana como uma proposta cultural de
Governo, buscando intricar suas concepções político-ideológicas numa
categorização dessa identidade: a Sergipanidade. Nesse sentido, nos
utilizaremos de documentos oficiais veiculados pela Secretaria da
Cultura de Sergipe (2007-2014), além de discursos proferidos pelos
respectivos secretários do órgão para analisarmos como foi se
construindo uma retórica oficial da Sergipanidade, que se revela para
nós algo muito recente, mesmo que seu discurso busque alusão a uma
temporalidade remota. Através de estratégias políticas que anseiam
reiterar e expandir o sentimento de pertencimento, o Governo se apropria
e legitima um conjunto de aspectos e referências culturais locais,
espelhando um reflexo idealizado dos sergipanos para que os mesmos
possam se reconhecer.
ACAMPAMENTOS RURAIS: TERRITÓRIOS E LUGARES
Haiane Pessoa da Silva (PRODEMA/UFS)
haianepessoa@yahoo.com.br
As
articulações e mobilização desenvolvidas pelo MST condicionam a
formação dos acampamentos rurais enquanto materialização do status
social “sem terra”. Contudo, a realidade que deveria ser fluída e
passageira tem se perpetuado por longos anos fazendo com que as barracas
de lona preta se tornem assentamentos não legalizados. Assim, este
artigo propõe descrever como se configura esses espaços, tendo como foco
duas categorias geográficas: lugar, ressaltando a identidade do sujeito
e território a partir das relações de poder. Serão apresentados os
dados obtidos em três acampamentos rurais situados em Itaporanga
D’Ajuda/ SE. Assim, a partir da abordagem descritiva analítica
pretende-se discorrer como se articula o movimento socioterritorial
(MST) enquanto mediador de conflitos, e, posteriormente pretende-se
demonstrar como se desenvolve a relação socioambiental no território dos
acampados.
FORA DO EIXO: ATUAÇÃO POLÍTICA E AS RELAÇÕES DE PODER
Wener da Silva Brasil (UFS)
O
presente trabalho buscou realizar um estudo sobre a atuação política do
Coletivo Fora do Eixo e as relações de poder exercidas pelos
participantes e consultores, que como organização social composta por
jovens, desenvolve trabalhos na área da cultura nas mais diversas
linguagens. O objetivo é descrever a atuação política, configurada em
rede de coletivos de todas as regiões do país, a partir do estudo dos
atores sociais que compõe o Fora do Eixo e como eles constroem e
executam as ações pautadas na produção, circulação e consumo cultural no
âmbito da política. Dentro deste contexto, procuro analisar, a partir
da observação direta, das entrevistas realizadas, dos estudos
bibliográficos e da análise dos aplicativos, sites e redes sociais,
quais são as estratégias discursivas presentes no debate contemporâneo
brasileiro sobre a cultura, como dão sentido as articulações políticas
de forma colaborativa e como as demandas e atores sociais se fazem
presentes. Busco aqui compreender as relações de poder exercida pelos
participantes expostas e articuladas através de reuniões presenciais e
virtuais. O processo construtivo político do grupo é pauta inesgotável
de discussão entre os seus membros, porque segundo eles quanto mais
organizado o FdE se apresentar, mais vezes será ouvido pelo Estado,
ganhando credibilidade e confiança. Desta forma, conhecer os processos
políticos que os coletivos vivenciam e o que motivam jovens, de
diferentes propostas sociais e culturais, a se articularem e se
organizarem em rede.
SESSÃO 2
O ATIVISMO CIENTÍFICO E A ANTROPOLOGIA ANTIPROIBICIONISTA DOS USOS DA AYAHUASCA
Felipe Silva Araujo (UFS)
A
dicotomia proibicionismo/antiproibicionismo tem pautado posicionamentos
ético-políticos de diversos pesquisadores da relação entre uso de
drogas e sociedade, principalmente a partir do final do século XX.
Através de uma investigação sobre a produção de discursos em um
expressivo grupo de pesquisadores antiproibicionistas brasileiros - o
Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos - evidenciou-se a
presença marcante da antropologia e de argumentos relacionados ao uso
do chá psicoativo amazônico ayahuasca neste processo. O presente
texto traz uma síntese desta observação, salientando as implicações de
uma antropologia ayahuasqueira antiproibicionista na redefinição de
abordagens e posturas científicas sobre a relação entre usos de
psicoativos e políticas públicas, principalmente a partir da
reivindicação no NEIP de um papel de destaque para as pesquisas de
ciências humanas no debate político.
GÊNERO, PODER E SILÊNCIO: UM OLHAR ANTROPOLÓGICO SOBRE NARRATIVAS DE ABORTO
Priscila Viana (UFS)
O
presente trabalho é resultado de uma pesquisa de mestrado e se propõe a
analisar os aspectos políticos, morais e simbólicos entremeados na
prática do aborto a partir da análise antropológica sobre narrativas de
vida. Foram entrevistadas quatro mulheres com diferentes trajetórias
reprodutivas, familiares, conjugais e políticas, mas com um ponto em
comum: são corpos marcados pela prática do aborto criminalizado,
inseguro e clandestino. Para analisar as narrativas de vida à luz da
teoria antropológica, recorro às orientações teórico-metodológicas da
Antropologia Feminista e dos Estudos Pós-coloniais, colocando no centro
do estudo o gênero e o poder como elementos constitutivos das relações
sociais travadas em torno da prática do aborto no Brasil. A partir da
perspectiva foucaultiana sobre as práticas discursivas, o poder
disciplinar e o poder biopolítico, aponto caminhos para compreender a
memória e o silêncio como aspectos presentes em relatos marcados por
situações de desigualdade política e simbólica.
ENTRE A MORTE SOFRIDA, A MORTE VIVIDA E O ALÉM-OBSCURO NA IDADE MÉDIA: ANÁLISE HISTORIOGRÁFICA
Airles Almeida dos Santos (UFS)
Neste trabalho nos reservaremos à análise da maneira que os historiadores interpretaram e
compreenderam a constituição de práticas e a elaboração de discursos
relacionados a morte no período medieval. Do ponto de vista
metodológico, trata-se de uma pesquisa bibliográfica de história
comparada de algumas das produções mais significativas desses
especialistas no assunto. Trataremos da temática como um estudo em
História das Mentalidades e buscaremos compreender, a partir dos textos,
como a Igreja na Idade Média conseguiu “inventar” ou recriar a partir
de modelos antigos o tipo ideal de morte e projetá-lo no imaginário das
pessoas por meio das práticas – um complexo de gestos e ritos que a
acompanham. Gostaríamos de fornecer aos leitores a possibilidade de se
compreender uma matéria de natureza subjetiva, indispensável para
entendermos a complexidade da sociedade medieval. Nessa comunicação não
daremos respostas conclusivas, contudo, buscaremos contribuir para o
campo de estudos referentes à morte, especialmente no período medieval.
GT 06
SESSÃO 1
ASCENSÃO E TERMINO DA LAVAGEM DA CONCEIÇÃO EM RIACHUELO/SE: uma análise dos acontecimentos acerca da política municipal.
Lumara Cristina Martins Santos(UFRB)
Lumara.martins@gmail.com
Discutir
políticas públicas voltadas para uma identidade afro-brasileira
perpassa por pesquisar os momentos em que estas são motivadas a serem
construídas. Assim, tomando os acontecimentos acerca de uma manifestação
cultural em Sergipe, como motivadores para a efetivação de políticas,
percebemos os entraves e conflitos existentes. Por isso, a ascensão e o
termino da Lavagem da Conceição do Vale do Cotinguiba decorreu
juntamente com as políticas de incentivo do município de Riachuelo/SE,
onde a mesma ocorria. Com início em 1999, conseguindo obter o
reconhecimento da Câmara de Vereadores que parabenizou a iniciativa e
disponibilizou apoio para a sua realização. Porém, a festa pública teve a
sua última realização em 2012, decorrente das dificuldades financeiras
geradas com o crescimento do ritual. Dificuldades que nos anos
anteriores eram amenizadas com o apoio do governo municipal e no último
ano este apoio não existia. Portanto, irei analisar como essas
influências fomentaram esse desdobramento ao fato.
POLÍTICAS DE ATENDIMENTO À SAÚDE DA MULHER NEGRA NO TERRITÓRIO QUILOMBOLA: UM ESTUDO NA COMUNIDADE DE GRACIOSA
Girlandio Gomes Bomfim(UFRB)
girlandioface@yahoo.com.br
O
presente trabalho busca analisar como os princípios da transversalidade
e intersetorialidade são considerados na atenção básica à saúde, no
contexto do território remanescente de quilombo da Graciosa, Taperoá –
BA. A partir do levantamento de informações relativas ao sistema de
saúde local no trabalho desenvolvido pelo agente comunitário de saúde
buscou-se verificar, a existência de programa específico com recorte de
gênero e raça, nas ações por parte da equipe do Programa Saúde da
Família no território estudado. A constatação de que a quantificação dos
casos que envolvem doenças étnicas na comunidade atendida, de acordo ao
recorte populacional estabelecido, demonstra a necessidade de mensurar
os problemas de saúde constatados, na promoção de políticas para as
mulheres por parte da Secretaria Municipal que por sua vez deve
empreender estratégias, para a construção de um programa próprio pautado
no diálogo com a comunidade quilombola.
JUSTIÇA E IGUALDADE: PONDERAÇÕES SOBRE A POLÍTICA DE COTAS
Yérsia Souza de Assis(GERTS/NEAB/UFS)
yersiaassis@hotmail.com
Este
trabalho busca debater, a partir de bibliografia discutida na
disciplina “Teoria da Justiça, Reconhecimento e Redistribuição no mundo
contemporâneo” cursada em minha fase do mestrado e as relações que são
estabelecidas de justiça e igualdade no contexto das Políticas de Cotas.
A escolha deste texto se pauta na perspectiva que as categorias
debatidas na referida disciplina se aproximam do meu objeto de pesquisa
do Mestrado, portanto, busquei analisar por meio dessas categorias
reflexivas o aspecto das Ações Afirmativas, sobretudo as cotas, no
ensino superior. Partindo dessa premissa, foi possível observar como
categorias da justiça e da igualdade são acionadas no debate acerca do
tema, em especial, no que concerne entender esse tipo de politica
pública como algo injusto ou justo na sociedade brasileira. Pensando,
basicamente nos casos voltados para o programa de Ações Afirmativas, em
especial, pensando na experiência de implementação das políticas de
cotas no ensino superior brasileiro. Tratou-se de elaborar ponderações
sobre o tema visando percebe-lo através dessas balizes de analise.
Levando em conta, alguns números, relatórios e trabalhos produzidos
sobre o tema, pretende-se detectar junto a este material como as
categorias são apresentadas e como podem ser detectadas nessas fontes.
Por fim, a pretensão é entender como essa categoria tão essencial ao
debate sociológico pode ser ativada na produção dos trabalhos referente
às cotas, sobretudo, no que toca o entendimento de ser medida que vise
promover a equidade entre a população afro-brasileira no que tange o
acesso ao ensino superior público.
POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS À AUTONOMIA REPRODUTIVA DAS PESSOAS TRANS
Victor Matheus Silva Cruz(UNIT)
vcruzdireito@gmail.com
Rosane Bezerra do Nascimento (UNIT)
rosanebezerra@gmail.com
O
estudo investiga a existência de políticas públicas que garantam o
exercício da autonomia reprodutiva das pessoas trans conforme os ditames
constitucionais acerca de liberdade de planejamento familiar. Os
métodos utilizados foram a pesquisa documental e bibliográfica.
Conclui-se que as políticas públicas voltadas à autonomia reprodutiva
não incluem pessoas trans. (ii) as políticas públicas voltadas para as
pessoas transexuais no campo da saúde sexual reprodutiva quase sempre
versa sobre doenças sexualmente transmissíveis, contra as transexuais
que reforçando o estigma de transmissoras de doenças.
POLÍTICAS PÚBLICAS E DIREITOS LGBT: CONFIGURAÇÕES DA AGENDA ANTI-HOMOFOBIA EM SERGIPE
Sérgio Lima dos Santos (UFS/IFS)
souslima@hotmail.com
Este trabalho visa refletir sobre os contextos, formas de engajamento e ações públicas de combate e criminalização da homo-lesbo-transfobia no
Estado de Sergipe. Considerada a complexidade que caracteriza a “agenda
anti-homofobia” no Brasil – e no mundo -, neste estudo, busca-se
apresentar as situações que tornaram a homofobia um problema de caráter
societal no contexto brasileiro, e, sobretudo, analisar as relações,
conflitos e tensões que caracterizam a construção da causa
anti-homofóbica no Estado de Sergipe. De modo geral, a pesquisa tem como
proposta compreender em que medida, através de quais atores, cenários,
ações e políticas públicas a violência homo-lesbo-transfóbica tem sido contestada como uma "causa pública" no Estado.
SESSÃO 2
A IMPORTÂNCIA DO PIBID NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL DOS LICENCIANDOS DE ARTES VISUAIS DA UFS
Lindiney Reis Viana(UFS)
lindiney123@hotmail.com
RESUMO:
Neste artigo objetivamos evidenciar a importância do Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência-PIBID na formação da
identidade profissional dos licenciandos em Artes Visuais da
Universidade Federal de Sergipe-UFS. Para tanto, observamos as
experiências que foram proporcionadas pelo PIBID/2014 durante as cinco
fases que foram divididas da seguinte forma: diagnóstico,
sistematização, aplicação de propostas didáticas, análise e publicação, sendo
que a partir delas criamos um banco de dados para apresentar o impacto
do programa na construção da carreira docente dos graduandos. Através do
contato direto com a rede pública de ensino constatamos na ultima fase
do projeto tem sido relevante na medida em que enriquece o processo de
ensino e aprendizagem dos licenciandos aumentando o seu repertório de
conhecimentos através da prática.
EDUACAÇÃO PARA A IGUALDADE: O ENSINO SOBRE A HISTÓRIA E CULTURA INDÍGENAS NAS ESCOLAS DE ARACAJU, BRASIL
Diogo Francisco Cruz Monteiro (Pio Décimo)
diogocruz_21@yahoo.com.br
Neste
artigo apresentamos as propostas de um estudo que analisa as formas de
recepção da Lei 11.645/08, a qual prescreve a introdução nos currículos
de instituições de Ensino Básico brasileiras de conteúdos sobre história
e cultura indígena, nas escolas públicas municipais de Ensino
Fundamental de Aracaju. Através de uma etnografia da prática escolar
cotidiana, analisaremos as visões dos professores e alunos de História
sobre as culturas indígenas, as percepções de professores e gestores
sobre as prescrições da Lei 11.645/08 e em que medida elas são
contempladas nas suas práticas pedagógicas, além de averiguar os
reflexos dessas prescrições sobre os conteúdos dos documentos escolares -
Projetos Político Pedagógicos, Regimentos e planos de aulas. Portanto, a
Lei 11.645/08 será percebida como uma forma de contribuição para o
alargamento dos sentidos da diversidade social, inscritos na própria
concepção da formação nacional brasileira.
CONHECIMENTOS SOBRE ÁFRICA, AFRICANOS E AFRODESCENDENTES
NOS CURRÍCULOS DE HISTÓRIA PARA O ENSINO MÉDIO NO BRASIL
(2004-2013)
Ruzilane Rabelo dos Santos
ruzilane@hotmail.com
Diante
dos últimos debates e discussões acerca dos estudos sobre a inclusão da
História da África e dos afrodescendentes nos currículos escolares
brasileiros através da aprovação da lei 10.639/2003, que comemora 10
anos, este artigo tem como objetivo central analisar, nas Propostas
Curriculares Estaduais do ensino médio de 16 estados brasileiros as
expectativas de aprendizagem. Assim, das expectativas extraímos os
conhecimentos, os acontecimentos e por fim o tempo e o espaço ao qual a
atuação dos africanos e dos afrodescendentes está relacionada. Primeiro
discutimos em torno das dificuldades da adequação dos currículos ao
contexto escolar, da inclusão de culturas silenciadas (as ditas
inferiores, a exemplo da cultura negra e indígena no espaço escolar),
além das definições e tipologias sobre conteúdos históricos e
acontecimentos.