EVENTOS SECIRI

Acesse aqui os Anais do IV SECIRI


Os certificados de participação e de apresentação dos trabalhos estarão disponíveis pelo SIGAA
(Acesse o site e baixe o seu)





DIA 20/05/2015 


Mesa Redonda
Dilemas Éticos no Trabalho de Campo

Coordenador
Frank Marcon


Reconstrução de um caminho: polêmicas em torno da devolução de produtos audiovisuais para comunidades pesquisadas.

Prof. Dr. Hippolyte Brice Sogbossi (PPGA/UFS)

O objetivo desta fala é descrever e analisar aventuras antropológicas ocorridas entre 2009 e 2015 na República do Benin, África. Trata-se de incursões sucessivas em torno de pesquisas com produção de vídeo e fotografias, em perspectiva comparada Brasil-Benin. A pesquisa se realizou tanto individualmente quanto em grupo, e teve como foco principal a observação de manifestações culturais e do cotidiano de vários povos do país: religião, arte, técnica, procissões e toques de tambores, rituais diversos. A experiência e o caminho de volta revelaram-se singulares e permitiram questionar e explorar dimensões da relação pesquisador/pesquisado. O estudo das manifestações do ponto de vista diacrônico a partir de entrevistas post eventos é, por exemplo, um dos que permitem redimensionar a questão da pesquisa de campo. O conceito chave a ser explorado é o de reconstrução, acompanhado de outros como conflito e intervenção.


Antropologia como ética: Episteme e responsabilidade
Prof. Dr. Ugo Maia Andrade (PPGA/UFS)

Episteme e responsabilidade são associadas, respectivamente, aos domínios do fato e do valor, vistos como antitéticos, mas que na antropologia – mais que em outros saberes do campo das humanidades – são necessários a uma dialética do entendimento. Partindo de uma percepção de antropologia enquanto possibilidade reflexiva sobre modelos de criatividade humana e do trabalho de campo como experiência testemunhal da conjunção de tais modelos, os desafios radicais postos para a disciplina são simultaneamente éticos e epistêmicos, uma vez que estão relacionados à necessidade de transcender o divisor “nós/eles”, seja aceitando a sugestão de Roy Wagner de que “todos são antropólogos”, pressupondo a equipolência dos modelos de criatividade; ou assumindo, à maneira de Levinas, o outro como outrem, interlocutor de uma relação de não-poder e não-saber, pois irredutível ao mesmo,  direcionada à justiça. A partir de três contextos etnográficos, dois de pesquisa e um de perícia, propõe-se, nesta comunicação, refletir seminalmente a propósito dos limites para a transcendência do divisor “nós/eles”.


Antropologia, imagem e ética: a restituição da imagem na pesquisa antropológica

Prof. Dr. Luiz Gustavo P. S. Correia (PPGA/UFS)


A partir de algumas experiências de pesquisa e participações em fóruns de Antropologia e imagem, pretendo nesta comunicação discutir a restituição como compromisso ético e prática etnográfica, contextualizando e debatendo proposições e dilemas clássicos da área, como as indicadas pela antropologia compartilhada aos moldes de Jean Rouch, e o debate em torno das questões éticas e metodológicas envolvendo antropólogos em diversos contextos de pesquisa e campos de atuação. Assim, pretendo evidenciar a restituição como princípio fundamental do ofício do antropólogo e apresentar distintos posicionamentos sobre sentidos atribuídos a esta ação, seja como retorno do material produzido, como divulgação dos resultados da pesquisa ou, principalmente, como parte do processo colaborativo e da produção coletiva que caracterizam a pesquisa antropológica.


A MESA REDONDA DO DIA 19/05/2015



Mesa Redonda
Processos Identitários em Debate

Coordenador
Frank Marcon


Uma proposta cultural de leitura da violência de gênero
Prof. Dr. Carlos Magno Gomes (PROFLETRAS/UFS)
Este trabalho apresenta algumas reflexões sobre as contribuições dos Estudos Culturais para a ampliação do horizonte de expectativa do leitor contemporâneo a partir das questões identitárias. Debatemos como os pensamentos de Hall, Said e Bhabha podem ser aplicados a uma prática cultural de leitura voltada para a valorização das diferentes identidades em processos sociais de exclusão e rejeição. Como recorte, propomos um modelo de interpretação estético-cultural dos textos literários com ênfase na luta contra a violência de gênero.  Nesse processo, as releituras são fundamentais para revermos os paradigmas ideológicos patriarcais, ressaltando o lugar da revisão feminista como um ponto estratégico para a manutenção dos direitos da mulher e pelo fim do preconceito gênero conforme Rita Segato, Lia Machado e Vânia Pasinato.


Processos identitários: para se pensar as conexões entre poder e cultura

Prof. Dr. Marcelo Ennes (PPGS/UFS)

A proposta da comunicação é refletir criticamente sobre os usos essencializados e substancializados da noção de identidade nas Ciências Sociais feitos geralmente para caracterizar um determinado grupo social ou mesmo uma determinada sociedade. Nessa direção é comum ouvir ou ler expressões tais como “identidade sergipana”, “identidade brasileira”, “identidade do povo negro”. Essa abordagem, tanto no campo acadêmico como no campo político, pode nos conduzir formulações grupistas que em um primeiro se apoiam no discurso do direito às diferenças, mas se consolidam no isolamento e no enfraquecimento ou desaparecimento do espaço público. Como crítica a essas abordagens propomos pensar as conexões entre poder e cultura a partir de uma perspectiva relacional e reflexiva, denominada processos identitários, na qual privilegia-se quatro dimensões, a saber: os atores, as normas, as disputas e o contexto. Essas dimensões permitem pensar e explicar tensões políticas e culturais produtoras de classificação, hierarquização e transgressão social que caracterizam a sociedade contemporânea.



Salvador: uma cidade afro? Disputas Identitárias nos Discursos dos Museus

Prof. Dra. Mariana Selister Gomes (UFS)

A comunicação parte da discussão dos Estudos Culturais sobre a identidade não como um substantivo, mas sim como um processo de (re)(des)construção contínuo, imerso em disputas e relações de poder, para analisar o caso de Salvador-Bahia. O recorte para a análise se dá nos discursos de três museus da cidade. A escolha empírica fundamentou-se nos embates sobre a versão hegemônica da história do Brasil Colônia, a qual vem sendo criticada por seu caráter pouco crítico, eurocêntrico ou luso-tropical. Destes embates decorreu a Lei 10.639/2003 que obriga o ensino de História e Cultura Africana e Afro-brasileira nas escolas. Apesar do avanço no debate, as discussões centram-se no âmbito do ensino formal. No entanto, os museus também (re)produzem versões da História, através de suas narrativas, inseridas na emergência e na consolidação de uma ordem discursiva de saber-poder. A comunicação adentra neste espaço de disputas simbólicas para compreender quais versões da História do Brasil Colônia estão sendo difundidas em museus de Salvador, bem como, como essas histórias articulam-se com disputas identitárias. Os resultados indicam que enquanto o Museu Ilé-Ohun-Lailai sintetiza a emergência da identidade afro, o Museu Náutico reproduz o mito da democracia racial. Já o Museu Afro-brasileiro busca reformular sua narrativa, abrindo-se para o diálogo com o movimento negro.



BEM VINDOS AO IV SECIRI

O CREDENCIAMENTO ESTÁ OCORRENDO NO HALL DA DID VI -UFS

EXCLUSIVAMENTE ATÉ ÀS 19H.






  

 IV SEMINÁRIO DE ESTUDOS CULTURAIS, IDENTIDADES E RELAÇÕES INTERÉTNICAS 

Dilemas Éticos, o Campo e a Pesquisa

18, 19 e 20 de maio de 2015



O Seminário de Estudos Culturais, Identidades e Relações Interétnicas é um evento do grupo de estudos que leva o mesmo nome. O evento é bienal e ocorre desde 2009. O foco de nossos estudos e interesses é a reflexão sobre processos de identificação e diferença em múltiplas expressões e espaços, concentrando-se em expressões artísticas (arte pública, literatura, música, cinema); estudos sobre juventudes e estilos de vida contemporâneos; relações interétnicas de conflito ou de estratégias de solidariedade, manifestas através de formas de associativismo, parentesco, religiosidade e territorialidade; questões relativas aos estudos sobre cultura, história e populações africanas e na diáspora; bem como, estudos sobre políticas públicas e a relação entre educação e relações étnico-raciais. Com a realização deste IV Seminário procuramos interagir com pesquisadores individuais e de outros grupos de pesquisa com interesses semelhantes aos nossos, buscando a socialização, o intercâmbio e a ampliação das possibilidades de análise de temas contemporâneos. O evento conta com publicação eletrônica de anais, com catalogação da biblioteca da UFS e ISSN 2175-9715. 


Programação Geral


Turno
18/05/2015
19/05/2015
20/05/2015
Manhã
09h 13h



GT´s

GT´s
Tarde
15h 18h

Credenciamento
(Hall DID VI)

Minicursos
Oficinas
Mesa Redonda
Encerramento
Tarde
18h 19h
Pré-lançamento do Livro
Etnodesenvolvimento Quilombola no Governo Lula
de Aline Ferreira




Noite
19h 22h

Mesa de Abertura
Roda de Conversa

Mesa Redonda
Processos Identitários




Mesas Redondas

Atividade
Temas
Palestrantes
Mesa de Abertura
18/05/2015
19h-21h

LOCAL DID VI
(Auditório)

Roda de Conversa sobre Arte Pública
Coordenador
Lorenzo Bordonaro
Mesa Redonda 19/05/2015
 19h-21h

LOCAL DID V
(Auditório)

Processos Identitários em Debate
Carlos Magno
Marcelo Ennes
Mariana Selister Gomes
Mesa Encerramento
20/05/2015
15h-19h

LOCAL DID VI
(Auditório)

Dilemas Éticos no Trabalho de Campo
Ugo Maia Andrade
Luiz Gustavo P.S. Correia
Hippolytte Brice Sogbossi

Grupo de Trabalho
19 e 20 de maio de 2015, das 9h às 13h.


GT
Tema
Local - Auditórios
01
Estilos de vida, expressividades e identidades
História
02
Tradição, cultura e contemporaneidade
Letras Estrangeiras
03
Etnicidades e relações raciais
Ciências Sociais
04
Estudos Culturais e possibilidades de pesquisa
Geografia
05
Mediações culturais: identidades e poder
CECH
06
Políticas públicas, identidades e diferenças
Pós (Didática 2)

Oficinas/Minicursos


Título
Data/hora
Local
Oficina/Minicurso I

Valor do Consumo e Imaginação Sociológica: Aula de Articulação entre Conhecimento Social cotidiano e Conhecimento Cientifico Social

Mara Raissa Santos Silva e Freitas (DCS-UFS)
Rouseanny Luiza Santos Bomfim (DCS-UFS)

Nosso objeto educacional refere-se à simulação de uma elaboração e de uma execução de plano de aula sobre o consumo enquanto representação social significativa e problemática das sociedades contemporâneas. O objetivo geral é utilizar dois princípios nucleares do conhecimento científico-social: estranhamento e desnaturalização dos fenômenos sociais. Como objetivos específicos temos: incorporar a imaginação sociológica no processo de formação à docência e de aprendizagem e elaborar um plano de aula através de alguns instrumentos intelectuais das ciências sociais. A metodologia partiu da aplicação de uma entrevista semiestruturada em torno das representações sociais dos alunos sobre o consumo. A partir da análise dos dados, far-se-á uma dramatização em que conteúdos simbólicos aparecidos empiricamente serão o ponto de partida para a problematização sociológica do consumo enquanto orientação estruturante da vida social contemporânea. Neste sentido, são priorizados conteúdos que articulam o consumo aos seguintes valores estruturais da regulação social contemporânea – ação social estratégica e competição –, sob a hipótese de que a problematização sociológica de tais conteúdos permitirá a aquisição de um conhecimento empiricamente fundamentado sobre as relações entre problemas pessoais comuns entre estudantes do ensino médio (apatia, fracasso, violência escolar, etc.) e a impregnação de valores da economia de mercado na estruturação de políticas públicas educacionais.


19/05/2015

Auditório Geografia
Oficina/Minicurso II

Elaboração de Relatórios Antropológicos em Processos de Regularização Fundiária de Territórios Quilombolas

Wellington de Jesus Bomfim (PPGS-UFS)

O artigo 68 da Constituição Federal de 1988, que imputa o direito à terra e território dos grupos “remanescentes das comunidades de quilombos” no Brasil, pressupõe um serviço técnico especializado realizado por Antropólogos e Antropólogas, que no primeiro momento se constituía em laudo. Homologado o Decreto 4.887/03, que regulamenta o referido artigo, o papel do especialista passa a constituir-se na elaboração de um relatório que servirá como referencia na demarcação e delimitação dos territórios quilombolas. Este espaço pretende discutir os procedimentos metodológicos que esses processos requerem, destacando o arcabouço legal e normativo que delineia os caminhos destas produções, indicando estratégias de construção de tais peças.


19/05/2015

Auditório CECH
Oficina/Minicurso III


Os Estudos Culturais e a Educação: discutindo propostas de atuação

Daniela Moura Bezerra (PPGS-UFS)
Williams Souza Silva (PPGS-UFS)

A proposta desta oficina é discutir a integração Estudos Culturais (EC) e Educação, refletindo sobre as possibilidades de trabalho que tal campo de discussões pode proporcionar às diferentes disciplinas no ensino médio. Partimos da perspectiva de que o uso da metodologia proposta pelos EC nos dá subsídios importantes para o entendimento da nova dinâmica social e, desta forma, do sistema educacional e das relações sociais estabelecidas em seu interior. Com tal intenção, a ideia é debater inicialmente o percurso de tal corrente de investigação e, em um segundo momento, demonstrar propostas de trabalho a serem desenvolvidas em sala de aula. Público-alvo: estudantes de graduação em Ciências Sociais e professores de sociologia.


19/05/2015

Auditório Letras
Oficina /Minicurso IV

Pesquisas sobre o uso de plantas e substâncias psicoativas: dilemas éticos e metodológicos

Sergio Vidal
Felipe Araujo

Diversos estudos sobre o consumo de plantas e substâncias psicoativas têm demonstrado que este comportamento é algo inerente ao humano, como parte das práticas de diferentes culturas e civilizações. Desde o início da proibição das drogas, no final do séc. XIX, que o “fator proibição” tem sido levado em consideração por pesquisas que se debruçam sobre o consumo de uma ou outra substância, mas também, especialmente, sobre questões éticas e metodológicas enfrentadas ao se estudar populações que têm hábitos e costumes considerados ilegais. Dentro do campo de estudos sobre o consumo de plantas e substâncias psicoativas há um grande número de temas ainda pouco explorados. A proposta desta oficina é abrir diálogo para com os diferentes temas e dilemas que envolvem esse tipo de objeto, dentre os quais: Limites éticos e metodológicos no estudo sobre pessoas e grupos humanos que usam drogas consideradas ilegais; os usos religiosos de plantas psicoativas; os usos de drogas nas sociedades “tradicionais” e “de consumo”; o papel da perícia científica na elaboração de políticas e leis sobre drogas; a importância da reflexividade nas análises sobre o comportamento e a história social do uso de plantas e substâncias psicoativas.
19/05/2015

Auditório
Ciências Sociais



REGRAS PARA INSCRIÇÃO E PARTICIPAÇÃO NO EVENTO


Inscrições Gratuitas pelo SIGAA a partir de 10 de abril de 2015
 
Prazos e regras

1 - O evento acontece nos dias 18, 19 e 20 de maio de 2015.

2 - Período para a submissão dos resumos: 01 a 18 de abril de 2015.

3 - Os trabalhos (resumos e completos) devem ser enviados exclusivamente ao e-mail dos coordenadores após a realização de sua inscrição no link abaixo.

3 - Divulgação dos resultados da seleção dos trabalhos inscritos: 22 de abril de 2015.

4 - Prazo para recebimento dos trabalhos completos: 08 de maio de 2015.

- Abertura das inscrições pelo SIGAA: 10 de abril de 2015.

- Encerramento das inscrições pelo SIGAA: 17 de maio de 2015.

7 - Atenção, ao inscrever-se como ouvinte, não assinale a opção dos GTs, que é exclusiva para aqueles que irão enviar resumos para apresentação de trabalhos.

8 - Ouvintes e apresentadores de trabalhos inscrevam-se somente através deste link.




Regras para apresentação de trabalhos em Grupos de Trabalho 


1 – Serão aceitos até 12 trabalhos por GT (divididos em dois dias de apresentação).


2 - Cada inscrito poderá encaminhar apenas um trabalho como autor e um outro como coautor. 


3 – A candidatura para apresentação de trabalho se dará através de envio do resumo aos e-mails dos coordenadores de GT, conforme publicado abaixo.



Normas para submissão de resumos e trabalhos completos 


Resumo para GTs: fonte Times New Roman, espaço simples, tamanho 12, margem 3cm. O resumo deve conter: (1) título do trabalho (centralizado e em caixa alta); (2) nome do autor, instituição (se houver) e e-mail (alinhados à direita). Texto do resumo com no máximo 900 caracteres. Não serão aceitos trabalhos fora deste formato.



Trabalho completo: fonte Times New Roman, espaço 1,5, 
tamanho 12, margem 3cm. O texto deve conter: (1) título do trabalho (centralizado e em caixa alta); (2) nome do autor, instituição (se houver) e e-mail (alinhados à direita). Máximo de 20 laudas e mínimo de 10. Formato do arquivo em PDF. Não serão aceitos trabalhos fora do formato.



O trabalho completo deverá apresentar na primeira página uma capa com as seguintes descrições e em ordem: Nome do evento e nome do GT (no cabeçalho); nome do trabalho centralizado e nome do autor no fim da página. 



Resumos e trabalhos completos deverão ser enviados exclusivamente aos e-mails dos coordenadores até as datas indicadas. Somente terão direito de apresentar trabalhos, receber certificados e constar nos anais eletrônicos àqueles que efetuarem a inscrição até as datas previstas.




RESUMOS DOS TRABALHOS APRESENTADOS NOS GTs



GT 1 - Estilos de vida, expressividades e identidades


Coordenação: Liana Matos Araújo e Williams Souza Silva
Debatedores: Éder Claudio Malta Souza e Williams Souza Silva

E-mail: estrelali2@hotmail.com
A proposta do GT é abrir espaço para a discussão a respeito da relação existente entre diferentes formas de expressões urbanas, estilos de vida e processos identitários. Aqui, as expressões urbanas têm a ver tanto com a expressão artística, quanto com os modos de ser estar nos lugares. As práticas e representações presentes em tais espaços possibilitam a manutenção de relações de continuidade com outras formas de percepção e convívio, como: gostos, estilos de vida e identidades sociais. Por sua vez, o trânsito e as frequências dos usos de determinados locais acabam por criar redes de sociabilidades e lugares de trânsito e tensões, baseadas na comunicação, no manejo de códigos específicos, regras de encontros, entre outros. 




GT 2 - Tradição, cultura e contemporaneidade


Coordenador: João Mouzart
Debatedores: João Mouzart e Hippolyte Brice Sogbossi
E-mail: joaomouzart21@hotmail.com

A proposta deste GT é reunir discussões que enfatizem o tema Comunidades Tradicionais, as quais, dentre outras coisas, destaquem questões referentes aos desafios e dilemas dessas comunidades na sociedade contemporânea. O entendimento que trazemos para o debate é o mais amplo possível, no que diz respeito à noção de comunidades tradicionais, abrangendo, por exemplo, comunidades quilombolas, indígenas, pescadores, extrativistas, religiosas, entre outras, tanto rurais quanto urbanas, que tenham em sua organização social e política, e em suas práticas culturais e econômicas, formas costumeiras de convívio, o que inclui também seus festejos. O objetivo é promover um momento de reflexão acerca do que se entende hoje como comunidades tradicionais, principalmente no que diz respeito aos entendimentos institucionais e sua relação com os entendimentos locais. 




GT 3 – Etnicidades e Relações Raciais


Coordenadores: Franklin Timóteo
E-mail: outrofranklin@hotmail.com 


A proposta do GT é fazer uma reflexão sobre a problemática que envolve as expressões da etnicidade nas mais variadas esferas de nossa sociedade, incluindo a educacional, a política e a religiosa. Para tanto, consideramos como questão primordial a perspectiva de que as retóricas de identidade ou a formação identitária são delineadas como um ponto-chave para se pensar as relações interétnicas (e raciais) em contextos sociais, em que a pluralidade de concepções se impõe a partir de uma variedade de códigos simbólicos e inúmeras formas de percepção sobre as diferenças. Entendemos que a formação da identidade pode ser definida como algo situacional ou diretamente influenciada pelo contexto ou lugar de fala e enfrentamento dos indivíduos, o que corrobora para a constituição de identidades com fronteiras não tão bem definidas, onde a fluidez é a principal característica. É com essa perspectiva que pretendemos devolver as discussões neste GT, atentos às possibilidades de entendimentos contemporâneos sobre as teorias da identidade e da etnicidade.        




GT 4 - Estudos Culturais e possibilidades de pesquisa




Coordenadora: Daniela Moura Bezerra
Debatedores: Daniela Moura Bezerra e Sérgio Lima dos Santos (IFS)

E-mail: daniela_mourabezerra@hotmail.com


Este GT propõe viabilizar um espaço de discussão sobre as múltiplas possibilidades de trabalhos de pesquisa a partir das perspectivas teóricas dos Estudos Culturais. Nesse sentido, serão recebidos trabalhos que se dediquem a reflexão sobre metodologias e abordagens que adotam posturas interdisciplinares (antropologia, artes, história, comunicação social, literatura, política e sociologia) na construção de seus objetos de análise. Receberemos propostas que apresentem reflexões sobre a prática da pesquisa ou exemplos de aplicação de metodologias que privilegiaram o caráter etnográfico, o trabalho em arquivos ou estudos a partir do uso de narrativas, sons e imagens.




GT 5 - Mediações Culturais: identidades e poder




Coordenadores: Élida Damasceno Braga e Eliseu Ramos dos Santos
Debatedores: Luiz Gustavo P. S. Correia e Frank Marcon
E-mail: eliseu_ciso@hotmail.com


A proposta deste GT é reunir reflexões dedicadas aos estudos das relações de poder e manifestações de identidades envolvidas por processos de mediação cultural.  O desafio é pensar atividades e experiências sociais, analisadas sob a ótica das produções, dos circuitos, dos consumos, das interpretações e dos conflitos. Dessa maneira, tal proposta enfatiza diferentes usos cotidianos de mediação cultural (orais, escritos ou visuais) em diferentes cenários de relações de poder. Interessam trabalhos que tratem de tais questões em diferentes formatos comunicativos (seja através de distintos meios ou estilos), considerando intencionalidades, receptividades, formas de afirmação de identidades e diferentes expressões e dimensões de poder nelas contidas. Consideramos que, na sociedade contemporânea global e ao mesmo tempo localizada, os processos de mediação revelam tensões atravessadas por diversas lógicas culturais, discursos e representações artísticas, políticas e sociais.  




GT 6 - Políticas públicas, identidades e diferenças. 




Coordenadores: Diogo Francisco Cruz Monteiro e Yérsia Souza Assis
Debatedores: Diogo Francisco Cruz Monteiro e Yérsia Souza Assis

E-mail: diogocruz_21@yahoo.com.br


A proposta deste GT é reunir pesquisadores do tema política pública, articulado aos debates sobre gênero, juventude, etnia, raça, meio ambiente e cultura, que de algum modo pensam as dimensões do papel do Estado, do governo e das formas de organização coletiva que se afirmam como grupos de identidade ou alteridade. Que políticas são estas? Como elas são colocadas em prática? Quem são os sujeitos destas políticas? Como elas interferem no processo de ativação dos sentimentos de identidade coletiva? Quais suas implicações sociais? Como entender o atual fenômeno das políticas públicas voltadas para grupos sociais específicos e suas interferências nos processos identitários? Serão aceitos trabalhos dispostos a apresentar resultados de suas pesquisas de campo.  




Comissão Organizadora:

Prof. Frank Marcon (frankmarcon@oi.com.br)
Daniela Moura Bezerra
Danielle Parfentieff de Noronha
Diogo Francisco Cruz Monteiro
Élida Damasceno Braga
Eline Limeira dos Santos
Eliseu Ramos dos Santos
Ely Daisy de Jesus Santos
Felipe Silva Araujo
Franklin Timóteo Espírito Santo
Ivan Paulo Silveira Santos
João Mouzart de Oliveira Junior
José Alison Nascimento Garcia
Liana Matos Araújo
Mara Raissa Santos Silva e Freitas
Suene de Souza Dantas
Williams Souza Silva
Yérsia Souza de Assis


GT 1


SESSÃO 1

CIRCUITO DE PRODUÇÃO E CONSUMO DO CABELO AFRO EM ARACAJU

Lídia de Oliveira Matos (PPGA/UFS)

O uso do cabelo em sua textura natural como forma de expressão do estilo, gosto pessoal e também das identidades, não é um tema novo. Esta já é uma conhecida estratégia utilizada pelo movimento negro, publicizada nas mobilizações promovidas pelos negros americanos nos anos 60, uso do discurso e também o cabelo “Black Power” foram símbolo destas lutas. A partir de reflexões sobre o uso do cabelo esta sendo desenvolvida uma pesquisa dentro do Programa de Pós-Graduação em antropologia, Mestrado em AntRopologia na Universidade Federal de Sergipe produzindo reflexões a partir dos seguintes objetivos: perceber como estão sendo construídas as redes de relações das participantes das redes sociais, frequentadores dos salões de beleza e dos Encontros de crespas e cacheadas; entender como se dão os deslocamentos das Identidades anteriores, a partir da identificação com um novo padrão estético, e por ultimo averiguar onde estão situados os salões de cabeleireiros e as lojas que vendem produtos específicos para cabelo afro na cidade de Aracaju. Propomos-nos analisar os circuitos de consumo que estão se estabelecendo, as redes de solidariedades e como as identificações e discursos se constroem a partir da apreensão desses conteúdos. Por ser um tema recente, não constatamos estudos que relacionam as pessoas que possuem cabelos com textura afro, suas práticas de consumo, redes de solidariedades e identificação construídas a partir da internet e também face a face. Nesse contexto, o objeto de estudo deste projeto de pesquisa se insere nesse circuito de produção e consumo do “cabelo afro”, especificamente na cidade de Aracaju/SE. Assim, como problema geral de pesquisa, levanta-se a seguinte indagação: Como está configurado o circuito de produção e consumo do cabelo afro em Aracaju? A partir deste problema central, outras questões foram sendo suscitadas, a saber: Onde estão localizados os salões de beleza e as lojas de produtos para cabelo afro? Qual o perfil das jovens que adotaram o gosto pelos seus cabelos afros? Como as mídias sociais funcionam dentro desse processo?


COMUNIDADES E IDENTIDADES:
ÉTICA E HEDONISMO NO SÉCULO XXI.

Fábio Silva Souza
(Seminário Maior Nossa Senhora Conceição/SE)

Quando muitos pensadores indicavam para os novos tipos de relacionamentos, pautado em um hedonismo, desenraizado, configurado em redes, no conectar "x" desconectar; nas tribos pautadas na estética sobre ética. Eis que na contramão, configuram-se grupos interacionistas que reforçam suas identidades através de ritos que são rotinizados, afirmando uma estética e posicionamentos políticos. Configurando comunidades, nelas os indivíduos parecem encaixados e com pouca circulação. O interacionismo é vivido através de atividades rotinizadas que reforçam suas identidades. Esse projeto de vida parece ir de encontro à modernidade caracterizada pela mobilização; diferenciação e laicização. Enfim a liberdade aparece como problema à modernidade, que parece não ter cumprido sua promessa de liberdade de consumo de bens e de circulação aos trabalhadores. E talvez conta disso é que, se tem suscitado o surgimento de novas comunidades e novos estilos de vida hoje.


OBEDIÊNCIA, CASTIDADE E POBREZA

Lúcia Maria Pereira (UFS)

Os três votos ou conselhos evangélicos da Vida Religiosa, tidos como perfeição da vida cristã, baseiam-se em valores que se transmitem aos cristãos como renúncia à sexualidade, à liberdade e aos bens lícitos deste mundo - prática que se afirma pela oposição entre a regulação normativa e a auto-afirmação. Esse estilo de vida não pertence à hierarquia da Igreja, mas, está ligado inabalavelmente à sua vida e santidade. Entretanto, a regra de vida religiosa tomada ao exagero leva ao esvaziamento de si - uma ambiguidade constante que gera tensão entre esses religiosos. Porém, a liberdade vivida com limites incorpora a idéia de emancipação e transcendência e possibilita relações de continuidade com outras formas de percepção e convívio. Essas práticas e representações geram maneiras distintas convivência e seguimento a Cristo, definem identidades sociais, criam locais de convivência e trânsito e produzem tramas de sociabilidades com códigos particulares de comunicação.



Williams Souza Silva (PPGS/UFS)williamssouzasilva@gmail.com
O objetivo do artigo é discutir as lógicas de ocupação dos espaços urbanos, por grupos jovens, que tomam tais espaços como lugares (carregados de sentido para os que fazem parte do grupo) legítimos para prática de um determinado modo de vida. De forma específica, a proposta é entender o processo de apropriação, sazonal ou não, das paisagens urbanas por aqueles que se rotulam e/ou são rotulados como desviantes. A proposta metodológica para a presente pesquisa é o acompanhamento das vivências cotidianas dos diferentes agrupamentos, através da observação participante. O intuito é analisar os critérios ativados na escolha dos espaços como lugares de sociabilidades e como estes são usados na manutenção e legitimação desse modo de vida. A ideia defendida é de que a mobilidade espacial e as formas peculiares de ocupação do espaço urbano é um critério de identificação que une indivíduos de distintos grupos.


SESSÃO 2

ANÁLISE DAS PESQUISAS ÉTICAS CONCERNENTES A ATIVIDADE TURÍSTICA

Taís Alexandre Antunes Paes
(UFS/Núcleo de Turismo)
taletunes@yahoo.com.br

O presente trabalho busca realizar um debate e análise sobre as pesquisas que abordam as condutas éticas concernentes a atividade turística considerando as suas metodologias empregadas. A temática ética ganhou ênfase após os anos 1980 e passou a ser estudada por diversas áreas do conhecimento em que se insere a atividade turística. É possível observar que diversos agentes sociais estão constantemente se deparando com problemas de natureza ética nos quais têm de tomar decisões que podem prejudicar um determinado grupo de indivíduos. Este é o caso, por exemplo, da construção de equipamentos turísticos em uma determinada localidade que apresenta comunidades indígenas. Questões ambientais também permeiam as discussões éticas relativas a atividade turística que abrangem a degradação ambiental e outros aspectos. Assim, o que se observa são pesquisas de ética em turismo que abordam as tomadas de decisões éticas cujos resultados buscam a melhoria das relações sociais.


FORRÓ: DISPUTAS E ESPAÇOS DE SOCIABILIDADE”

Thiago Paulino (PPGS/UFS)

Entre as diversas formas artísticas produzidas em Sergipe está o forró. Em época de ciclo junino uma variada produção sonora e simbólica aflora assim como seus espaços de sociabilidade:festas particulares, arraiais comunitários, eventos de grande porte. Diante de todo um cenário pulsante estão os atores sociais que se autodenominam "forrozeiros do forró pé de serra".Músicos e compositores, que junto com outros atores sociais, são posicionados de  forma assimétrica em um mesmo cenário urbano, mas que remete a um imaginário rural. Este trabalho pretende explicitar  alguns aspectos dos processos identitários existentes nesse cenário em que o palco e espaço nas programações torna-se um bem em disputa.


ESTILO DE VIDA E PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO ENTRE QUADRILHEIROS DE ARACAJU/SE

Liana Matos Araújo(UFS)

O presente trabalho é um estudo sobre as juventudes e as quadrilhas juninas de Aracaju/SE e tem por objetivo compreender como ocorre a construção social da ideia de juventude no seio damanifestação cultural quadrilha junina a partir da análise dos processos identitários, dos estilos de vida, das sociabilidades existentes entre os quadrilheiros incluídos em um contexto de consumo cultural. Dentro deste contexto, torna-se necessário analisar,a partir de entrevistas, questionário e observação direta, quais são os processos de identificação aí presentes, como eles consomem e produzem a cultura local, como dão sentido às suas expressividades e sociabilidades. E, desta forma, conhecer o universo do quadrilheiro e quais as motivações que mobilizam os participantes a se organizarem e se articularem dentro do processo de competições das quadrilhas juninas em Aracaju/SE.


KUDURO: MÚSICA ELETRÔNICA, JUVENTUDE E ESTILOS DE VIDA

Ely Daisy de Jesus Santos (UFS)

Com este trabalho pretendo apresentar os resultados de uma pesquisa de iniciação científica sobre Kuduro: música eletrônica, juventude e estilos de vida, que tem como objetivo compreender os prováveis estereótipos, comportamentos, contribuições e formas de protagonismos que os jovens de Angola, Brasil e Portugal vêm adquirindo, a partir do consumo do kuduroNesta pesquisa utilizei como metodologia leituras, pesquisas bibliográficas e jornais digitais relacionados ao tema, além da pesquisa de campo no baile Socakuduro. Os resultados não apenas demonstram como o kuduro chegou ao consumo no Brasil, mas também os modos de comunicação que conseguiu gerar entre o público que consome e produz, além dos modos de circulação da música eletrônica, fazendo uma relação entre jovens e festas. Também nos permite pensar, nos porquês deste ritmo tão bem recebido, ter se manifestado por diversas regiões do país, inserir-se em grupos de jovens, estabelecer-se no meio cultural e colaborar para o surgimento de novos artistas, DJs, cantores e dançarinos no Brasil.


GT 02


SESSÃO 1


PORTO D’AREIA E O SEU CRISTO, RESSIGNIFICAÇÃO DE UM TERRITÓRIO

Tacyane Lima de Menezes (UFS)
tacy.lmenezes@gmail.com

Porto d’areia é um bairro humilde de Estância, localizada na região sul do estado de Sergipe. Nos últimos meses o território humilde, íngreme, com casas populares e reduto da cultura tradicional como o samba de coco e o barco de fogo, associou a cultura popular a inauguração de um Cristo, ou melhor de um complexo turístico, uma tentativa da gestão política-administrativa atual de projetar o lugar, antes esquecido pelos políticos e negligenciados pela população local mais abastada. Visto por alguns como uma imitação grotesca do cristo redentor da cidade do Rio de Janeiro, e por outros como uma das atrações turísticas mais significativas do lugar, a inauguração do complexo turístico e a presença do Cristo tem dividido opiniões e trazido à tona o emblema estigmatizador que durante muito tempo permeou o lugar. Neste sentido serão analisados da construção desse complexo turístico e seus impactos na identidade da população local que vê sua representatividade definida entre o tradicional e o contemporâneo.

PESCANDO "FORA DA RISCA": PROCESSOS DE IDENTIFICAÇÃO E LUGARES DE MEMÓRIA

Ana Luísa Nobre (PPGA/UFS)
lisboanobre@gmail.com

A proposta deste artigo é refletir sobre a interface entre os temas: processos de identificação, comunidades tradicionais e conflitos territoriais. A Vila do Estevão-CE, uma comunidade de pescadores que fica na praia de Canoa Quebrada, será o contexto etnográfico que permitirá articular essas discussões. Na vila, os conflitos territoriais de terra e mar e as constantes investidas fundiárias resultaram em um acordo entre o Governo do Estado e a associação de moradores, que assegura a permanência dos estevenses no território até 2016, quando será reavaliado. Diante da aproximação da desvalidação do título de domínio, investigo algumas apropriações locais de categorias que apontam para processos de identificação, a saber, "comunidades tradicionais", "comunidades quilombolas" e "comunidades indígenas" e como seus usos se articulam de formas situacionais e associativas em torno da questão territorial. Assim como o pescador busca seus pesqueiros quando está "fora da risca", ou seja, em alto mar, evoca seus lugares de memória em tempos incertos.

SIMBOLOGIAS E RESISTÊNCIAS NO USO DA PRATARIA PELAS MULHERES MAPUCHE

Nádia Carrasco Pagnossi (PROARQ/UFS)
nadiapower411@bol.com.br

Habitantes da região da Cordilheira dos Andes, desde aproximadamente 1250 d.C., o povo Mapuche representa hoje a etnia mais populosa do Chile, chegando à mais de 1,71 milhões de pessoas de acordo com o censo do ano de 2012. Hoje sua maioria vive na capital Santiago. O objetivo principal deste trabalho é analisar o uso da prataria (jóias) pelas mulheres Mapuche nas ocasiões de protestos e de aparições públicas, já que parecem demonstrar uma intenção de auto afirmação da identidade, além de conterem simbologias de resistência à dominação estrangeira (não-Mapuche). Em diversos locais de Santiago se nota a venda das jóias de prata, levando à indagações referentes à sobrevivência dos prateiros que às produzem e de qual seria o público consumidor. Também é relevante a questão de quais seriam os verdadeiros prateiros Mapuche na atualidade, visto que há um extenso debate sobre o tema.


SESSÃO 2


LIBERDADE DE IDENTIDADE DE GÊNERO E RELIGIÃO: TRAVESTIS NOS TERREIROS
Rosane Bezerra do Nascimento (UNIT)
rosanebezerra@gmail.com
Ilzver de Matos Oliveira (UNIT)
ilzver@gmail.com

O estudo investiga a liberdade de exercício da identidade de gênero pelas travestis nos terreiros de candomblé em Aracaju. Foram utilizados como métodos a pesquisa de campo e bibliográfica. Foi possível constatar: a presença de travestis afrorreligiosas em Aracaju; precária liberdade de exercício da identidade feminina para as religiosas travestis; que as travestis são aceitas nos terreiros candomblecistas, mas não há a mesma aceitação em relação ao exercício da identidade feminina, sendo comum a exigência de um comportamento masculino nos rituais religiosos.


REZADEIRAS DE ITABAIANA/SE: MULHERES QUE BENZEM E CURAM SOB A FORÇA DO SAGRADO

José Erivaldo Simões de Oliveira (UFS)
erivaldocemb@bol.com.br

Esse trabalho tem como objetivo principal descrever e analisar as práticas religiosas realizadas pelas rezadeiras da cidade de Itabaiana, Região do Agreste Sergipano. Essas práticas neste marco espacial são exercidas por mulheres que se encontram na terceira idade. Tais mulheres ao realizar as curas religiosas invocam as forças divinas para curar os diversos males, que se manifestam no corpo das pessoas doentes. Entre os males mais benzidos podemos citar: o mau-olhado, o quebranto, a dona-do-corpo e a doença do ar. Para expulsar esses referidos males, costumam fazer uso da água benta, de plantas, da bíblia, orações e as imagens de santos. Enfim, para a realização desse estudo, tivemos como base a pesquisa de mestrado em antropologia realizada nesta referida cidade entre os anos de 2012 e 2013.


O RACISMO AMBIENTAL COMO FATOR DE DESTERRITORIALIZAÇÃO ÉTNICO-RACIAL: UMA AMEAÇA AO PATRIMÔNIO RELIGIOSO AFRO-BRASILEIRO

Kellen Josephine Muniz de Lima (UNIT/SE)

As religiões afro-brasileiras utilizam ambientes naturais como locais sagrados em muitas das suas liturgias. A nova “onda ambiental”, entretanto, tem gerado a subtração de alguns desses espaços naturais sagrados para alçá-los ao status de reservas de proteção ambiental, demonstrando uma sobrevalorização estatal da preservação do meio ambiente em detrimento do patrimônio cultural e dos saberes tradicionais das comunidades afro-brasileiras, e trazendo consigo também ameaças ao direito à liberdade de liturgia dessas religiões, caracterizando um exemplo daquilo que se tem denominado prática institucional de “racismo ambiental”. O presente trabalho analisa o impacto decorrente desse racismo ambiental sobre as liturgias afrorreligiosas e reflete sobre uma possível conciliação entre a preservação ambiental e a proteção das manifestação religiosas afro-brasileiras.


A COR DA ORAÇÃO: AS PRÁTICAS DA IRMANDADE DE SÃO BENEDITO NA CIDADE DE ARACAJU-SE NA ATUALIDADE

João Mouzart de Oliveira Junior (UFS)

A grande questão que suscito neste artigo é pensar na constituição e permanência da irmandade de São Benedito durante o século XX, como uma organização coletiva de pessoas que ativam a afirmação religiosa e étnica de socialização. Esta pesquisa tem como objetivo analisar as práticas de sociabilidades e resistências presentes na irmandade de São Benedito na cidade de Aracaju, estado de Sergipe. Dialogo também intimamente com as questões referentes à temática étnico-racial em contextos religiosos. Com relação à metodologia, fiz o levantamento bibliográfico e utilizei a articulação entre pesquisa em arquivo e observação direta. Desta forma, o presente artigo aborda uma faceta pouco conhecida sobre Aracaju: o mundo das irmandades de “pretos”. Percebi que as estratégias de sobrevivência da irmandade de São Benedito, no universo católico aracajuano, se perduraram em função da etnicidade. A partir da referência da cor que se tornou um elemento aglutinador de um grupo religioso majoritariamente reconhecido e auto-declarados pretos.

DOCUMENTAÇÃO LINGUÍSTICA DE COMUNIDADES DE PRÁTICAS RELIGIOSAS EM SERGIPE

Raquel Meister Ko. Freitag (UFS)
rkofreitag@uol.com.br
Thais Regina Conceição de Andrade (UFS)
Cristiane Conceição de Santana(UFS)
Igor Anthony Rocha Almeida (UFS)
Jenilton Lima Santos (UFS)
Breno Trindade Cardoso (UFS)

Comunidades de práticas religiosas são relevantes para a memória, identidade e formação da sociedade brasileira. Por isso, é fundamental a documentação linguística e em uma série histórica: reiterados e transformados e atualizados, a ponto de se tornarem referências culturais para comunidades que as mantêm e as praticam. Visando contribuir para o Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL) do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), realizamos a documentação linguística de duas comunidades de práticas religiosas situadas em municípios do interior sergipano: o Praesidium Mãe da Divina Graça da Legião de Maria, no povoado Açuzinho, Lagarto, e o Terço dos Homens, São Francisco. A diversidade linguística é tema que precisa ser discutido e aprofundado, sob pena da padronização e normatização, em curto espaço de tempo, das variedades linguísticas brasileiras faladas, especialmente fora dos grandes centros. Por isso, o registro serve como política cultural a ser implementada em relação ao bem.


GT - 3

SESSÃO 1


ETNOGÊNESE NO ESPAÇO DA LINGUAGEM XOCÓ

Beto Vianna (DLI/UFS)
btvianna@gmail.com

A identidade indígena do povo Xocó é questionada com base em seu histórico de miscigenação e adoção de traços culturais e fenotípicos das comunidades de entorno. Ainda, a exemplo de outras etnias brasileiras, os xocós utilizam uma variedade do português em suas interações pessoais e institucionais. A atenção da linguística aos fenômenos léxico-gramaticais dificulta a abordagem de processos identitários, pois nem sempre se distinguem as especificidades do grupo em relação a falantes de variedades similares da língua. Buscando entender a construção identitária dos xocós no espaço da linguagem, propus um projeto de pesquisa usando o arcabouço epistemológico da Biologia do Conhecer, em que a linguagem é um domínio comportamental de coordenação de ações. Espera-se que a observação dos espaços de conversação Xocó em uma perspectiva situada contribua para a melhor compreensão de sua etnogênese.


TURISMO ÉTNICO E EXOTISMO ÉTNICO:
REFLEXÕES PARA O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DO TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA NO QUILOMBO MOCAMBO/SE

Viviane CASTRO (Turismo/UFS)
violeira@ig.com.br

O Mocambo é uma comunidade quilombola situada no Alto Sertão Sergipano carente de opções de desenvolvimento. Seu patrimônio cultural e natural pode se tornar atrativo para a inserção do Turismo Étnico trazendo benefícios para a comunidade, mas deve-se tomar cuidado para que o Turismo Étnico não se transforme em Exotismo Étnico, em que o consumo do “Outro” inferioriza a cultura anfitriã. O objetivo desta pesquisa foi fazer uma reflexão sobre o Turismo Étnico e o Exotismo Étnico e ancorar de conhecimento prévio o estudo e dar suporte ao planejamento estratégico futuro, baseado nos pilares sustentáveis do Turismo de Base Comunitária - TBC. Esse texto utilizou a pesquisa bibliográfica, para refletir sobre Turismo Étnico, Exotismo Étnico e TBC, e a pesquisa de campo para colher dados empíricos da comunidade, por meio da observação participante, aplicação de entrevistas e registro fotográfico.



EXPRESSÕES DE PRECONCEITO RACIAL NO AMBIENTE ACADÊMICO DA UFS

José Alison Nascimento Garcia (DCS/UFS)
Zemane.alison@hotmail.com

O objetivo deste artigo é identificar expor e analisar as possíveis formas de preconceito racial, que ocorrem no ambiente acadêmico na Universidade Federal de Sergipe, através dos dados coletados em um questionário, aplicados junto ao SIGAA (Sistema de Gestão e Administração Acadêmica), na tentativa de colaborar com as pesquisas que versam sobre raça e identidade. Os dados coletados poderão ser comparados a outros encontrados no diário de campo, tentando atenuar as semelhanças e disparidades encontradas em ambas as situações trazendo a discussão sobre estes, no que tange ao impacto das cotas raciais, buscando assim, destacar a implantação das ações afirmativas como parte de um amplo plano de inclusão social, com o entendimento de que a questão racial é a chave para entender e superar as desigualdades sociais existentes no Brasil.


UMA BREVE ANÁLISE DA ERÍSTICA ENTRE FRASER-HONNETH

Olinto Silveira Alves Filho (PPGS/UFS)
olinthos@ig.com.br

O objetivo deste artigo é fazer uma reflexão sobre a erística (inicialmente pensada como controvérsias) entre Nancy Fraser e Axel Honneth, no que diz respeito aos conceitos de distribuição e reconhecimento que aparecem em suas teorias normativas da justiça. Neste sentido, revisito alguns conceitos de Marx para sugerir como fonte de pesquisa algumas alternativas diferenciadas da dos dois renomados teóricos e tecer algumas trajetórias investigativas que convirjam para uma possível solução desta mística controvérsia acadêmica. Como leitmotiv, trago para discussão, muito brevemente, a inflamável questão do racismo na sociedade brasileira. Uma plausível tomada de posição em relação à citada controvérsia é abraçar a tese de Nancy Fraser da indissociabilidade entre distribuição e reconhecimento. Adicionalmente, na rede de hidra da etnicidade, a erística, enquanto arte da persuasão falaciosa, portanto, falsificação da dialética, ganha conexões intersubjetivas, através das retóricas discursivas de indivíduos, quase sempre apetrechados de códigos simbólicos e outras tantas percepções sobre o outro não ele; de maneira que, em momentos cruciais de conflitos, onde o que está em jogo são posições raciais, mesmo que implicitamente, levando-nos a pensar que a constituição de identidade é quase sempre eivada de labirintosas teias racionais.


SESSÃO 2


PÓS-SECULARISMO, FUNDAMENTALISMO EVANGÉLICO E INTOLERÂNCIA RELIGIOSA: NOTICIAS DE UMA GUERRA SANTA NO BRASIL

Ilzver de Matos Oliveira (Doutor PUC/RJ)
Kellen Josephine Muniz de Lima (UNIT/SE)

O projeto de exclusão da religião da esfera pública, como resultado do desejo de autonomia trazido pela modernidade secularizada, parece não ter se concretizado, e se experimenta hoje no mundo um forte retorno da religião ao espaço público. No Brasil, por exemplo, desponta o fenômeno de expansão de segmentos fundamentalistas com forte protagonismo na esfera política, principalmente através da denominada “bancada evangélica”. Vê-se, também, o fortalecimento de uma cultura de intolerância que tem como alvo principal as religiões afro-brasileiras e que viola o direito dos povos de terreiro à liberdade religiosa, de culto e de crença. Assim, diante desse contexto, o presente artigo pretende analisar o fenômeno social da intolerância religiosa contra as religiões de matriz africana, bem como o impacto deste fenômeno na violação de direitos deste segmento religioso no Brasil pós-secular.


Performance e Etnicidade na festa do Lambe sujo versus Caboclinhos em Laranjeiras /SErgipe

Vanessa Regina dos Santos (UFS)
vanessajun@ig.com.br

O presente trabalho tem como objetivo assinalar a contribuição das principais teorias sobre festa, ritos, mitos e performance. Partindo da perspectiva de se compreender o conceito de festa através de suas mais diversas perspectivas, desde a ideia de quebra de rotina, mas também atrelada a de uma desordem consciente dos papeis ali expostos, o dialogo conciso e enfático com a teoria da performance, compreender como as dramas sociais coexistem e são ali representados festivamente , numa ótica de teatro e as contribuições acerca da teoria de etnicidade e relações raciais. Seguindo uma linhagem sincrônica dos fatos históricos decorridos na cidade, compreender quais as principais relações que estão no contexto de formação social, através de gestos, indumentárias, musica entre outros elementos sob a luz da ideia de performance como processo de auto afirmação da identidade local.


ESTUDANTES WASSÚ: IDENTIDADE ÉTNICA EM INTERFACE COM A ESCOLA NÃO-INDÍGENA

Aldjane de Oliveira (UFS)
ald.cso@hotmail.com.br

Este trabalho pretende analisar trajetórias escolares de estudantes indígenas Wassú, da etnia Urupê, localizados na área rural da cidade de Joaquim Gomes-Alagoas. Tal pesquisa surge dos questionamentos: Como os estudantes Wassú enxergam a transição da escola indígena para a não-indígena? Quais dificuldades estes estudantes Wassú enfrentam para conseguirem frequentar a escola não-indígena, e quando estão nela inseridos quais influencias isto acarreta para a construção de sua identidade étnica? Problematizo sobre sua construção e afirmação identitária no ambiente escolar. Analisando a subjetividade dos próprios estudantes Wassú sobre tais processos vivenciados pelos mesmos. Para tal pesquisa foram feitas incursões etnográficas à escola indígena da Aldeia Wassú Cocal e também foram entrevistados estudantes Wassú, entre 14 e 18 anos, da escola da cidade que estudam em turmas de 1º ano do nível médio, visto que não se encontra este nível de ensino na Aldeia. Pretendemos registrar e compreender como os jovens estudantes Wassú entendem, significam seus trajetos para obter a escolarização tão valorizada na sociedade nacional e entre os grupos indígenas também nos últimos anos ou décadas. Buscamos compreender também como esse convívio e formação escolar influenciam, afetam positiva ou negativamente na construção da identidade indígena. Para fundamentar tal pesquisa, utilizamos como base teórica Barth (2000) e (2005), Geertz (2001) e Rodrigues (2012).


ACESSO À JUSTIÇA E RACISMO INSTITUCIONAL: REFLEXÕES SOBRE OS ENTRAVES AO EXERCÍCIO DO DIREITO À LIBERDADE RELIGIOSA EM SERGIPE

João Víctor Pinto Santana (UNIT)
j.victorsantana@hotmail.com
José Lucas Santos Carvalho (ESTÁCIO/FASE)
lucascarvalhodir@hotmail.com

A intensa desigualdade étnico-racial existente em nosso país tem nos entraves proporcionados pelo Estado ao acesso à justiça um agente legitimador da discriminação racial em nossa sociedade. Assim, o sistema de justiça brasileiro, que é chamado a assumir papéis decisórios e, por vezes, políticos na vida social, interfere em demandas sociais na tentativa de garantir a efetividade e a concretização de direitos fundamentais. No entanto, a institucionalização do racismo no cotidiano das ações do Estado contribui para a mitigação da liberdade afro-religiosa, ao invés de promovê-la. Desse modo, diante da relevância constitucional dada ao exercício da liberdade religiosa e da busca cada vez maior do sistema de justiça para decidir os conflitos originados da intolerância às religiões de matriz africana e assegurar o exercício da religiosidade, faz-se necessário o presente estudo acerca do acesso à justiça em relação à liberdade religiosa no Brasil e, especialmente, em Sergipe. O presente trabalho, utilizando-se de pesquisa qualitativa, com o emprego de livros, artigos científicos, dissertações, jurisprudência e legislação pertinentes, o tem como objetivo investigar, a partir da análise de jurisprudência sobre o tema, o tratamento dado pelo sistema de justiça às demandas de judicialização das religiões de matriz africana e refletir sobre a democratização do acesso à justiça como mecanismo de efetivação da autodeterminação da religiosidade afro-brasileira.


GT 04


SESSÃO 1


DO SILÊNCIO AO PROTAGONISMO: OS NOVOS DEBATES SOBRE O PÓS-ABOLIÇÃO NO BRASIL

Luiz Paulo Santos Bezerra/UFS/PROHIS
luiz_sbezerra@hotmail.com

Por muito tempo a historiografia brasileira analisou os negros no pós-abolição com um olhar simplista e generalizante. Muitos desses estudos misturavam duas temáticas, escravidão e pós-emancipação, colocando a vida dos libertos após 1888 como uma continuação do período escravista. Porém, é sabido que o debate sobre a questão racial no Brasil, principalmente após o centenário da abolição escrava, gerou uma série de análises revisionistas do passado brasileiro. À luz das novas perspectivas da História Cultural, o presente trabalho pretende analisar o pós-abolição como elemento fundamental para se pensar os homens e as mulheres africanas e afro-brasileiras como sujeitos de sua própria história. Rompendo assim o pensamento de que os egressos do cativeiro eram objetos sem estratégias e sem ação.



DIÁLOGOS SOBRE OS CONFLITOS RACIAIS NA NARRATIVA FICCIONAL EM DA COR DO PECADO

Laila Thaíse Batista de Oliveira (UFS)
lailathaise@hotmail.com

O artigo analisa de que forma é apresentada a questão racial na telenovela e a construção da representação da mulher negra na narrativa ficcional da novela Da Cor do Pecado exibida na Rede Globo, no horário das 19h, em 2004, dirigida por Denise Saraceni, escrita por João Emanuel Carneiro. A análise utiliza o método da análise estrutural da narrativa, proposta por Barthes (1980) e a análise de conteúdo proposta por Laurence Bardin (1977). Considerando que “Da Cor do Pecado” foi a 1ª novela global a apresentar uma protagonista negra, interpretada por Taís Araújo, traz como plot a questão racial. Para dialogar sobre as questões raciais serão utilizados como aporte teórico as leituras de Kabengele Munanga (1986) e Lilia Shwarcz (1996), e para compreender a construção das narrativas ficcionais as obras de Renata Pallottini (1998), Imacollata Vassalo Lopes (2009) e Solange Couceiro (2001).



PRECONCEITO RACIAL: UM TEMA ATUAL - UMA PROPOSTA DE ATIVIDADE PEDAGÓGICA

Michelle Lima (Mestranda/UFS)
michelle.violino@hotmail.com

Tendo em vista a importância e necessidade do letramento para a vida de qualquer cidadão,COSSON (2011) em Letramento literário: teoria e prática orienta uma sequência de etapas em que seria possível levar os alunos ao letramento literárioDessa maneira, a proposta deste trabalho é sugerir um estudo sobre o preconceito racial de acordo com a sequência definida pelo autor. Tendo como texto principal a obra de Aluízio Azevedo, O Cortiço,o objetivo da atividade pedagógica é mostrar aos alunos como os temasda escravidão e do racismo eram vistos no início do século passado por meio das obras literárias da época.


MEMÓRIAS DO CANGAÇO EM SERRA TALHADA/PE: UM OLHAR SOBRE “O MASSACRE DE ANGICO”

Jéssica da Silva Souza (DHI/UFS)
jessik.livres@gmail.com

Comarca de Vila Bella, atual município de Serra Talhada/PE, 1987, nasce Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião. A cidade, assim como outras que tiveram alguma relação com o fenômeno, tenta (re) afirmar sua importância na história do cangaço mediante diversas ações. Anualmente, principalmente o mês de julho, é dotado de atividades referentes à rememoração do cangaço. Nesse contexto está inserido o espetáculo a céu aberto teatralizado “O massacre de Angico: a morte de Lampião”, organizado pela Fundação Cultural Cabras de Lampião. O objetivo deste artigo consiste em fazer algumas reflexões sobre um dos roteiros deste espetáculo – apresentado em 2014 – que tem ganhado cada vez mais repercussão como atrativo turístico na região. Buscando perceber de que forma o cangaço é lido pelos atores e como isso tem reverberado na localidade.


MEMÓRIA E TRADIÇÃO DA FILARMÔNICA UNIÃO LIRA PAULISTANA DE FREI PAULO/SE

Gilmar Correia da Conceição (UNIT)
Gilmarmaestro@hotmail.com
José Erivaldo Simões de Oliveira (UFS)
erivaldocemb@gmail.com

Este estudo tem como objetivo estudar e descrever a trajetória histórica da Filarmônica União Lira Paulistana da cidade de Frei Paulo/SE, tendo como ênfase principal mostrar a importância desta entidade para a formação cultural de crianças e jovens desta cidade, tendo-se em vista que esta instituição tem 139 anos de existência. A memória desta entidade tem sido marcada por um perfil de caráter militarista, religioso e político. Enfim, para a realização deste trabalho utilizamos de fontes orais, consulta ao acervo histórico da filarmônica e bibliografias concernentes à temática.




SESSÃO 2

A VIOLÊNCIA SEXUAL EM NARRATIVAS DE LYA LUFT E HELENA PARENTE

Maria Juliana de Jesus Santos (DLI/UFS/PIBIC/CNPq)
Gardênia Dias Santos (DLI/UFS/PIBIC/CNPq)
flowergardenia@hotmail.com

O presente trabalho, que consiste em uma proposta de iniciação científica, objetiva discutir o modo como se retrata a violência sexual contra a mulher em As parceiras (1938), de Lya Luft, e no micro conto “O tarado”, de Helena Parente Cunha, inserido na coletânea Cem mentiras de verdade (1985), bem como questionar esta problemática, à luz dos aportes teóricos sobre estudos culturais (Carlos Magno), gênero (Guacira Louro), violência de gênero (Saffioti) e tráfico do corpo feminino (Rita Segato), e da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Maria da Penha), que cria mecanismos para coibir e prevenir este tipo de violência. Nesse sentido é importante, também, mostrar o papel da Literatura em questionar e expor tais problemas. Além disso, propõe-se mostrar a relevância, o cumprimento e a divulgação da referida lei, pois cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o combate efetivo à toda forma de violência contra a mulher.


O TRATAR DE NEGRAS E MULATAS NA LITERATURA BRASILEIRA

Deise Santos do Nascimento (PROFLETRAS/UFS)
Dede_letras@yahoo.com.br

O presente artigo visa tratar da apresentação do uso do Método Cultural de Leitura (GOMES, 2014) como uma possibilidade de formação crítica do leitor a partir do diálogo entre textos acerca de temas que perpassam o cotidiano dele. Na ocasião, debateremos que o texto literário é possível de ser trabalhado em sala de aula desde que o mesmo passe por uma atualização, que só oportuna quando o leitor torna-se um coautor da narrativa. Dessa forma, apresentaremos uma discussão possível à obra O Cortiço, Aluísio Azevedo, motivada pela verificação da construção da imagem da mulher negra e mulata nas obras da literatura brasileira e como essa é vista, em nossa sociedade, nos dias de hoje. Para tal, faremos uso de um referencial teórico que nos guie nessa reflexão, a exemplo de DUARTE (2010), sobre as questões étnicas na literatura; CALVINO (2013) e BARTHES (1992) e (2013) para as considerações do texto literário, HALL (2006) acerca de identidade e GOMES (2014) na leitura intertextual e o método citado.


FOTOGRAFIA E RESISTÊNCIA NA OCUPAÇÃO NOVO AMANHECER: EXISTE O INDIVÍDUO NA SOCIEDADE?

Diego Bragança de Santana (UFS)
arkaios@hotmail.com

O presente artigo tem por objetivo dissecar os aspectos de resistência social numa comunidade periférica em detrimento das ações de confinamento e repressão do Estado e da sociedade civil, sob perspectiva das narrativas dos antigos ocupantes e da Antropologia Visual. Deste modo, compreende-se, que os registros fotográficos, além de promoverem um debate elucidativo acerca do pensamento analítico antropológico, também promovem o empoderamento desses grupos, como forma de voz ativa no meio social, ao passo em que os sujeitos da pesquisa passam a construir sua própria história e consequentemente, suas análises antropológicas do contexto em que viveram. A ocupação Novo Amanhecer estava localizada no bairro 17 de Março, em Aracaju, Sergipe. Para desenvolvermos essa pesquisa e traçarmos algumas questões, foram feitas revisões teóricas e a captação de fontes orais, bem como as análises documentais e a utilização de registros fotográficos.


AS CORES NA PAISAGEM TEM HISTÓRIA PARA CONTAR

Greciane Neres do Nascimento (PROARQ/UFS)
grecianeneres@gmail.com

Pretendemos evidenciar as relações entre Arqueologia, Arte e Antropologia, através do estudo da experiência estética relacionada à arte rupestre numa perspectiva fenomenológica. Através dos estudos, feitos no Complexo Arqueológico Lagoa da Velha, localizado na cidade de Morro do Chapéu-BA, procuramos estabelecer relações entre arte rupestre, paisagem e memória, considerando a pintura como resultado/produto da interação entre artistas e paisagem. Tentamos entender a arte rupestre a partir de sua dimensão sensorial e por isso utilizaremos a abordagem que privilegia os sentidos (sensorial), dando especial atenção as aplicações da cor nessa paisagem e sua relação com a memória.



Daniela Moura Bezerra (PPGS/UFS)ellabmoura@yahoo.com.br

Partindo da abordagem culturalista (EC), que entende as diferentes produções culturais como narrativas capazes de nos auxiliar no entendimento da dinâmica social, o presente artigo pretende discutir a abordagem sensorial das cidades, enquanto campo de investigação promissor para o estudo de juventudes e sociabilidades. A intenção do trabalho é apresentar as paisagens sonoras como possibilidade metodológica para a compreensão dos diferentes grupos urbanos. Segundo esta proposta, os sons são tomados como elementos indispensáveis à vida cotidiana de um dado grupo ou indivíduo, tornando possível a compreensão de suas ações, trajetórias sociais, formas de sociabilidade e até mesmo dos itinerários que acabam construindo nas cidades, e consequentemente, demarcando-as. A música é entendida, portanto, como uma imagem simbólica que pode servir para representar ou interpretar a vida social e sua prática como produtora de tensões, valores e identificações.


GT 05

SESSÃO 1


A ATUAÇÃO DO GRUPO DE PESQUISA ELO PARA FORTALECIMENTO, PRESERVAÇÃO E VALORIZAÇÃO DA CULTURA RIACHUELENSE

Suellen Maria Lins Ximenes (UFS)

De iniciativa privada e atuação regional, o GPELO - Grupo de Pesquisa Elo nasceu inicialmente com uma proposta de fortalecimento, preservação e valorização da cultura local do município de Riachuelo/SE, a partir da vontade de jovens pesquisadores de atuarem mais ativamente na sociedade. Com participação ativa nos eventos culturais da cidade, utiliza-se todo material produzido como recurso no desenvolvimento do trabalho do grupo. A proposta deste artigo é analisar alguns exemplos de iniciativa não governamental para refletir sobre possibilidades de atuação na pesquisa de fenômenos sociais e como é possível contribuir para o crescimento social, como também indicar as ações práticas e métodos para aplicações desta natureza. É de grande importância dentro de qualquer sociedade demonstrar que a comunidade valoriza e abraça a promoção da cultura do seu povo e refletir sobre isto é uma questão de fundamental importância no campo das Ciências Sociais.


POLÍTICAS CULTURAIS E A CONSTRUÇÃO RETÓRICA DA SERGIPANIDADE

Eliseu Ramos dos Santos (PPGS/UFS)

A intenção desse artigo é mostrar como as políticas culturais em Sergipe, a partir da gestão de Marcelo Déda (PT), convergem para a ideia de consolidar uma identidade sergipana como uma proposta cultural de Governo, buscando intricar suas concepções político-ideológicas numa categorização dessa identidade: a Sergipanidade. Nesse sentido, nos utilizaremos de documentos oficiais veiculados pela Secretaria da Cultura de Sergipe (2007-2014), além de discursos proferidos pelos respectivos secretários do órgão para analisarmos como foi se construindo uma retórica oficial da Sergipanidade, que se revela para nós algo muito recente, mesmo que seu discurso busque alusão a uma temporalidade remota. Através de estratégias políticas que anseiam reiterar e expandir o sentimento de pertencimento, o Governo se apropria e legitima um conjunto de aspectos e referências culturais locais, espelhando um reflexo idealizado dos sergipanos para que os mesmos possam se reconhecer.


ACAMPAMENTOS RURAIS: TERRITÓRIOS E LUGARES

Haiane Pessoa da Silva (PRODEMA/UFS)
haianepessoa@yahoo.com.br

As articulações e mobilização desenvolvidas pelo MST condicionam a formação dos acampamentos rurais enquanto materialização do status social “sem terra”. Contudo, a realidade que deveria ser fluída e passageira tem se perpetuado por longos anos fazendo com que as barracas de lona preta se tornem assentamentos não legalizados. Assim, este artigo propõe descrever como se configura esses espaços, tendo como foco duas categorias geográficas: lugar, ressaltando a identidade do sujeito e território a partir das relações de poder. Serão apresentados os dados obtidos em três acampamentos rurais situados em Itaporanga D’Ajuda/ SE. Assim, a partir da abordagem descritiva analítica pretende-se discorrer como se articula o movimento socioterritorial (MST) enquanto mediador de conflitos, e, posteriormente pretende-se demonstrar como se desenvolve a relação socioambiental no território dos acampados.


FORA DO EIXO: ATUAÇÃO POLÍTICA E AS RELAÇÕES DE PODER

Wener da Silva Brasil (UFS)

O presente trabalho buscou realizar um estudo sobre a atuação política do Coletivo Fora do Eixo e as relações de poder exercidas pelos participantes e consultores, que como organização social composta por jovens, desenvolve trabalhos na área da cultura nas mais diversas linguagens. O objetivo é descrever a atuação política, configurada em rede de coletivos de todas as regiões do país, a partir do estudo dos atores sociais que compõe o Fora do Eixo e como eles constroem e executam as ações pautadas na produção, circulação e consumo cultural no âmbito da política. Dentro deste contexto, procuro analisar, a partir da observação direta, das entrevistas realizadas, dos estudos bibliográficos e da análise dos aplicativos, sites e redes sociais, quais são as estratégias discursivas presentes no debate contemporâneo brasileiro sobre a cultura, como dão sentido as articulações políticas de forma colaborativa e como as demandas e atores sociais se fazem presentes. Busco aqui compreender as relações de poder exercida pelos participantes expostas e articuladas através de reuniões presenciais e virtuais. O processo construtivo político do grupo é pauta inesgotável de discussão entre os seus membros, porque segundo eles quanto mais organizado o FdE se apresentar, mais vezes será ouvido pelo Estado, ganhando credibilidade e confiança. Desta forma, conhecer os processos políticos que os coletivos vivenciam e o que motivam jovens, de diferentes propostas sociais e culturais, a se articularem e se organizarem em rede.


SESSÃO 2

O ATIVISMO CIENTÍFICO E A ANTROPOLOGIA ANTIPROIBICIONISTA DOS USOS DA AYAHUASCA

Felipe Silva Araujo (UFS)

A dicotomia proibicionismo/antiproibicionismo tem pautado posicionamentos ético-políticos de diversos pesquisadores da relação entre uso de drogas e sociedade, principalmente a partir do final do século XX. Através de uma investigação sobre a produção de discursos em um expressivo grupo de pesquisadores antiproibicionistas brasileiros - o Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos - evidenciou-se a presença marcante da antropologia e de argumentos relacionados ao uso do chá psicoativo amazônico ayahuasca neste processo. O presente texto traz uma síntese desta observação, salientando as implicações de uma antropologia ayahuasqueira antiproibicionista na redefinição de abordagens e posturas científicas sobre a relação entre usos de psicoativos e políticas públicas, principalmente a partir da reivindicação no NEIP de um papel de destaque para as pesquisas de ciências humanas no debate político.


GÊNERO, PODER E SILÊNCIO: UM OLHAR ANTROPOLÓGICO SOBRE NARRATIVAS DE ABORTO

Priscila Viana (UFS)

O presente trabalho é resultado de uma pesquisa de mestrado e se propõe a analisar os aspectos políticos, morais e simbólicos entremeados na prática do aborto a partir da análise antropológica sobre narrativas de vida. Foram entrevistadas quatro mulheres com diferentes trajetórias reprodutivas, familiares, conjugais e políticas, mas com um ponto em comum: são corpos marcados pela prática do aborto criminalizado, inseguro e clandestino. Para analisar as narrativas de vida à luz da teoria antropológica, recorro às orientações teórico-metodológicas da Antropologia Feminista e dos Estudos Pós-coloniais, colocando no centro do estudo o gênero e o poder como elementos constitutivos das relações sociais travadas em torno da prática do aborto no Brasil. A partir da perspectiva foucaultiana sobre as práticas discursivas, o poder disciplinar e o poder biopolítico, aponto caminhos para compreender a memória e o silêncio como aspectos presentes em relatos marcados por situações de desigualdade política e simbólica.


ENTRE A MORTE SOFRIDA, A MORTE VIVIDA E O ALÉM-OBSCURO NA IDADE MÉDIA: ANÁLISE HISTORIOGRÁFICA

Airles Almeida dos Santos (UFS)

Neste trabalho nos reservaremos à análise da maneira que os historiadores interpretaram e compreenderam a constituição de práticas e a elaboração de discursos relacionados a morte no período medieval. Do ponto de vista metodológico, trata-se de uma pesquisa bibliográfica de história comparada de algumas das produções mais significativas desses especialistas no assunto. Trataremos da temática como um estudo em História das Mentalidades e buscaremos compreender, a partir dos textos, como a Igreja na Idade Média conseguiu “inventar” ou recriar a partir de modelos antigos o tipo ideal de morte e projetá-lo no imaginário das pessoas por meio das práticas – um complexo de gestos e ritos que a acompanham. Gostaríamos de fornecer aos leitores a possibilidade de se compreender uma matéria de natureza subjetiva, indispensável para entendermos a complexidade da sociedade medieval. Nessa comunicação não daremos respostas conclusivas, contudo, buscaremos contribuir para o campo de estudos referentes à morte, especialmente no período medieval.


GT 06

SESSÃO 1

ASCENSÃO E TERMINO DA LAVAGEM DA CONCEIÇÃO EM RIACHUELO/SE: uma análise dos acontecimentos acerca da política municipal.

Lumara Cristina Martins Santos(UFRB)
Lumara.martins@gmail.com

Discutir políticas públicas voltadas para uma identidade afro-brasileira perpassa por pesquisar os momentos em que estas são motivadas a serem construídas. Assim, tomando os acontecimentos acerca de uma manifestação cultural em Sergipe, como motivadores para a efetivação de políticas, percebemos os entraves e conflitos existentes. Por isso, a ascensão e o termino da Lavagem da Conceição do Vale do Cotinguiba decorreu juntamente com as políticas de incentivo do município de Riachuelo/SE, onde a mesma ocorria. Com início em 1999, conseguindo obter o reconhecimento da Câmara de Vereadores que parabenizou a iniciativa e disponibilizou apoio para a sua realização. Porém, a festa pública teve a sua última realização em 2012, decorrente das dificuldades financeiras geradas com o crescimento do ritual. Dificuldades que nos anos anteriores eram amenizadas com o apoio do governo municipal e no último ano este apoio não existia. Portanto, irei analisar como essas influências fomentaram esse desdobramento ao fato.


POLÍTICAS DE ATENDIMENTO À SAÚDE DA MULHER NEGRA NO TERRITÓRIO QUILOMBOLA: UM ESTUDO NA COMUNIDADE DE GRACIOSA

Girlandio Gomes Bomfim(UFRB)
girlandioface@yahoo.com.br

O presente trabalho busca analisar como os princípios da transversalidade e intersetorialidade são considerados na atenção básica à saúde, no contexto do território remanescente de quilombo da Graciosa, Taperoá – BA. A partir do levantamento de informações relativas ao sistema de saúde local no trabalho desenvolvido pelo agente comunitário de saúde buscou-se verificar, a existência de programa específico com recorte de gênero e raça, nas ações por parte da equipe do Programa Saúde da Família no território estudado. A constatação de que a quantificação dos casos que envolvem doenças étnicas na comunidade atendida, de acordo ao recorte populacional estabelecido, demonstra a necessidade de mensurar os problemas de saúde constatados, na promoção de políticas para as mulheres por parte da Secretaria Municipal que por sua vez deve empreender estratégias, para a construção de um programa próprio pautado no diálogo com a comunidade quilombola.


JUSTIÇA E IGUALDADE: PONDERAÇÕES SOBRE A POLÍTICA DE COTAS

Yérsia Souza de Assis(GERTS/NEAB/UFS)
yersiaassis@hotmail.com


Este trabalho busca debater, a partir de bibliografia discutida na disciplina “Teoria da Justiça, Reconhecimento e Redistribuição no mundo contemporâneo” cursada em minha fase do mestrado e as relações que são estabelecidas de justiça e igualdade no contexto das Políticas de Cotas. A escolha deste texto se pauta na perspectiva que as categorias debatidas na referida disciplina se aproximam do meu objeto de pesquisa do Mestrado, portanto, busquei analisar por meio dessas categorias reflexivas o aspecto das Ações Afirmativas, sobretudo as cotas, no ensino superior. Partindo dessa premissa, foi possível observar como categorias da justiça e da igualdade são acionadas no debate acerca do tema, em especial, no que concerne entender esse tipo de politica pública como algo injusto ou justo na sociedade brasileira. Pensando, basicamente nos casos voltados para o programa de Ações Afirmativas, em especial, pensando na experiência de implementação das políticas de cotas no ensino superior brasileiro. Tratou-se de elaborar ponderações sobre o tema visando percebe-lo através dessas balizes de analise. Levando em conta, alguns números, relatórios e trabalhos produzidos sobre o tema, pretende-se detectar junto a este material como as categorias são apresentadas e como podem ser detectadas nessas fontes. Por fim, a pretensão é entender como essa categoria tão essencial ao debate sociológico pode ser ativada na produção dos trabalhos referente às cotas, sobretudo, no que toca o entendimento de ser medida que vise promover a equidade entre a população afro-brasileira no que tange o acesso ao ensino superior público.


POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS À AUTONOMIA REPRODUTIVA DAS PESSOAS TRANS

Victor Matheus Silva Cruz(UNIT)
vcruzdireito@gmail.com
Rosane Bezerra do Nascimento (UNIT)
rosanebezerra@gmail.com

O estudo investiga a existência de políticas públicas que garantam o exercício da autonomia reprodutiva das pessoas trans conforme os ditames constitucionais acerca de liberdade de planejamento familiar. Os métodos utilizados foram a pesquisa documental e bibliográfica. Conclui-se que as políticas públicas voltadas à autonomia reprodutiva não incluem pessoas trans. (ii) as políticas públicas voltadas para as pessoas transexuais no campo da saúde sexual reprodutiva quase sempre versa sobre doenças sexualmente transmissíveis, contra as transexuais que reforçando o estigma de transmissoras de doenças.


POLÍTICAS PÚBLICAS E DIREITOS LGBT: CONFIGURAÇÕES DA AGENDA ANTI-HOMOFOBIA EM SERGIPE

Sérgio Lima dos Santos (UFS/IFS)
souslima@hotmail.com

Este trabalho visa refletir sobre os contextos, formas de engajamento e ações públicas de combate e criminalização da homo-lesbo-transfobia no Estado de Sergipe. Considerada a complexidade que caracteriza a “agenda anti-homofobia” no Brasil – e no mundo -, neste estudo, busca-se apresentar as situações que tornaram a homofobia um problema de caráter societal no contexto brasileiro, e, sobretudo, analisar as relações, conflitos e tensões que caracterizam a construção da causa anti-homofóbica no Estado de Sergipe. De modo geral, a pesquisa tem como proposta compreender em que medida, através de quais atores, cenários, ações e políticas públicas a violência homo-lesbo-transfóbica tem sido contestada como uma "causa pública" no Estado.


SESSÃO 2

A IMPORTÂNCIA DO PIBID NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL DOS LICENCIANDOS DE ARTES VISUAIS DA UFS

Lindiney Reis Viana(UFS)
 lindiney123@hotmail.com

RESUMO: Neste artigo objetivamos evidenciar a importância do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência-PIBID na formação da identidade profissional dos licenciandos em Artes Visuais da Universidade Federal de Sergipe-UFS. Para tanto, observamos as experiências que foram proporcionadas pelo PIBID/2014 durante as cinco fases que foram divididas da seguinte forma: diagnóstico, sistematização, aplicação de propostas didáticas, análise e publicação, sendo que a partir delas criamos um banco de dados para apresentar o impacto do programa na construção da carreira docente dos graduandos. Através do contato direto com a rede pública de ensino constatamos na ultima fase do projeto tem sido relevante na medida em que enriquece o processo de ensino e aprendizagem dos licenciandos aumentando o seu repertório de conhecimentos através da prática.


EDUACAÇÃO PARA A IGUALDADE: O ENSINO SOBRE A HISTÓRIA E CULTURA INDÍGENAS NAS ESCOLAS DE ARACAJU, BRASIL

Diogo Francisco Cruz Monteiro (Pio Décimo)
diogocruz_21@yahoo.com.br

Neste artigo apresentamos as propostas de um estudo que analisa as formas de recepção da Lei 11.645/08, a qual prescreve a introdução nos currículos de instituições de Ensino Básico brasileiras de conteúdos sobre história e cultura indígena, nas escolas públicas municipais de Ensino Fundamental de Aracaju. Através de uma etnografia da prática escolar cotidiana, analisaremos as visões dos professores e alunos de História sobre as culturas indígenas, as percepções de professores e gestores sobre as prescrições da Lei 11.645/08 e em que medida elas são contempladas nas suas práticas pedagógicas, além de averiguar os reflexos dessas prescrições sobre os conteúdos dos documentos escolares - Projetos Político Pedagógicos, Regimentos e planos de aulas. Portanto, a Lei 11.645/08 será percebida como uma forma de contribuição para o alargamento dos sentidos da diversidade social, inscritos na própria concepção da formação nacional brasileira.



CONHECIMENTOS SOBRE ÁFRICA, AFRICANOS E AFRODESCENDENTES
NOS CURRÍCULOS DE HISTÓRIA PARA O ENSINO MÉDIO NO BRASIL
(2004-2013)

Ruzilane Rabelo dos Santos
ruzilane@hotmail.com


Diante dos últimos debates e discussões acerca dos estudos sobre a inclusão da História da África e dos afrodescendentes nos currículos escolares brasileiros através da aprovação da lei 10.639/2003, que comemora 10 anos, este artigo tem como objetivo central analisar, nas Propostas Curriculares Estaduais do ensino médio de 16 estados brasileiros as expectativas de aprendizagem. Assim, das expectativas extraímos os conhecimentos, os acontecimentos e por fim o tempo e o espaço ao qual a atuação dos africanos e dos afrodescendentes está relacionada. Primeiro discutimos em torno das dificuldades da adequação dos currículos ao contexto escolar, da inclusão de culturas silenciadas (as ditas inferiores, a exemplo da cultura negra e indígena no espaço escolar), além das definições e tipologias sobre conteúdos históricos e acontecimentos.